(Autor: Professor Caviar)
Os partidários de Francisco Cândido Xavier estão em desespero. Diante do fiasco da "profecia da Data-Limite", que já nasceu fajuta, ridícula e completamente sem sentido, eles agora falam que a "profecia" não é catastrofista, que apenas é "o começo de uma era de reorganização da humanidade e da preparação para um mundo melhor". É gozado que uma "profecia" que tentava ter uma roupagem pretensamente científica busque finalidade tão igrejista.
Em primeiro lugar, devemos lembrar que o Brasil se encontra numa situação deplorável, governado pelo extremo-direitista Jair Bolsonaro. Assim como Chico Xavier, Jair Bolsonaro teve um passado de ascensão arrivista, causando confusões graves - o "médium", com seus livros de psicografake, o "capitão", com seus planos terroristas - e as ideias ultraconservadoras são exatamente as mesmas.
Em tese, Chico Xavier condenava o ódio e a violência, mas eles, comprovadamente, residem nos seus seguidores e adeptos da mesma maneira que os bolsonaristas. A revista Manchete, como sabemos, confirmou que Amauri Xavier, sobrinho do "médium", sofreu ameaças de morte por envenenamento, o que pode explicar muito bem o falecimento súbito do rapaz, em 1961, depois de três anos de campanha difamatória movida pelos "espíritas" que dizem reprovar juízos de valor quando partem dos outros, mas quando partem deles eles não reprovam. E os chiquistas explodem em ódio quando seu ídolo Chico Xavier é questionado.
Fora esses aspectos, observa-se que as ideias de Chico Xavier e Jair Bolsonaro são rigorosamente as mesmas. Reforma trabalhista? Chico Xavier defendia o aumento da jornada de trabalho, a redução salarial a níveis meramente pragmáticos e a "livre negociação" entre patrões e empregados (a prevalência do "negociado" sobre o legislado; Chico Xavier achava ótimo que os acordos trabalhistas fossem regidos "apenas por Deus").
Chico Xavier defendia, também, a "cura gay", não com essa palavra, mas com as ideias, muito claras, dessa postura. Ele dizia que "os homossexuais merecem nosso mais absoluto respeito", ideia que as pessoas entendem pela metade, sem esperar pelo "todavia" da sentença seguinte, na qual o "médium" atribui o homossexualismo a uma espécie de "confusão mental" da pessoa que inicia uma nova encarnação. Ou seja, se um homem passa a se apaixonar por outro homem, é porque ele, segundo Chico Xavier, sofre de "confusão mental", o que significa, diante dessa tese, que esse homem precisa ser "reeducado" para aceitar sua "condição sexual dada por Deus" e que, sem desgostar do outro homem mas passar a vê-lo "apenas como irmão", terá que aceitar sua sexualidade e passar a gostar de mulher.
Indo para a "data-limite", devemos lembrar a todo mundo, sobretudo um bando de lunáticos (não estamos falando dos astronautas que foram à Lua em 1969, estes bem mais pés-no-chão) que acredita que a professia de Chico Xavier tem alguma serventia: Allan Kardec REPROVA esse tipo de prática.
Em várias de suas obras, principalmente O Livro dos Médiuns, Kardec dizia que prever o futuro estabelecendo datas fixas é sinal de mistificação e leviandade, além de expressar a baixeza moral de quem arrisca essa predição, feita para causar sensacionalismo e brincar com as emoções das pessoas.
A "profecia da data-limite" é tão grave que, em sua narrativa, Emmanuel diz que as catástrofes anunciadas "nunca irão acontecer". E essas "previsões" são tão ridículas que existe a tese burra de que povos eslavos migrariam para o Nordeste brasileiro, quando, logo no tempo de nascimento do "médium", eslavos migraram para o Sul do Brasil.
Em todos os aspectos, a "profecia da data-limite" tornou-se um grande fiasco. E ela se voltará contra o "espiritismo" brasileiro, contra Chico Xavier, que nunca lutaram para um Brasil melhor e criaram condições psicológicas para o golpismo político dos últimos anos. A "caridade" de Chico Xavier é tão fajuta que Uberaba, sua querida cidade adotiva, só despencou em qualidade de vida, entregando a cidade à miséria, à violência e ao coronelismo.
Isso porque o "espiritismo" brasileiro virou uma coleção de desonestidades, dissimulações e outros malefícios. A sorte é que os brasileiros são tão desinformados que não sabem que Doutrina Espírita, no Brasil, é deturpada e desfigurada, a infinita distância do rigor da lógica kardeciana. Aliás, existe a divergência mortal do "espiritismo" brasileiro com o francês. O francês defende o rigor da lógica, o brasileiro quer restringir a lógica que julga "traiçoeira". Até porque, se for pelo rigor da lógica, Chico Xavier será derrubado de vez.
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