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Apoio de Divaldo Franco à Operação Lava Jato é gravíssimo. É apoiar o Estado de Exceção


(Autor: Professor Caviar)

As esquerdas que acreditam no "espiritismo" brasileiro vivem do habitual wishful thinking que só está lhes causando problemas. As forças progressistas, seduzidas por certos fenômenos que acreditam estarem ligados a gente humilde, mas não estão, como o "espiritismo" e o "funk" - um ritmo dançante comercial que nunca deveria ter sido levado a sério, mas foi levado a sério demais - , deixam tudo a perder por conta dessa adoração aos "cavalos de troia" da sociedade do espetáculo.

Tomadas de wishful thinking, elas pensam a realidade não como ela é, mas como desejariam ser. E como recebem uma narrativa oficial sobre os "médiuns espíritas", inseridos em cenários floridos típicos de Teletubbies ou cercados de crianças brincalhonas e alegres, idealizam apenas coisas agradáveis desses ídolos da fé (ir)raciocinada.

Francisco Cândido Xavier e Divaldo Pereira Franco são alvos de muita idealização. A reputação deles repousa não nas qualidades que eles têm, mas que eles não têm, por serem muito fantásticas. Muitos nem sabem que os dois formaram suas ideias numa combinação entre o misticismo de Jean-Baptiste Roustaing e a herança brasileira do Catolicismo jesuíta colonial, de moldes ainda medievais. A deturpação do Espiritismo é ainda uma grande novidade para muitos deslumbrados dessa seita igrejeira à qual o nome de Allan Kardec é apenas fachada.

O "espiritismo" brasileiro virou a religião na qual se fantasia e se inventa tudo. Como ainda é um mistério a vida espiritual, se idealiza demais as coisas. Tudo virou imaginário, imaginação, ilusão. Criam-se falsas psicografias, caprichando nos apelos religiosos para afastar as desconfianças. Cria-se um arremedo de caridade, tido como "Assistência Social", mas nunca além dos limites assistencialistas que se vê em quadros como o programa Caldeirão do Huck, sendo mais uma "filantropia" que superexpõe o "benfeitor" em detrimento dos mais necessitados, que também são menos beneficiados, por mais que recebam algum benefício.

Em outras palavras, sob o rótulo de "espiritismo", faz-se o que quiser, qualquer erro cometido se põe a culpa no obsessor ou em terceiros encarnados, ninguém é responsável pelos erros que cometem, mas pode ser responsável pelos acertos que não fazem. E Divaldo Franco, a "bola da vez", anda se projetando como um risível dublê de pacifista, um "pacificador" de bancada, um sujeito que acha que pode parar as guerras do mundo com um "balé de palavras".

É patética a unanimidade que beneficia Divaldo Franco, que deveria causar estranheza sob diversos aspectos, inúmeros, que dão um longo livro. Citemos alguns: a embalagem excessivamente bela da voz melíflua, das poses de mansuetude e alegria permanente, do açúcar das palavras, não é sinal de uma pessoa realmente evoluída e humanista, porque os verdadeiros evoluídos e humanistas não se medem por esse aparato "belo demais para ser verdade".

Os verdadeiros evoluídos e humanistas falam como pessoas normais, sem a tonalidade melíflua nem o discurso empolado e dócil. Nem sempre aparecem sorrindo. Nem sempre estão associados a paisagens floridas. Em muitos casos, são enérgicos e, mesmo pacifistas, não temem criar conflitos e confusões para defender causas mais justas abafadas pela injustiça das circunstâncias.

Muitos brasileiros ainda têm muito o que aprender. Estão caindo da cama depois de sonhar com os "médiuns espíritas" como débeis-mentais infantilizados, sobrevoando cenários de Teletubbies e achando tudo lindo e maravilhoso. Acham que estão protegidos por energias elevadas, mas, quando alguma adversidade lhes chega, já saem xingando, se preciso, até o próprio Jesus de Nazaré!!

O CONSERVADORISMO DE DIVALDO FRANCO QUE AS ESQUERDAS NÃO QUEREM ADMITIR

Perguntamos a certas pessoas de esquerda: será que não estão vendo novelas da Globo demais? Será que não estão ficando tempo demais no Facebook e nos WhatsApp? Será saudade dos tempos da infância, onde a fantasia poderia se aliar à realidade cotidiana? Ou alguma necessidade de anestesiamento social?

A reação dos esquerdistas a episódios que envolvem Divaldo Franco em contextos sócio-políticos de direita, como a homenagem que ele, pessoalmente, ofereceu ao reacionário prefeito de São Paulo, o elitista João Dória Jr., dando-lhe o direito de lançar um alimento estranho, depois descartado, e a defesa que o "médium" fez à Operação Lava Jato, em mais de uma ocasião.

"Corrija isso, Divaldo!", dizia um deslumbrado no Facebook, ao saber que seu ídolo era um tiete da "República de Curitiba". Quanta ingenuidade desse cara, motivado por uma narrativa de "caridade" e "paz" montada pela Rede Globo de Televisão, que blinda os "médiuns espíritas" e os utiliza como contraponto aos pastores eletrônicos neopentecostais das concorrentes.

Teve muita gente "muito triste" ao ver Divaldo apoiando Dória e a "farinata". E gente estranhando ver o "médium" apoiando o vale-tudo jurídico de Sérgio Moro, Deltan Dallagnol, Carlos Fernando dos Santos Lima e companhia. Gente ainda com a pulga saltitando atrás da orelha.

Mas até com Chico Xavier é assim. O sujeito era reacionário, mas as esquerdas até adoravam ele misturando sensações emotivas de wishful thinking, fascinação obsessiva, paixões religiosas e até mesmo a "síndrome de Estocolmo", no caso de haver provas de que o "médium" de Pedro Leopoldo e Uberaba sempre foi uma figura conservadora. No "espiritismo", as pessoas aceitam até serem masoquistas, pelo apego à adoração dos "médiuns". Também pudera, o "espiritismo", defensor da Teologia do Sofrimento, sempre faz apologia às desgraças humanas, é ótimo para seus palestrantes vender livrinhos e fazer turismo às custas do sofrimento dos outros.

Muitos se esquecem que Chico Xavier defendeu a ditadura e esculhambou as esquerdas, os operários, os camponeses e os sem-teto, numa entrevista de grande audiência no popular programa Pinga Fogo, na TV Tupi, em 1971. Chico defendia a ditadura militar, que estava na sua fase mais desumana, enquanto outros direitistas, como Carlos Lacerda, Carlos Heitor Cony e Alceu Amoroso Lima estavam na oposição e reivindicando a redemocratização do país. Daí que chocante não é revelar o direitismo de Chico Xavier, mas ver as esquerdas adorando cegamente uma figura dessas. Vejamos o que ele havia dito:

"Temos que convir (...) que os militares, em 3l de março de 1964, só deram o golpe para tomar o Poder Federal, atendendo a um apelo veemente, dramático, das famílias católicas brasileiras, tendo à frente os cardeais e os bispos. E, na verdade, com justa razão, ou melhor, com grande dose de patriotismo, porque o governo do Presidente João Goulart, de tendência francamente esquerdista, deixou instalar-se aqui no Brasil um verdadeiro caos, não só nos campos, onde as ligas camponesas, desrespeitando o direito sagrado da propriedade, invadiam e tomavam à força as fazendas do interior. Da mesma forma os “sem teto”, apoderavam-se das casas e edifícios desocupados, como, infelizmente, ainda se faz  hoje em dia, e ali ficavam, por tempo indeterminado. Faziam isto dirigidos e orientados pelos comunistas, que, tomando como exemplo a União Soviética e o Regime Cubano de Fidel Castro, queriam também criar aqui em nossa pátria a República do Proletariado, formada pelos trabalhadores dos campos e das cidades".

Os esquerdistas caem da cadeira, se machucam, mas mantém sua obsessão doentia por Chico Xavier, por causa de seu estereótipo de velhinho frágil e sorriso debilitado. Pura zona de conforto. As pessoas idolatram esses "médiuns", como Chico Xavier e Divaldo Franco, porque depositam neles as virtudes - que nem eram tão reais assim da parte deles - que as próprias pessoas são incapazes de exercer por conta própria. Daí que os seguidores de Chico e Divaldo não são necessariamente pessoas muito bondosas ou generosas, apenas são "gentis" e "simpáticas" conforme as conveniências do momento.

O choque que muitos têm ao ver Divaldo Franco envolvido com situações de reacionarismo político e sócio-cultural ainda cria uma reação do tipo do marido corno-manso. "Impossível eu ser traído. Minha esposa é santa, só está saindo com seus priminhos, não creio que ela seja levada no mau caminho, isso é invenção de gente maldosa".

Mas, no caso de Divaldo, essa visão complacente afirma que ele "foi levado ao mau caminho por terceiros". As pessoas idealizam demais os "médiuns" e não admitem que eles podem cometer más decisões em plena consciência de seus atos, acham que eles estão sendo "desviados por terceiros", estão sendo vítimas da "maledicência alheia" ou sendo "guiados por obsessores".

O apoio de Divaldo Franco à Operação Lava Jato é gravíssimo. Tanto na hipótese dele ter apoiado essa operação sem saber dos seus equívocos quanto na hipótese de ter apoiado por se afinar com seu caráter conservador, Divaldo se encontra numa enrascada, como sempre se observa quando se acredita que ele agiu sem saber ou agiu sabendo.

Se Divaldo agiu sem saber, então ele não é sábio, não é aquele sujeito que se acredita ter respostas para tudo, porque acabou falhando nessa missão. Se Divaldo agiu sabendo, então ele não é aquele ativista brilhante e humanista admirável que tantas pessoas acreditam que ele seja, já que ele se identifica muito bem com certas posições bastante reacionárias.

Mas o apoio à Operação Lava Jato, em si, é gravíssimo. É apoiar o estabelecimento do Estado de Exceção que domina o Brasil desde 2016. Os "espíritas" sinalizaram esse apoio todo, desde as passeatas do "Fora Dilma" até as reformas retrógradas do governo Michel Temer, a trabalhista e a previdenciária. Chegaram mesmo a atribuir as passeatas organizadas por grupos como o fascista Movimento Brasil Livre (de Kim Kataguiri e Fernando Holiday) como "início da regeneração da humanidade".

A equipe da Operação Lava Jato, que Divaldo Franco definiu como "Missionários da Ordem do Bem protegidos pelo Plano Superior Divino", comete vergonhosas irregularidades jurídicas, como a parcialidade nas abordagens dos suspeitos, adota métodos fascistas de investigação ou inquérito, como as conduções coercitivas e delações premiadas, além de seus membros romperem com o compromisso de isenção ao aceitar homenagens e adulações da mídia e dos fãs.

Sobre as delações premiadas, é bom deixar claro que o ex-advogado da Odebrecht, Rodrigo Tacla Duran, denunciou que havia uma "indústria de delações", com os "missionários do bem" cobrando propinas para negociar delações e prisões dos suspeitos de esquemas de corrupção.

Além do mais, os julgamentos da Operação Lava Jato e a agressividade das prisões e conduções coercitivas revela a chamada "ditadura do Judiciário" ou "império da toga", um processo de arbítrios semelhante ao da ditadura militar, embora o poder executor seja outro, trocando a farda pela toga, os quartéis pelos tribunais. É o atual estágio de Estado de Exceção, movido pelo lawfare, a partidarização da Justiça, um projeto originalmente bolado pelo Plano Atlanta, um projeto de combate aos governos progressistas lançado em 2012 num hotel da conhecida cidade dos EUA.

Divaldo Franco, dessa forma, não age muito diferente de Robson Pinheiro, o único "médium espírita" que começa a ser rejeitado até mesmo pelos "espíritas" mais condescendentes. Robson lançou livros "mediúnicos" nos quais acusava o PT de estar "a serviço de espíritos trevosos", chegando a definir como "golpe" ou "quadrilha" os projetos de governos esquerdistas da América Latina.

É triste, na verdade, ver que os esquerdistas ficam com postura complacente de cornos-mansos com os "médiuns espíritas". Acham que eles nunca os traem, e as piores traições são vistas como se fossem "desvios movidos por terceiros". Não é assim. Se um "médium" adota posturas ou atitudes sombrias, é porque ele não é aquela maravilha que seus seguidores pensam. Não se pode investir no pensamento desejoso, sob pena de contrair desilusões ainda maiores.

O que Divaldo Franco demonstrou agora é só um aperitivo. Mais coisas sombrias ele e o "movimento espírita" em geral, incluindo revelações póstumas sobre Chico Xavier, serão divulgadas amplamente e furarão o cerco da mídia alternativa. É bom as esquerdas se acostumarem, antes de teimarem em ficar na zona do conforto do wishful thinking. Até para não se machucarem de tanto caírem de camas e cadeiras após as fantasias desfeitas.

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