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Por acidente, Alexandre Caroli Rocha desqualifica obra de Chico Xavier

(Autor: Senhor dos Anéis)

É muito mais grave a declaração de Alexandre Caroli Rocha, acadêmico "espírita" da USP, quanto ao caso Humberto de Campos e quanto à "veracidade, mas nem tanto" das cartas do suposto espírito de Jair Presente. A declaração "escorregadia" de Caroli Rocha, sobre o caso do autor maranhense se deu nos seguintes termos:

"Concluímos, pois, que os veredictos taxativos para a identificação do autor são possíveis somente com a assunção de uma determinada teoria sobre o postmortem ou sobre o fenômeno mediúnico. Quando, no debate autoral, ignora-se a relação entre teoria e texto, percebemos que a apreensão deste é bastante escorregadia, mesmo entre leitores especialistas".

O que isso significa? Significa que está pendente a questão da teoria do "postmortem" e do fenômno mediúnico. Ele criou um sério problema quanto ao caso de Humberto de Campos, pois ele citou que a obra dependia de análises teóricas, ou seja, de exame. Ele quis recusar a tese de fraude, mas, ao mesmo tempo, também não assegurou autenticidade da obra supostamente mediúnica.

No caso de Jair Presente, Caroli Rocha se enrolou, dizendo que as cartas "eram verídicas", mas sem garantir que elas "tenham sido realmente escritas por alguém morto", o que o deixa numa séria e vergonhosa contradição. Afinal, só se atesta veracidade quando se comprova a identidade autoral. Informações realistas não asseguram veracidade, e se é duvidosa a identidade autoral, a veracidade é, simplesmente, intexistente.

Caroli Rocha se envolveu num "pepino" e, na prática, ele, por acidente, acabou desqualificando a obra de Francisco Cândido Xavier. A nossa lógica se baseia numa comparação com o doping esportivo, quando as vitórias de um atleta são postas em análise, diante da desconfiança do uso de remédios estimulantes que artificialmente o tornassem forte para vencer alguma competição.

Chico Xavier é tido oficialmente como o "mais respeitado médium do Brasil e, quicá, do mundo". Essa atribuição pressupõe que a teoria mediúnica e o postmortem - se levarmos em conta, por exemplo, o enredo do livro Nosso Lar - já estão fechadas e que já existiria uma tese fechada sobre o mundo espiritual, já que, décadas depois, a "médium" Heigorina Cunha, usando o nome Lucius (talvez o mesmo "mentor" de Zíbia Gasparetto), criou mapas de "cidades espirituais" através do livro Cidades do Além, de 1983.

A teoria mediúnica, então, se supõe fechada em obras como Nos Domínios da Mediunidade, de 1955, que se atribui ao mesmo André Luiz que supostamente escreveu Nosso Lar. E a fama de "maior médium do Brasil" de Chico Xavier pressupõe, então, que as teorias sobre o postmortem e o trabalho mediúnico estejam sido encerradas, e, se não concluídas, já razoavelmente estabelecidas.

Diante dessa questão, Caroli Rocha entrou em contradição, porque, para ele, "ainda não existe" uma teoria do postmortem e da mediunidade. Evidentemente que teorias supostamente neste sentido trazidas por Chico Xavier são muito duvidosas, pois o "mundo espiritual" é definido de maneira especulativa conforme as paixões materiais, enquanto a prática mediúnica também é cheia de irregularidades, pois a manifestação do suposto espírito nunca está à altura do que ele havia sido ou feito durante a vida.

Caroli Rocha, então, quer se situar "em cima do muro", sob o pretexto de apresentar "imparcialidade", dentro dos padrões cosméticos dos trabalhos acadêmicos no Brasil, nos quais o senso crítico não é recomendável, daí o fato de o Brasil ter tão poucos intelectuais autênticos que passam por mestrados e doutorados.

Nossos grandes intelectuais, em boa parte, possuem apenas Licenciaturas e Bacharelados, ou mesmo não possuem nível universitário. Se os grandes pensadores do mundo tivessem arriscado fazer pós-graduação no Brasil, teriam sido barrados na porta de entrada e não teriam feito uma carreira de palestras, além de serem obrigados a lançar livros de maneira independente, sem a visibilidade necessária de promover sucesso nas vendas.

Mas essa atitude causa sérios problemas. Na comparação do exame anti-doping, isso põe em xeque o título de campeão de um atleta, e deixar a situação pendente talvez não lhe tire os títulos nem as medalhas. Só que, no caso de Chico Xavier, a situação pendente lhe tira os méritos de "maior médium" do Brasil.

Afinal, que "maior médium" ele seria se as questões sobre trabalho mediúnico e vida do além-túmulo se encontram pendentes? A suposição do doping que pode ou não haver e que põe em xeque a vitória de um atleta, abalando, pelo menos, a sua credibilidade diante do público, o que significa que, no caso do atleta não perder seus títulos, ainda assim a forma como obteve tais vitórias passa a apresentar dúvidas, se a trapaça não é uma certeza, ela é vista como uma possibilidade.

No caso de Chico Xavier, isso também vêm à tona, e ainda que não represente, oficialmente, um parecer desfavorável a ele, isso acaba lhe retirando os méritos que, sabemos, são muito duvidosos, mas há muito consagrados e apreciados por um grande número de brasileiros.

O que Caroli Rocha acabou comprovando é seu medo de ver os dogmas que envolvem Chico Xavier serem derrubados um a um. Ele prefere a "zona de conforto" dos problemas pendentes, usando como pretexto a tese de que "é impossível que dois mais dois seja igual a quatro, pois é necessário que haja equações matemáticas complexas para se chegar a esse resultado".

Daí que Caroli não confia nas análises textuais e prefere apostar em análises mais complexas que o próprio "movimento espírita" se recusa a fazer, pois o que vemos em Nos Domínios da Mediunidade e Cidades do Além são apenas arremedos caricatos de ciência, com abordagens, estas sim, bastante "escorregadias".

Com isso, por acidente, Alexandre Caroli Rocha acabou, com sua "neutralidade", desqualificando a obra de Chico Xavier, deixando transparecer que nunca houve análises reais sobre o mundo espiritual e a atividade mediúnica. A obra de Chico Xavier acabou sendo, portanto, bastante "escorregadia" no conjunto de seu conteúdo.

Mesmo sem querer, Caroli definiu a obra de Chico Xavier como "extremamente duvidosa". O medo do senso crítico acabou abrindo caminho para ele, como um monstro que se torna mais forte diante do medo de suas vítimas.

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