(Autor: Professor Caviar)
Sabendo que as frases de Francisco Cândido Xavier nem de longe possuem a beleza e a sabedoria a que tanto se atribuem, constituindo-se, na verdade, em meros jogos de trocadilhos entre ideias opostas, vamos agora para mais um punhado dessas frases. Vamos lá:
"Disse certa vez que nunca ia cair, a pessoa me olhou admirado chamando-me orgulhoso, como diz: "Nunca vou cair"... Respondi: "Não posso cair, porque nunca me levantei".
A frase está cheia de equívocos. Primeiro, porque a suposta ideia de "não levantar" como "não se julgar acima de outrem" ou "não agredir o outro" não procede, porque isso não está claro de forma alguma nesse período gramatical.
Segundo, porque as frases apresentam indícios de falsa modéstia e de mania de triunfalismo, ambos decorrentes da arrogância e do orgulho de um "médium" que, na verdade, nunca foi mais do que um arrivista que começou fazendo (com a colaboração de outros) plágios e pastiches literários e, depois, quis ter a santidade para si.
Num primeiro momento, Chico Xavier disse que "nunca ia cair". No contexto dessa ideia, o "médium" expressava triunfalismo, até porque sua esperteza e a proteção de Antônio Wantuil de Freitas, presidente da FEB (atualmente, Chico Xavier é postumamente blindado pelas Organizações Globo, da família Marinho, maior império midiático do Brasil que passou a blindá-lo nos anos 1970) garantiram derrubar obstáculos, que eram combatidos não porque o "médium" era um oculto seguidor do Cristianismo primitivo reencarnado no Brasil, mas por se tratar de um sujeito medieval que a FEB via um potencial vendedor de livros e fomentador de idolatria religiosa.
Diante disso, Chico Xavier afirmou, no seu orgulho nunca assumido - qual o espertalhão que irá assumir seus piores atos? - , que "nunca ia cair". Mas, ao ser desmascarado pelo interlocutor, ele usou como desculpa para sua mania de triunfalismo a frase "Não posso cair, porque nunca me levantei".
Só que o sentido de "levantar" é muito vago e ambíguo. Os chiquistas acham que Chico "nunca se levantou", no sentido de reagir com agressão, a seus contestadores e opositores. Mas a verdade é que Chico nunca se levantou para a realidade, pois "levantar" também significa "sair da ilusão", do "adormecimento" das fantasias e dos desejos obsessivos.
Isso diz muito da falsa modéstia de Chico, um "humilde" que é capaz de acusar os humildes frequentadores de um circo de Niterói, vitimados por um incêndio criminoso, de terem sido, em "outra vida", gauleses sanguinários, em clara demonstração de juízo de valor, que Chico se apressou em botar na responsabilidade póstuma de Humberto de Campos, escritor que o "médium" passou a detestar depois da resenha jocosa no Diário Carioca.
Portanto, a conclusão que se tem é que Chico Xavier nunca passou de um grande orgulhoso, um falso humilde que se esforçou em manter a adoração pública, alimentada pelas paixões religiosas, tão terrenas e materialistas quanto as paixões mórbidas do sexo, do enriquecimento abusivo e das drogas. As paixões religiosas criam falsos humildes, que, no entanto, se mantém no seu pedestal da falsa luminosidade, produzida pela histeria da fé terrestre, que desenvolve uma idolatria não muito diferente do que qualquer celebridade movida pelo estrelismo extremo.
Assim, Chico Xavier, cuja imagem "iluminada" só encontra validade nas paixões terrenas do deslumbramento religioso, foi apenas um arrivista que buscou o conforto da popularidade extrema através do status de ídolo da fé, um pretenso humilde blindado por entidades nada humildes, como o poder midiático, jurídico e econômico, que sempre se beneficiaram pela idolatria religiosa que faz as pessoas pobres ficarem conformadas com sua inferioridade social.
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