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Poema de Homero já alertava sobre as tentações emotivas. E os brasileiros, hoje, apegados aos "médiuns"

(Autor: Professor Caviar)

Na Antiguidade Clássica, já houve um enredo no qual alertava sobre o perigo das tentações. Esse perigo foi compreendido pela metade, considerando o aparato sexual da narrativa poética, porque não se percebe que as piores tentações nem sempre vêm do sensualismo e da sedução mais orgiástica.

A Odisseia, poema atribuído a Homero, foi uma grande obra da Antiguidade Clássica que sobreviveu aos nossos tempos e narra as aventuras do guerreiro Ulisses. Em dado momento, enquanto ele navegava pelas águas, é tomado de sedução por um trio de sereias, consideradas monstros mitológicos que, marcados pelo aparato da beleza e do canto sedutor e hipnótico, levaram muitos navegadores à perdição, morrendo afogados no mar.

A interpretação mais comum se refere às tentações do sexo, superestimando a figura das sereias, narradas como se fossem mulheres belas, porém traiçoeiras. Poucos conseguem ir além, alertando para o perigo dos apelos emocionais de certas religiões, que podem se tornar bastante traiçoeiros, ainda que desprovidos do aparato do sexo e das orgias em geral.

No "espiritismo" brasileiro, se alerta para o perigo desses apelos emotivos, que leva muitos céticos à perdição do igrejismo sedutor. Trata-se do mais perigoso método de manipulação da mente humana, o "bombardeio de amor", que no Brasil é tido como coisa "absoluta e indiscutivelmente positiva", mas que conceituados analistas da mente humana definem como um recurso falacioso dos mais perigosos e ameaçadores.

O "bombardeio de amor" envolve apelos emotivos exagerados e extremamente fortes, que provocam um transe nas pessoas que resulta na submissão aos "médiuns espíritas". O apelo do "bombardeio de amor" impulsiona dois tipos de obsessão, bastante perigosos, previstos por Allan Kardec, a fascinação obsessiva e a subjugação.

No caso dos seguidores dos "médiuns espíritas", o tipo de obsessão mais comum é o da fascinação. Os "médiuns" Francisco Cândido Xavier e Divaldo Franco são beneficiados pela fascinação obsessiva que envolve não só os "espíritas" declarados, mas supostos leigos e céticos que se sentem atraídos pela perigosamente sedutora imagem desses ídolos religiosos. Juntos, Chico Xavier e Divaldo Franco seduzem as pessoas usando apelos que vão de imagens de crianças sorridentes e paisagens floridas a, no caso do segundo, um modo sedutor e hipnótico de oratória, entre a voz melíflua usada para depoimentos e a teatralidade vocal e gestual durante as palestras.

Isso não é bom. É extremamente ruim e traiçoeiro, e o "bombardeio de amor" foi usado pelos dois "médiuns", cruéis deturpadores dos ensinamentos espíritas originais, para atrair seguidores e seduzir a opinião pública. É um meio traiçoeiro de promoção pessoal, e é assustador que isso tenha resultado numa adesão quase unânime a esses dois exploradores da fé humana.

Esses apelos são muito traiçoeiros. Travam a razão e deixam as pessoas desnorteadas quando são informadas pelas irregularidades desses "médiuns". Seduzidas pelos apelos emotivos extremos, que dominam a alma de maneira mórbida e manipuladora, escravizando qualquer pessoa à mística dominadora desses "médiuns" que traíram Kardec, as pessoas não têm a menor coragem de questioná-los, aceitando até mesmo seus piores erros, acreditando em ideias sem nexo que os "médiuns" divulgam em seus livros de gosmento igrejismo.

Para piorar, as pessoas se submetem a essa mistificação acreditando que estão ao lado do Conhecimento, do Saber, da Filosofia. Estão sendo enganadas redondamente por esses "médiuns" mistificadores, que ainda por cima são levianamente associados ao mesmo Allan Kardec que esses ídolos religiosos brasileiros traem com gosto e muita hipocrisia, porque se julgam "fiéis" àquele que traem.

Há a ilusão de que a adoração aos "médiuns espíritas" traz vibrações elevadas, o que é um grande engano. Trata-se de uma sensação de aparato de falsa tranquilidade, que na verdade é um perigoso êxtase religioso que faz as pessoas chorarem copiosamente, como numa "masturbação" feita com os olhos. Mas o aparato de serenidade, alegria e comoção revela, na verdade, um transe muito perigoso, porque é uma falsa elevação vibratória, que, à menor contrariedade, resulta em explosões de ódio e muito rancor.

É preciso resistir a esses mecanismos habilidosos e persistentes de manipulação e sedução da mente humana. Kardec havia prevenido da fascinação obsessiva que investe nos mais engenhosos apelos emocionais para dominar as pessoas, usando até mesmo falácias pseudo-racionais, falsamente fraternais e ideias tendenciosas ligadas ao "amor, paz, fraternidade e sintonia com Deus". 

A adoração aos "médiuns espíritas", portanto, é um tipo de obsessão que precisa ser combatido com energia, sem dar a menor consideração, por mais relativista ou atenuante que seja, ao aparato sedutor de "doçura" atribuído aos "médiuns espíritas", a começar pelos exemplos traiçoeiros conhecidos de Chico Xavier e Divaldo Franco. Forte não é aquele que adere aos "médiuns espíritas", mas que resiste com firmeza inabalável às tentações emotivas trazidas por eles.

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