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Por que é perigoso o apelo emocional dos "médiuns espíritas"?

(Autor: Professor Caviar)

É extremamente perigoso e grave o apego que os brasileiros têm aos "médiuns espíritas", únicos aos quais se permite tudo: fazer textos fake creditados a autores mortos, fazer Assistencialismo como se fosse Assistência Social - o Assistencialismo só "alivia a dor" da pobreza, sem curá-la profundamente, do contrário da Assistência Social - e exercer o culto à personalidade e promover paixões religiosas mesmo condenando, no discurso, essas duas práticas.

O perigo está na subordinação, na submissão, e na confiabilidade cega dada a pessoas sem o menor mérito de confiança. Afinal, os "médiuns" são famosos por deturpar o Espiritismo, empastelar o legado que com muito trabalho o pedagogo Allan Kardec fez, desfigurando a Doutrina Espírita que no Brasil foi rebaixada a uma forma repaginada do Catolicismo medieval português, trazido pelos jesuítas no período colonial.

A fascinação obsessiva - tipo de obsessão já alertado por Allan Kardec - é um processo de apego, mórbido e doentio, atingindo níveis orgiásticos, aos "médiuns espíritas", é uma perigosa sensação que domina muitas e muitas pessoas, seduzidas pelos mais perigosos, embora agradáveis, apelos emotivos trazidos por esses ídolos religiosos, versões modernas dos antigos sacerdotes já reprovados por Jesus de Nazaré em seu tempo.

Quanta cegueira emocional garante a blindagem absoluta dos "médiuns espíritas", a ponto de Divaldo Franco, que sempre aparece em primeiro plano no Você e a Paz, se "esconder" quando o evento lançou oficialmente o terrível composto alimentar proposto pelo prefeito de São Paulo, o tucano João Dória Jr.. De repente muitos passaram a "acreditar" que o Você e a Paz era idealizado pelo arcebispo católico Dom Odilo Scherer!

A situação é gravíssima. A obsessão pelos "médiuns espíritas" cega as pessoas, tomadas por um deslumbramento submisso que os faz escravos desses mistificadores da fé, que marcaram suas trajetórias como mercadores da "boa palavra", e que, sintonizados com as baixas vibrações das redes sociais, são os mais utilizados em memes difundidos por plataformas digitais como Facebook e WhatsApp.

"BOMBARDEIO DE AMOR"

Os brasileiros não conseguem conhecer o perigo do "bombardeio de amor". Quando se lança essa expressão, os brasileiros médios veem como "coisa positiva" e, como idiotas, ficam falando coisas como "puxa, se o bombardeio é de amor, então é coisa boa que vem aí", provocando o "efeito manada" com outras pessoas concordando de maneira bovina, com aquelas mensagens do tipo "É isso aí", "Concordo plenamente", "Amor é paz, e bombardear amor é sempre bom", "Isso traz belas energias" e outras tolices falaciosas que parecem, à primeira vista, muito agradáveis.

Ninguém percebe o perigo disso porque, entre esses brasileiros, a mente humana funciona de maneira atrofiada. São insensíveis para se emocionarem e são ignorantes para raciocinar alguma coisa. Veem tudo pela aparência e, se receberem uma bela caixa, envolta numa linda embalagem, mas que contém algum objeto podre, ainda agradecem.

O "bombardeio de amor" é um processo traiçoeiro de dominação das mentes e dos instintos humanos através de apelos emotivos muito fortes. Eles se caraterizam de várias formas: da exagerada intimidade e acolhimento extremo com que estranhos se chegam a alguém até mesmo as músicas relaxantes de melodias dóceis que tocam em certas instituições, passando por paisagens floridas, retratos de crianças sorrindo, vídeos com peixinhos no fundo do mar.

As pessoas ficam entorpecidas, porque o "bombardeio de amor" gera uma sensação que parece ser a de energias vibratórias elevadas, forjando uma falsa impressão de serenidade, alegria e comoção extrema, fazendo as pessoas chorarem copiosamente em certas ocasiões. Só que isso não é energia elevada, sendo mais um arremedo mais grotesco da mesma, e isso é facilmente comprovado diante da maneira com que as pessoas reagem em situações adversas.

Quando a sensação de alegria e serenidade motivados pelo "bombardeio de amor" encontram uma situação adversa, a reação se reverte em fúria, depressão intensa, irritação e ironias agressivas. Os seguidores de Francisco Cândido Xavier, o Chico Xavier, demonstram isso, sempre alegres e serenos quando tudo está de acordo com eles, mas, quando não está, reagem com explosões de raiva, ironia e ódio, mesmo quando disfarçam e tentam forjar "energias serenas", que mais parecem pose e simulação.

É como se vê nos casos de feminicídio. Os homens que matam suas mulheres alegam que "amavam" elas. Na verdade, eles eram tomados por sensações emotivas exageradas, não movidas pelo altruísmo ou pelo sentimento equilibrado, mas pela fascinação, pela vaidade, pelo orgulho, pela falsa sensação de segurança diante de uma situação que parece estável. Um homem assim é levado por sensações emotivas e até de êxtase psicológico que parecem "amor", mas diante da adversidade a reação é de vingança, de ódio, de intolerância.

Isso ajuda a explicar como o "bombardeio de amor" não é uma coisa positiva. Para o nível médio dos internautas, insensíveis em situações normais mas, em situações extremas, marcadas por emotividade cega e, nos piores momentos, rancorosa, o "bombardeio de amor" só deve ser "coisa boa", tal como um veneno líquido que tem a aparência de água cristalina que aparece em um deserto.

O "bombardeio de amor" foi o artifício utilizado por "médiuns" deturpadores do Espiritismo para dominar as pessoas e forjar unanimidade. Eles traem Allan Kardec com conceitos herdados do roustanguismo e do Catolicismo medieval e já deveriam ser repudiados pelo simples fato de desfigurarem o legado que o pedagogo francês realizou com muito trabalho.

Não percebemos o cinismo de "médiuns espíritas" em defender ideias igrejeiras que contrariam frontalmente os postulados espíritas originais. Ou o descaramento da suposta "caridade" que é feita mais para promover seus nomes e pôr a deturpação debaixo do tapete. Não percebemos o quanto de dinheiro eles escondem sob o véu da "humildade", e ainda acreditamos que Chico Xavier "morreu pobre", sem que haja qualquer notícia dele em situação miserável de abandono, como se observa nos verdadeiros pobres. Chico apenas não tocava em dinheiro, mas recebia mordomias dentro de seu contexto de ídolo religioso.

E Divaldo Franco, fazendo turismo pelo planeta como mercador das palavras? Tão tido como "humilde" e "espiritualizado", Divaldo acumula prêmios e tesouros terrenos, repercutindo demais como palavreador e dublê de ativista da paz que não consegue sequer resolver um problema com a "farinata", que o "médium" apoiou sem cobrar, como um líder declarado deveria fazer, perícias técnicas para ver se o alimento poderia ou não ser lançado no Você e a Paz.

Os "médiuns" falam tanto em desapego, mas seus seguidores são apegados a eles de maneira extremamente doentia. Chega-se a aceitar que se percam coisas necessárias, que se percam pessoas queridas das mais essenciais, e cria-se uma educação esquisita na qual as pessoas se desapegam do que é mais necessário, mas continuam apegadas, de maneira doentia, àquilo que não lhes serve. Aceitamos a morte em boa parte prematura, de tantos e tantos brasileiros que contribuíram para nossas vidas, mas se alguém falar que um feminicida como Doca Street está no fim da vida, as pessoas reagem com pavor.

Se fizer uma devassa no que fazem os "médiuns espíritas", as pessoas que se deixam dominar por apelos emotivos fortíssimos para adorá-los vão tomar muitos e muitos choques. Não percebem elas que são tomadas de ilusões, de paixões cegas motivadas pelos caprichos de uma fé religiosa que, num contexto bem materialista, forja os "iluminados da vida eterna" com as sensações emotivas de cunho terreno e material. As paixões da Terra também podem forjar seus pretensos "espíritos de luz".

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