O autor Juliano Pozati, empresário, documentarista e palestrante "espírita", no livro que escreveu com Rebeca Casagrande, Data-Limite Segundo Chico Xavier (livro derivado do documentário, por sua vez derivado do livro Não Será em 2012, de Geraldo Lemos Neto e Marlene Nobre), escreveu uma interpretação errada da resenha de duas partes que o escritor Humberto de Campos fez de Parnaso de Além-Túmulo, de Francisco Cândido Xavier. Vejamos o que Pozati escreveu no livro de 2015:
"O próprio Humberto de Campos, então membro da Academia Brasileira de Letras, reconheceu nos poemas psicografados por Chico o mesmo estilo literário distinto e exclusivo, que os poetas mortos tinham em vida. Não se trata de uma pessoa qualquer que simplesmente se aventurou em criticar ou tecer comentários sobre a obra psicografada do médium mineiro. Era uma autoridade em literatura e língua portuguesa, alguém que saberia muito bem distinguir os textos de um charlatão, farsante, do trabalho de poetas e companheiros de academia".

O que Pozati ignora é que Humberto de Campos escreveu uma IRONIA. O texto tem um aspecto humorístico e nota-se que Humberto, no final, desaprovou a iniciativa de Chico Xavier e o aconselhou a não investir mais na "psicografia", para que os "autores mortos" não roubem o ganha-pão dos escritores vivos.
Humberto nem de longe falou que as obras eram verídicas. Com sua ironia, ele teria apenas "reconhecido semelhanças". Mas pode ser que esse "reconhecimento" soa também jocoso, dizendo que era uma "imitação perfeita". Embora isso pareça mais implícito, o que se sabe é que Humberto não autenticou o estranhíssimo livro de Chico Xavier (que sofreu suspeitíssimos reparos editoriais, por cinco vezes em 23 anos).
Pozati quer vender sua imagem de intelectual, dizer que "adora Ciência", fingir que adora ler O Livro dos Médiuns (que, por antecipação, denuncia más práticas depois observadas em Chico Xavier e Divaldo Franco) e ainda mente dizendo que Chico "também adorava Ciência". Não. Chico Xavier via na Ciência "fonte de maledicências" e só admitia as atividades científicas nos limites em que evitava investigar aspectos duvidosos e abusivos da Religião.
Portanto, Pozati errou feio em sua avaliação. Quis puxar Humberto para legitimar Chico Xavier, com o autor maranhense há muito tempo sem poder reclamar. Sabe-se que Chico Xavier também faleceu, mas este já obteve toda a promoção pessoal do mundo e todas as glórias da Terra, vivendo às custas da cegueira emotiva das paixões religiosas e da fascinação obsessiva à pessoa do "médium", alimentada pelo perigoso recurso do "bombardeio de amor". Só mesmo no Brasil um arrivista que lançou livros fake como Chico Xavier pode ser considerado "santo".
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