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Para "espíritas", ricos são reencarnação dos bons e pobres a reencarnação dos maus


(Autor: Kardec McGuiver)

Apesar de negarem, é mais que explícito o fato de que "espíritas" são conservadores. É uma das muitas características que entram em choque com o progressismo de Allan Kardec, hoje reduzido a um misto de cartório e objeto de bajulação. E para entender o conservadorismo dos devotos de Chico Xavier, é preciso levar em conta um preceito bem básico.

"Espíritas" acreditam na teoria da "punição e recompensa" defendida pelas outras religiões cristãs e que o Espiritismo original nega de forma definitiva. Para os "espíritas", a reencarnação é uma situação de prêmio ou de castigo, com base, sob a ótica moralista, no que o cidadão tem feito na vida anterior.

Esta ideia está presente na obra Os Quatro Evangelhos, de Jean Baptiste Roustaing, obra muito seguida e pouco citada pelos "espíritas" brasileiros. Roustaing era católico, mas acreditava em reencarnação, como os fundadores da FEB. Mas como não tem carisma e nem se conhece a sua aparência, a FEB achou conveniente pegar as ideias de Roustaing e atribuir a responsabilidade das mesmas a Kardec, que apesar de "complicado" para quem prefere a fé do que a razão, atraia mais adeptos pela simpatia.

Roustaing defendia esse negócio de punição e recompensa e esta ideia passou a ser o ponto essencial para a deturpada forma de "Espiritismo" praticada no Brasil. Isso permitiu para que uma grave injustiça se transformasse em dogma dentro do "Espiritismo" brasileiro: a ideia de que os ricos são a reencarnação dos bons e os pobres a reencarnação dos maus.

Esta ideia faz com que os ricos sejam muito bem tratados, apesar dos excessos de benefícios que já possuem. Nada é cobrado deles, a não ser uma forma de caridade precária que não os livra de sua vida nababesca e não condena a ganância. 

POBRES, RICOS E O FALSO TESTEMUNHO DOS "ESPÍRITAS"

Lideranças "espíritas", como Chico Xavier, Divaldo Franco e outras, quando entram em contato com as elites, se limitam a receber prêmios e bajulá-los. Nunca se teve conhecimento de alguma liderança fazendo cobranças de autoridades para que haja alguma melhoria para os mais carentes. 

Em compensação, para os mais pobres, há uma negligência assustadora: nada é feito de forma eficiente em prol dos pobres, que são limitados a receber uma ajuda que nunca ultrapassa os limites humilhantes do assistencialismo. Isso explica o apoio de Divaldo Franco a uma forma de alimento animalesca, feita com alimentos sem origem confiável.

Em mais de 100 anos de "Espiritismo" brasileiro, fora a auto-gratidão pela suposta caridade feita, nada de concreto foi feito para eliminar a situação humilhante do povo pobre. Preocupados com o falso testemunho de acusar os pobres de sanguinários do tempos passados, o que é um absurdo, os "espíritas" abrem mão do perdão e decidem, além de julgar, punir os pobres pelo suposto mal feito.

Este pensamento mesquinho que se preocupa não com o presente mas com um passado imaginado e não comprovado, faz com que "espíritas" cometam assiduamente várias injustiças, indo totalmente contra o sentimento de caridade alegado com insistência da boca para fora.

Pois os "espíritas" querem um lugar ao céu, que para eles - segundo a obra de ficção Nosso Lar, de Chico Xavier, a "Bíblia" dos "espíritas"- é caracterizado por um grande shopping-hospital cheio de lindas pessoas brancas vestidas de branco mas com jeitão de zumbis e com todas as características (dinheiro, comida, sexo, animais, etc.) que um mundo material costuma ter.

O desejo de um céu tão materialmente confortável os faz fingir de bondosos, embora de fato o "Espiritismo" brasileiro nunca tenha estimulado a verdadeira caridade, aquela que cria meios eficientes dos obres saírem de sua condição humilhante de uma vez por todas.

O julgamento cruel feito pelos "espíritas" e a ausência do céu material proposto por Chico Xavier  e de Waldo Vieira, identidade por trás do personagem de ficção André Luiz, pode gerar inúmeras decepções nos seguidores da deturpada doutrina, mostrando que para ser bom não basta ter fé e tratar a carência econômica e social com paliativos.

O "Espiritismo" cada vez mais mostra seu lado cruel e sua total irresponsabilidade social. Sua pose arrogante de "doutrina mais caridosa do mundo" está cada vez mais sendo desmascarada.

Suas lideranças se mostram reduzidas e meros charlatães que até agora não disseram a que vieram, se limitando a fingir de "enviados de Deus" a bajular os mais ricos para que os pobres continuem morrendo, isolados em seus cantos insalubres. 

Jesus havia falado que falsos testemunhos são um pecado. Então para quê fazer acusações infelizes sobre a reencarnação de ricos e de pobres se nem mesmo nós temos condições de comprovar que fomos em vidas passadas? 

Todos responderão pelo falso testemunho, mas sem a forma de "punição e recompensa" imaginada no mundo material. 

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