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Fato de Chico Xavier evitar "psicografar" Machado de Assis indica fraude em 'Parnaso de Além-Túmulo'

(Autor: Professor Caviar)

Algo muito estranho na suposta psicografia literária de Francisco Cândido Xavier é que ele, na época em que esta produção estava a pleno vapor - como as obras Parnaso de Além-Túmulo e a suposta série Humberto de Campos / Irmão X - , evitou "psicografar" obras atribuídas a Machado de Assis, um dos maiores escritores brasileiros e bastante popular em seu tempo.

O fato dele não ter aparecido na antologia poética de 1932 causa estranheza. Machado de Assis publicou poemas em vida. Parnaso de Além-Túmulo incluiu textos em prosa. O prestígio e o carisma do escritor de Memórias Póstumas de Brás Cubas e um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras era notório e ele teria sido incluído na "plêiade" literária, se ela tivesse realmente sido autêntica. Afinal, outro fundador da ABL, Olavo Bilac, tem seu nome creditado num dos poemas. E, mais tarde, o próprio Chico Xavier se apropriaria de Humberto de Campos, outro ilustre membro do clube literário.

A exclusão de Machado de Assis dá indícios de fraude, porque a sua "ausência" denuncia o fato de que o escritor é bastante conhecido em seu estilo e um pastiche literário poderia botar a perder a ambiciosa publicação da FEB, que se promovia pelo apelo sensacionalista de "reunir" diferentes poetas e escritores, incluindo alguns prosadores e autores anônimos.

Por isso, o "primeiro livro psicográfico" de Chico Xavier tinha que investir em autores que, mesmo relativamente populares, eram um pouco menos conhecidos, para, assim, promover sensacionalismo literário sem ir longe demais. O livro já causou estranheza ao ser alterado cinco vezes, com exclusões e alterações de poemas e inclusões de outros, pondo em xeque a tese de que o livro é uma "obra acabada da espiriualidade superior". Se realmente fosse uma obra autêntica, e ainda mais neste sentido, não teria sofrido tamanhas alterações.

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