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Deixem o menino estudar Engenharia em paz! Ele não é um missionário!


(Autor: Professor Caviar)

Nos noticiários recentes, divulga-se que o menino de nove anos, o belga Laurent Simons, está terminando seu curso de Engenharia Elétrica, numa universidade da Holanda, a Universidade de Tecnologia de Eindhoven (TUE), e que, segundo seus pais, planeja fazer Doutorado e também deseja ter aulas de Medicina.

O curso de Engenharia Elétrica é considerado muito complicado e o menino, no entanto, cursou precocemente a área com surpreendente habilidade. A atuação acadêmica do menino é considerada promissora e ele manifesta desejos de fabricar órgãos artificiais para a resolução de doenças. Daí que ele também quer ensinar Medicina e, talvez, fazer um curso nessa área.

O garoto, apesar disso, tem uma vida de criança comum. Se comporta e age como um garoto comum de sua idade, e ele manifestou seu desejo de, antes de fazer o Doutorado, tirar umas férias com a família no Japão. Ele também aparenta um garoto comum, não havendo, felizmente, o desenvolvimento físico prematuro.

O rapaz tem apenas uma inteligência fora do comum e sua capacidade de imaginação o impulsionou a desenvolver um aprendizado de Engenharia e Medicina que a Ciência, aparentemente, não pôde encontrar motivação para tanta precocidade.

No meio "espírita", a tendência é seus partidários se apressarem e atribuir Laurent Simons a um suposto novo missionário. Crianças dotadas de inteligência refinada são classificadas de "missionárias" ou, nas abordagens do "médium" Divaldo Franco, como "crianças-índigos" ou "crianças-cristais".

É uma abordagem que parece "maravilhosa", mas é discriminatória e movida a valores hierárquicos. Primeiro, porque discrimina uma criança de ser profundamente inteligente. Segundo, porque isola as pessoas diferenciadas, neste sentido, num conceito ao mesmo tempo hierarquizado e preconceituoso.

HAVERÁ MAIS CRIANÇAS INTELIGENTES, E NÃO É POR MOTIVO "MISSIONÁRIO"

Esquecem os "espíritas" que crianças de inteligência refinada - consta-se que Jesus de Nazaré foi uma dessas crianças, em seu tempo - são apenas almas que, reencarnadas, não querem perder tempo. Em maioria, são espíritos que teriam morrido, em encarnação anterior, de forma prematura ou no auge de suas atividades, e que, quando reencarnadas, não querem esperar até os 20 anos para exercer sua inteligência plena.

Os espíritos já têm que enfrentar um hiato de, pelo menos, dois anos quando reencarnam. Isso vai desde o momento de nascimento até o desenvolvimento de seus primeiros dons de raciocínio. Essa limitação já é muita para espíritos que, na encarnação anterior, morreram cedo ou no auge de suas atividades - neste caso, podemos mencionar figuras como José Wilker, Paulo Henrique Amorim e Beth Carvalho - , que viram escapar de suas mãos um prazo estimado de, em média, de 20 a 70 anos.

Daí ser difícil, para alguém que morre cedo, por exemplo. Uma pessoa que morre na casa dos 40 anos, interrompendo suas atividades, vai ter que esperar dois anos após a reencarnação para recobrar a percepção de mundo, por causa das condições da formação física, que, obviamente, impedem a pessoa recém-nascida de vir ao mundo já com as faculdades mentais desenvolvidas.

A situação da reencarnação já é complicada para essas pessoas. As mudanças profundas da sociedade obrigam a pessoa reencarnada a recomeçar os planos do zero. Se uma pessoa fez uma realização pioneira numa encarnação e morre cedo, ela não pode mais assumir esse pioneirismo na encarnação posterior, porque a essas alturas muita gente já aprendeu os "macetes".

Da mesma forma, nem sempre as condições sociais são prósperas para quem reencarna. Tudo muda, tudo se torna diferente, e será questão de muita sorte que as condições, pelo menos em aspectos mais genéricos, se aproximem das da encarnação anterior.

Com tantas personalidades morrendo prematuramente ou no apogeu de suas trajetórias, é bem provável que haverá mais gente com inteligência refinada como Laurent Simons. O que esse menino faz é absolutamente normal: ele apenas não quer perder tempo, esperando 20 anos para realizar suas habilidades.

O caso será comum e é melhor ninguém atribuir a essas pessoas alguma função missionária, extraordinária, messiânica ou de outra natureza mística ou sobrenatural. O que as crianças com inteligência refinada querem é compensar a perda de tempo em encarnações interrompidas para se adiantarem no desenvolvimento da inteligência e da criatividade. Somente isso. Não há milagres, como também não há "crianças especiais", sejam índigos, luzes, cristais, estrelas etc. O que há são somente crianças não querendo perder tempo e, podendo exercer suas inteligências cedo, os fazem imediatamente.

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