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Chico Xavier e o uso irresponsável dos nomes dos mortos


(Autor: Professor Caviar)

Não foi por falta de aviso que o Brasil sucumbiu à deturpação e se tornou refém dos chamados "médiuns espíritas" brasileiros, que passaram a exercer, mesmo vestindo a máscara da pretensa humildade, um poder descomunal. Allan Kardec, aniversariante de hoje, havia alertado várias vezes sobre a ação de "inimigos internos" na Doutrina Espírita, que usariam os mais atraentes apelos para seduzir até aqueles que possuem um certo grau de esclarecimento, através de uma habilidosa deturpação doutrinária.

Se aproveitando da desinformação da maior parte dos brasileiros, esses oportunistas da fé costumam usar de suposta paranormalidade para dominar as pessoas. E poucos conseguem admitir que Francisco Cândido Xavier, conhecido pelo apelido de Chico Xavier, foi uma das pessoas mais astutas, traiçoeiras e maliciosas da história do nosso país, muito mais próximo de farsantes como Marcelo VIPs Nascimento do que de Jesus Cristo.

Sim, Chico Xavier é o maior inimigo interno advertido, com décadas de antecedência, pela Doutrina Espírita original. Isso é chocante para muitos, mas é comprovado com exatidão nas obras do "médium" brasileiro, que contém vergonhosos desvios doutrinários, e aspectos já mencionados, de maneira contundente. em O Livro dos Médiuns: textos empolados, menção de "coisas boas" (as tais "lições de vida" e "mensagens fraternais") como isca para se aceitar ideias levianas (do moralismo ultraconservador aos devaneios materialistas sobre o mundo espiritual, ainda desconhecido de nós na Terra).

Na obra de Chico Xavier, há até mesmo a prática, condenada pela literatura espírita original, do uso de nomes ilustres para forçar o apoio dos leitores. A obra farsante Parnaso de Além-Túmulo, que poderia ser considerada, no sentido irônico, como um "clássico da literatura fake" no Brasil, é um exemplo disso, com o apelo sensacionalista e bom demais para ter um pingo de verdade de evocar diferentes autores, com o estranho processo de remendar cinco edições em pouco mais de duas décadas.

O livro de 1932 foi um exemplo do arrivismo de Chico Xavier, que a memória curta tenta a todo custo sepultar, enquanto promove o mito do suposto médium através da fascinação obsessiva e da exploração das paixões religiosas, que deixam as pessoas prisioneiras de uma mórbida e exagerada emotividade.

A partir dele, criou-se uma adoração por arrivistas, confundindo a ideia de que "errar é humano" com o uso do erro e das confusões por ele provocadas como "receita de sucesso". Hoje começa-se a questionar o fato de usar o erro como trampolim para se dar bem na vida, como se a pessoa dissesse: "Vou errar e cometer besteiras para subir na vida; depois de conquistar meus espaços, aí vou ver se banco o certinho".

Ninguém imagina quanta confusão Chico Xavier causou, de maneira irresponsável, abjeta e cínica, nos meios literários. As pessoas, dominadas pelas paixões religiosas, acham que Chico Xavier foi vítima e que os literatos é que foram os vilões da história, "não compreendendo" as obras "psicográficas" que levam os nomes dos mortos ilustres. Chegou-se à ideia imbecil de dizer que os problemas de estilo eram porque, no plano espiritual, certos aspectos "escapavam da compreensão humana", como se coisas absurdas estivessem alguma explicação "lógica" no sobrenatural.

Essa confusão faz Chico Xavier diferir, com efeito negativo para ele, de Kardec. O pedagogo francês tinha uma trajetória considerada digna, íntegra e sem escândalos nem oportunismos. Era elegante até no trato com polêmicas e deu duro na vida, sem patrocínios e sem apoio algum a não ser da esposa.

Chico Xavier aprontou confusões, irritou intelectuais sérios e respeitados, enganou as pessoas e em sua trajetória incluiu ato de revanche - a apropriação do nome de Humberto de Campos foi uma reação de Chico Xavier, irritado com a resenha irônica de Parnaso de Além-Túmulo, que se aproveitou da morte do escritor para usá-lo em proveito do "médium" - e uma série de incidentes bastante negativos.

Chico Xavier dividiu famílias, gerou discórdias, tudo porque sua suposta psicografia apresenta claras e preocupantes irregularidades que, com fortes indícios de provas, embora nunca oficialmente declaradas (a Justiça é movida por paixões religiosas e sofre subjugação pelo "médium"), sugerem literatura fake, cuja pretensa veracidade só é aceita por pessoas que são tomadas de emotividade cega e extrema, seduzida pelas paixões religiosas.

Os indícios vem desde falhas de estilos - um "Olavo Bilac" com estranhas falhas de métrica poética, uma "Auta de Souza" masculinizada e um "Humberto de Campos" tristonho e falando como um beato -  até caligrafias de mortos comuns que diferem totalmente das caligrafias que eles deixaram em documentos como carteiras de identidade, por exemplo. São irregularidades aberrantes, que, se o Brasil fosse um país menos imperfeito e menos ignorante, teriam derrubado Chico Xavier por definitivo, mas as paixões religiosas, o pensamento desejoso e a fascinação obsessiva (para não dizer subjugação) favoreceram o "médium", cujo mito cresceu de maneira perigosa.

E isso criou uma permissividade de falsas psicografias que abriu caminho para as fake news, como as ações de adultos que servem de exemplo para os hábitos das crianças. A farra dos "médiuns" que camuflam mensagens fake atribuídas a personalidades mortas por propaganda religiosa - o tal mershandising "cristão" - é um acinte, uma imoralidade das mais deploráveis, mas a presença de mensagens pretensamente "positivas" garante a impunidade.

Diante disso, os "médiuns" viram, de maneira criminosa e irresponsável, "donos dos mortos". Esse é o legado lamentável de Chico Xavier, ele mesmo um arrivista que queria ser semi-deus. Os brasileiros adoram Chico Xavier porque demonstram sentimentos de apego doentio a uma figura dessas que não merece 1% de adoração, só pelo fato de deturpar os ensinamentos espíritas em prol de um catolicismo medieval e de usar os nomes dos mortos em proveito próprio, até para disfarçar posições ultraconservadoras que o "médium" botava na responsabilidade dos falecidos e assim poder enganar as esquerdas e os ateus que também têm sua parcela de fascinação obsessiva.

Daí que Chico Xavier deixou um legado deplorável, revoltante, porque suas irregularidades extremas e seus aspectos negativos tornaram-se aceitos e naturalizados pelas paixões religiosas e, se ele é personificação de alguma coisa, podemos dizer que é a das sereias da Odisseia de Homero, que seduziam os navegadores com seus cantos. O "canto da sereia" de Chico Xavier deixa as pessoas com a falsa impressão de serem salvas e seguras, quando na verdade elas se tornam vítimas da perdição, reféns da adoração cega a um deturpador do Espiritismo.

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