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O Homem do Saco

(Autor: Menino Sábio, por e-mail)

Minha mãe sempre havia me alertado sobre o Homem do Saco. Um velhinho que perambulava por aí e que usando estórias lindas pegava crianças para fazer o que quisesse. Eu sempre era alertado por isso e era aconselhado a me manter atento.

Um dia tive a oportunidade de conhecer o Homem do Saco. Ele não era nada como minha mãe havia falado. Era simpático. Usava peruca, óculos escuros e falava de forma mansa. Tinha uma legião de admiradores. Era extremamente respeitado a ponto de calar as bocas de seus críticos, mesmo os mais sensatos.

O Homem do Saco escrevia livros e mensagens de conteúdo maravilhoso. Assinava em nome de outras pessoas, mas o conteúdo de suas obras era quase o mesmo, seja qual for o nome atribuído. Mas isso não importava. Eu estava maravilhado com tais mensagens.

Uma vez, eu me encontrei numa grande dificuldade e fui aconselhado por uma senhora bondosa a recorrer a uma das obras do Homem do Saco. Segui rigorosamente a mensagem citada e o problema cessou. Fiquei feliz! Fui convencido de que o Homem do Saco era mesmo um sábio!

Meses depois um outro problema grave apareceu em minha vida e novamente recorri a uma obra do Homem do Saco para tentar resolvê-lo. estranho que desta vez eu não consegui resolver. Uma pessoa querida disse que eu teria que aumentar a minha fé na mensagem do Homem do Saco que acabaria resolvendo o problema, mais complicado que o anterior.

Acreditei no conselho e depositei a minha fé na mensagem. O problema em si se resolveu, mas simultaneamente apareceu outro, de maior complexidade. Aumentei a minha fé e não somente este problema desta vez não se resolveu como trouxe outro problema junto, ainda mais complicado de resolver. E não somente problemas apareciam e se multiplicavam, como me fazia perder amigos e criar inimizades. Um horror.

Mas insisti com a fé no Homem do Saco e pensei: um homem que diz palavras tão lindas só pode ser um bondoso sábio, não oferecendo qualquer perigo. Após pensar nisto, parei repentinamente. Fiquei calado durante um momento e me lembrei do conselho de minha mãe.

Palavras tão lindas... Peraí, minha mãe havia me alertado de que o Homem do Saco diria palavras lindas para depois agarrar as suas presas e fazer o que bem entendesse.

Nossa, o tal velhinho bonzinho de peruca, óculos escuros e fala mansa era o Homem do Saco! Como eu fui burro! Sua bondade e mansuetude era apenas uma isca para pegar as suas presas! Coitados de quem acreditam no terrível Homem do Saco!

Larguei o Homem do Saco e segui com a minha vida. Os problemas, mesmo continuando, foram sendo resolvidos com relativa facilidade. Hoje tenho somente problemas leves e são poucos. Vivo uma vida tranquila e responsável, sem dívidas e sem rancor. 

Como a minha mãe tinha razão! O Homem do Saco era realmente perverso.

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