Pular para o conteúdo principal

Devemos nos preparar para decepções

(Autor: Kardec McGuiver)

Os "espíritas" que  no fundo desconhecem as obras de Allan Kardec, além de acreditar que a humanidade está muito mais avançada do que comprova a realidade, ainda crê que espíritos "missionários" e de "evolução máxima"existem para nos "educar".

Mas segundo Allan Kardec, a evolução humana segue de forma lenta e gradual (cerca de bilhões, trilhões de anos) e que todos os espíritos que habitam a Terra pertencem a mesma ordem espiritual, variando apenas de sub-nível, o que é pouco para mudar a classificação.

Ou seja, tudo aquilo que os "espíritas" brasileiros acreditam a respeito da suposta perfeição espiritual de suas lideranças é puro dogma religioso. Ou melhor: pura lenda. Transformadas em divindades vivas, as lideranças "espíritas" nunca passaram de seres humanos falhos, imperfeitos e que possivelmente estão no início do processo de reencarnação. 

A lenda surreal de que Chico Xavier encerrou a sua capacidade de encarnar por supostamente ter atingido a perfeição é facilmente derrubada se usarmos a lógica e lermos com atenção detalhada as obras do codificador. Xavier errou mais do que acertou e tinha características que o definiriam como um espírito atrasado, mas não necessariamente mau.

Xavier tinha o intelecto atrofiado - não por proibição "divina", pois isso não existe; mesmo que tivesse intelecto latente, ele teria oportunidade de desenvolvê-lo - e por ser um beato religioso, sempre colocou a fé acima da racionalidade, o que favoreceu inúmeros erros, que dependiam de um desenvolvimento intelectual notável para serem corrigidos.

De qualquer forma, Chico Xavier era incompetente como liderança, assim como seu sucessor, Divaldo Franco. Ambos deixam muito a desejar como espíritas autênticos e nunca passaram de intrusos católicos enrustidos. Franco sempre despertou desconfiança pelo seu pedantismo, mas o caso da farinata foi a gota d'água para derrubar o mito de perfeição atribuído ao suposto médium baiano.

Uma grande maioria de "espíritas" é adepta do culto a personalidade. Vários fiéis depositam nas lideranças personalizadas uma confiança cega na resolução de muitos problemas. Se irritam de forma feroz quando seu ídolo é criticado, mesmo com críticas justas. Não conseguem imaginar a perfeição da doutrina com a ausência de figuras humanas.

O apego a lideranças "espíritas" é algo que desmoraliza a doutrina. Temos que aprender a cultuar ideias e não lideranças. Homens erram e no planeta de Provas e Expiação - que continua sendo de Provas e Expiação, segundo as observações kardecianas, não há homem incapaz de errar, mesmo sendo lideranças religiosas.

A decepção que muitos vem tendo com Chico Xavier, Divaldo Franco e muitas lideranças "espíritas", praticantes de muitos erros, deve ser assumida. O "Espiritismo" brasileiro nunca entendeu a doutrina original e optou por seguir o caminho inseguro da religiosidade cega, descartando definitivamente a racionalidade cientifica proposta pelo codificador.

Eu sei como é isso, pois acreditei tempos atrás nessas lideranças. A racionalidade me fez mudar de ideias e desmascarar estas crenças. É duro ter que admitir que pessoas tidas como "perfeitas" não correspondem às divindades vivas, "enviadas de Deus" em que acreditávamos.

Talvez esta queda do mito de perfeição atribuído às lideranças "espíritas" tenha criado dificuldades do aparecimento de uma nova liderança. A religião segue decaindo, perdendo seguidores, perdida sem poder explicar suas contradições e sem uma liderança que pudesse continuar com a mesma. 

Como a sabedoria sempre disse que mentiras têm pernas curtas, chegou a hora do "Espiritismo" brasileiro  fechar as suas portas. O "Espiritismo" que sempre fingiu ser kardecista, mas acendendo as velas para o igrejismo surreal de  Jean Baptiste Roustaing, sem nunca preocupar de corrigir seus erros e contradições, já não tem mais o que dizer. 

Infelizmente o trabalho árduo de Allan Kardec foi jogado no lixo. Mas pelo menos os responsáveis pela deturpação começam a ser descartados e de forma bem mais humilhante que o sempre ignorado, mas bajulado, professor francês. 

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Publio Lentulus nunca existiu: é invenção de "Emmanuel" da Nóbrega! - Parte 3

OBS de Profeta Gandalf: Este estudo mostra que o personagem Publio Lentulus, utilizado pelo obsessor de Chico Xavier, Emmanuel, para tentar dizer que "esteve com Jesus", é um personagem fictício, de uma obra fictícia, mas com intenções reais de tentar estragar a doutrina espírita, difundindo muita mentira e travando a evolução espiritual. Testemunhos Lentulianos Por José Carlos Ferreira Fernandes - Blog Obras Psicografadas Considerações de Pesquisadores Espíritas acerca da Historicidade de Públio Lêntulo (1944) :   Em agosto de 1944, o periódico carioca “Jornal da Noite” publicou reportagens investigativas acerca da mediunidade de Francisco Cândido Xavier.   Nas suas edições de 09 e de 11 de agosto de 1944, encontram-se contra-argumentações espíritas defendendo tal mediunidade, inclusive em resposta a uma reportagem anterior (negando-a, e baseando seus argumentos, principalmente, na inexistência de “Públio Lêntulo”, uma das encarnações pretéritas do

Provas de que Chico Xavier NÃO foi enganado por Otília Diogo

 (Autor: Professor Caviar) Diante do caso do prefeito de São Paulo, João Dória Jr., que divulgou uma farsa alimentícia durante o evento Você e a Paz, encontro comandado por Divaldo Franco, o "médium" baiano, beneficiado pela omissão da imprensa, tenta se redimir da responsabilidade de ter homenageado o político e deixado ele divulgar o produto vestindo a camiseta do referido evento. Isso lembra um caso em que um "médium" tentava se livrar da responsabilidade de seus piores atos, como se ser "médium espírita" permitisse o calote moral. Oficialmente, diz-se que o "médium" Francisco Cândido Xavier "havia sido enganado" pela farsante Otília Diogo. Isso é uma mentira descarada, sem pé nem cabeça. Essa constatação, para desespero dos "espíritas", não se baseia em mais um "manifesto de ódio" contra um "homem de bem", mas em fotos tiradas pelo próprio fotógrafo oficial, Nedyr Mendes da Rocha, solidário a

Um grave equívoco numa frase de Chico Xavier

(Autor: Professor Caviar) Pretenso sábio, o "médium" Francisco Cândido Xavier é uma das figuras mais blindadas do "espiritismo" brasileiro a ponto de até seus críticos terem medo de questioná-lo de maneira mais enérgica e aprofundada. Ele foi dado a dizer frases de efeito a partir dos anos 1970, quando seu mito de pretenso filantropo ganhou uma abordagem menos confusa que a de seu antigo tutor institucional, o ex-presidente da FEB, Antônio Wantuil de Freitas. Nessa nova abordagem, feita sob o respaldo da Rede Globo, Chico Xavier era trabalhado como ídolo religioso nos moldes que o jornalista católico inglês Malcolm Muggeridge havia feito no documentário Algo Bonito para Deus (Something Beautiful for God) , em relação a Madre Teresa de Calcutá. Para um público simplório que é o brasileiro, que anda com mania de pretensa "sabedoria de bolso", colecionando frases de diversas personalidades, umas admiráveis e outras nem tanto, sem que tivesse um