(Autor: Professor Caviar)
A imagem de "progressista" do "espiritismo" brasileiro é só fachada. Os "espíritas" fazem apologia ao sofrimento humano, abraçando a causa da Teologia do Sofrimento com muito gosto, adotam moral conservadora que inclui a reprovação generalizada do aborto - o aborto é uma das pautas caras das esquerdas - e ainda criminalizam e culpabilizam a vítima, através de teses como os "reajustes espirituais", feitas ao arrepio da Ciência Espírita.
Fala-se nisso na véspera do julgamento do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva pelos desembargadores do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, em Porto Alegre, evento que pode trazer impacto para a corrida presidencial deste ano. As esquerdas apostam na absolvição de Lula, hipótese pouco provável vide a Justiça tendenciosamente hostil a ele, seguindo o coro dos oposicionistas que querem o ex-presidente posto na cadeia "na marra".
Fala-se nisso na véspera do julgamento do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva pelos desembargadores do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, em Porto Alegre, evento que pode trazer impacto para a corrida presidencial deste ano. As esquerdas apostam na absolvição de Lula, hipótese pouco provável vide a Justiça tendenciosamente hostil a ele, seguindo o coro dos oposicionistas que querem o ex-presidente posto na cadeia "na marra".
É preocupante o apoio das esquerdas a ícones "espíritas" como Francisco Cândido Xavier e Divaldo Franco, sob motivações muito mal explicadas que se comparam com o uso de Sérgio Moro e Gilmar Mendes das leis do Direito. Os esquerdistas se deixam levar pela suposta humildade dos dois "médiuns" - que sempre viveram do culto à personalidade - e mesmo a patriotada do Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho (que, na verdade, é uma restauração, em território brasileiro, do Império Romano e do Catolicismo medieval, e o livro se afina, nisso, com as predições da "religião únificada" de J. B. Roustaing em Os Quatro Evangelhos), é confundida com algum projeto político progressista.
Os esquerdistas são sensatos e coerentes em muitos momentos, mas em outros adotam uma ingenuidade e uma complacência que lhes pode ser mortal. Acreditando no poder da bregalização cultural, os esquerdistas deixaram o povo pobre se distrair do entretenimento "popular demais", desviando de assuntos e debates importantes, o que fez o esquerdismo se enfraquecer e ser degolado pelo direitismo político que levou Michel Temer ao poder. Os "espíritas" apoiaram o golpe político de 2016, é bom deixar bem claro.
Além disso, os "espíritas" confirmaram o apoio ao governo Michel Temer: definiu as passeatas do "Fora, Dilma" como "início da regeneração da humanidade", mesmo exibindo mensagens de ódio e símbolos nazistas. Publicações "espíritas" passaram a fazer mais apologia ao sofrimento humano, pedindo para os sofredores aceitarem suas desgraças, havendo até o apelo reacionário do "combate ao inimigo de si mesmo". Essas mensagens tiveram um recado subliminar de preparação dos brasileiros para as amargas reformas do governo Temer.
As esquerdas não conseguem explicar o apoio aos "médiuns espíritas", figuras conservadoras e retrógradas até na aparência. Chico Xavier e Divaldo Franco remetem a figuras que parecem ter surgido na República Velha, o primeiro um caipira beato e católico ortodoxo, o outro, também católico ortodoxo, mas simpatizante de esoterismo, com ares professorais do tempo da Educação hierarquizada, que quer ser recuperada pelo projeto Escola Sem Partido.
Divaldo Franco homenageou, por decisão própria, o prefeito tucano de São Paulo, João Dória Jr., sem que houvesse razão para isso. Possivelmente seria para obter apoio financeiros às obras de suposta caridade. Tal atitude revela a sintonia dos "médiuns espíritas" aos políticos de direita, algo que não pode ser visto como mera coincidência ou sob o pretexto de "não misturar política com religião". Chico Xavier sonhava com líderes políticos ao mesmo tempo bonapartistas e neoliberais, vide personalidades como Fernando Collor, Aécio Neves e o possível presidenciável Luciano Huck.
Não há como os esquerdistas explicarem o "progressismo" dos "médiuns espíritas" senão pelo wishful thinking. Os esquerdistas, além disso, endeusam os "médiuns" por qualidades duvidosas ou inexistentes: a "caridade" que não difere muito dos quadros "assistenciais" do Caldeirão do Huck, livros "científicos" que soam plágios ruins de obras científicas sérias, visões ufanistas que parecem progressistas mas não são, sendo apenas patriotadas de gosto muito duvidoso.
Os esquerdistas deveriam contestar e investigar os "espíritas" como fazem com os neopentecostais. Deveriam se conscientizar da gafe que fizeram no caso Divaldo Franco-farinata em que o prefeito Dória ostentava a camisa do Você e a Paz com o nome do "médium" creditado na roupa e ninguém notou. "Esconderam" Divaldo e seu evento, se esquecendo que ele foi o idealizador e anfitrião do evento do lançamento da "ração humana" que, de tanta má repercussão, foi descartada. Um grande "mico", que as esquerdas perderam uma grande oportunidade de dar uma cobertura crítica e corajosa, sem complacências com um ídolo religioso.
Os "médiuns espíritas", vale lembrar, também são protegidos das Organizações Globo, que demonstraram explicitamente blindar Chico, Divaldo e João de Deus ("médium" goiano que manifestou seu desejo de ver Sérgio Moro presidindo da República), algo que não pode ser visto como mera coincidência ou questão de casualidade.
Se as esquerdas continuarem endeusando os "médiuns espíritas", que são conservadores e protegidos da Rede Globo, elas vão acabar elegendo Luciano Huck para a Presidência da República. O golpe de 2016 se deu por causa das complacências dos esquerdistas.
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