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Burrice e sentimentalismo produziram tanto Chico Xavier quanto Jair Bolsonaro


(Autor: Professor Caviar)

O fenômeno Jair Bolsonaro é uma aberração que põe em risco as conquistas históricas que o Brasil, com muito sangue, suor e lágrimas, produziu ao longo dos séculos. Com uma simples digitação no número 17, para candidato à Presidência da República, se está praticamente apertando o botão do explosivo que poderá arrasar o Brasil.

Bolsonaro é o principal representante das forças conservadoras que, de maneira insólita, arrebanham adesões entre os jovens nas redes sociais. Não é um trabalho recente de doutrinação conservadora, pois o Brasil nunca foi um país de modernidade plena, embora se tenham havido tentativas de desenvolver o nosso país no âmbito econômico, político, cultural, social etc.

Movido pelo "complexo de vira-lata", o Brasil sempre negociou o novo de forma a não romper com o velho e o antiquado. Que se fizesse um prédio novo, só que com bases estruturais velhas. Que se reformasse toda a casa, mas guardasse o entulho no sótão, sem sequer cogitar jogá-lo fora. Sempre houve um acordo para novidades serem implantadas sem que valores obsoletos pudessem ser descartados. E vários deles eram até inseridos nas novidades acolhidas.

O "espiritismo" brasileiro é um desses exemplos. A novidade de Allan Kardec, intelectualmente motivada pelas ideias do Iluminismo francês, chegou aqui de forma deturpada. Em vez do Iluminismo, o Catolicismo do Brasil colonial. O Espiritismo francês, que olhava para a frente, deu lugar a um "espiritismo" que olhava para trás, sendo o movimento espírita mais uma dissidência de católicos medievais, de orientação jesuíta, que não aceitavam as transformações que a Igreja Católica do século XIX ensaiava realizar no Brasil, ainda que aos poucos.

O Brasil criou costumes estranhos que condicionam toda a prevalência de valores e procedimentos humanos de caráter duvidoso. O "jeitinho brasileiro" é a ferramenta do arrivista que quer subir na vida de maneira de certa forma abusiva ou desonesta para depois descansar escondidinho no banquete dos corretos. Da mesma forma, o "jeitinho" também é usado como manual de sobrevivência para quem aceita retrocessos e prejuízos de toda ordem.

A "memória curta" é outra ferramenta, que absolve os algozes de primeira hora, que sobrevivem, quase incólumes, através de uma imagem reformulada, mais agradável do que a imagem real e original. Muitos oportunistas veem a "memória curta" da sociedade uma tábua de salvação para obterem vantagem jogando o passado sombrio debaixo do tapete.

Ainda se tem o "pensamento desejoso" que faz com que os fatos, fenômenos e personalidades sejam vistos pelas pessoas não como eles são, mas como se gostaria que fossem. É a realidade se tornando escrava da fantasia ou do julgamento de valor, positivo ou negativo, que faz com que os adultos brasileiros façam arremedos do hábito infantil de fantasiar e idealizar as coisas.

Dito isso, chegamos ao problema causado pelo fenômeno de Francisco Cândido Xavier, que muitos imaginam ser "espírito de luz" e "símbolo elevado de amor, bondade e dedicação ao próximo", ilusões motivadas por uma combinação de jeitinho brasileiro, memória curta e pensamento desejoso, que chega ao ponto de setores das esquerdas manifestarem apreço a esse beato mineiro de ideias reacionárias, como defender o "sofrimento em silêncio" (Brilhante Ustra iria adorar).

Todos arrumam um jeito para blindar Chico Xavier, que, em termos de visibilidade, foi um "Aécio Neves que deu certo". O pensamento desejoso cria relativizações aqui e ali, e até críticos severos arrumam uma desculpa para dizer que "Chico, pelo menos, era um homem bom", superestimando eventuais gentilezas e simpatias que nem de longe soam diferenciais, porque mais parecem com aquele cara que toma café com os amigos, conversa animadamente e nem por isso se torna um símbolo iluminado de "bondade e humildade".

Os aspectos sombrios da trajetória de Chico Xavier deveriam ser chamados à atenção. Livros investigativos como O Enigma Chico Xavier Posto à Clara Luz do Dia, de Attila Paes Barreto, deveriam ser relançados e disponíveis, se não nas livrarias, ao menos pela Internet. O fato de Chico Xavier, em seus livros, ter contrariado, de maneira frontal, os ensinamentos espíritas originais deveria ser considerado como fato preocupante, ainda mais se percebermos que Kardec investiu em seu trabalho com muito sacrifício, sem apoio financeiro, mal compreendido e hostilizado.

Chico Xavier era tratado a pão-de-ló. Não morreu pobre. Apenas não tocava em dinheiro, porque ele era sustentado por terceiros, como um membro da realeza britânica. Não se pode compará-lo a Kardec, que em sua trajetória de muita honestidade, consumiu todas as suas forças físicas para pesquisar e buscar respostas, explicar conhecimentos adquiridos e manter-se fiel à honestidade intelectual e à coerência doutrinária.

Já Chico Xavier, não. Sua trajetória foi marcada por muita desonestidade. Observando o caso Parnaso de Além-Túmulo abandonando os caprichos do pensamento desejoso, conclui-se que a obra é uma farsa, não havendo hipótese lógica que sustentasse qualquer chance de considerar a obra verídica, pois, se em certos casos as paródias soam verossímeis - como nas atribuídas a Castro Alves - outras nem chegam a tanto, como em Auta de Souza, cujo estilo original desaparece na obra "mediúnica".

O contexto do lançamento de Parnaso de Além-Túmulo, o apelo sensacionalista, o fato do livro ser remendado cinco vezes em 23 anos, com acréscimo, alteração e eliminação de poemas, não permite que qualquer relativização ou a boa vontade do pensamento desejoso, ainda que "admitindo imperfeições" no livro, aponte sequer uma possibilidade da obra ser autêntica.

O livro foi daquelas mentiras que precisavam ser sustentadas por décadas, e a pretensão do livro de apresentar antologias poéticas do além mostra problemas muito sérios e graves, os quais mesmo o relativismo mais esforçado não consegue explicar, sem deixar pontos duvidosos. Geralmente, apela-se para o "deixa pra lá" para deixar passar a obra irregular de Chico Xavier e seus fakes espirituais.

Muitos se encantam com a "imagem linda" do "pobre" Chico Xavier, associado a estereótipos de virtudes humanas, sem perceber que essa imagem foi construída, a maneira do que se forja um astro pop, pela habilidade publicitária e oportunista de Antônio Wantuil de Freitas, seu tutor e presidente da FEB.

É até curioso que os brasileiros que tanto adoram Chico Xavier ignorem o quanto seu mito foi artificialmente desenvolvido por várias pessoas. Os brasileiros esquecem que Chico Xavier foi a "caneta que melhor desenhou" o pensamento do deturpador Jean-Baptiste Roustaing para o contexto brasileiro, de forma que o movimento espírita pôde desenvolver seu roustanguismo sem precisar apelar para o sobrenome incômodo do advogado de Bordéus.

Pior: a imagem "bondosa" e "humilde" de Chico Xavier foi elaborada, ao longo dos anos e à custa de muito sensacionalismo e apelos piegas aqui e ali, pela habilidade de Antônio Wantuil, que, com o advento da televisão, se aliou aos Diários Associados para alimentar o mito "filantrópico" do beato de Pedro Leopoldo. A construção habilidosa do mito de Chico Xavier, portanto, se desenvolveu a partir da máquina midiática, bem mais flexível do que a imprensa escrita, na qual o mito do suposto médium teve que ser desenvolvida explorando mais a pretensa paranormalidade.

Com a televisão, movida a atrações de entretenimento e dramaturgia, Chico Xavier poderia ser não só um "paranormal", mas um "filantropo". Elementos de dramaturgia poderiam explorar sua vida como um dramalhão, e sua trajetória como um suposto processo de "filantropia" e pretenso ativismo social, criando um imaginário fictício, ainda que verossímil, e agradável.

Prestando atenção na biografia de Chico Xavier, sua "caridade" era vaga, limitada a pequenas gentilezas, ou a ações meramente paliativas que nem de longe realizaram as tão alegadas transformações sociais. A ideia de que Chico Xavier "transformou vidas" é falaciosa. E essa "caridade" é um paradigma aceito pela sociedade conservadora, porque ela produz resultados sociais fracos, evitando que os necessitados recebam mais benefícios a ponto de ameaçar os privilégios dos ricos. É aquela coisa: "remediar os aflitos sem afligir os remediados", aliviando a dor da pobreza sem trazer a cura para essa doença social.

Essa "caridade" é um paradigma conservador porque não mexe nas estruturas sociais. É exaltada pelo imaginário conservador por permitir a idolatria extrema a pretensos benfeitores que fazem pouco, mas obtém uma adoração extrema que não está à altura das realizações feitas, muitíssimo fracas. Mesmo assim, raramente se encoraja o questionamento do mérito dessas "caridades" e normalmente até alegações vagas são suficientes para garantir a adoração ao "benfeitor". Os pobres são apenas um "detalhe", um único retrato de um órfão negro e pobre tomando sopa tranquiliza a "boa sociedade".

E O "MITO" DO "MITO" BOLSONARO?

A grande mídia realizou um trabalho engenhoso de transformar Chico Xavier em "símbolo de bondade e amor", num hercúleo esforço de combinar marketing e dramaturgia. Depois da morte de Wantuil, e da ruptura dos herdeiros deste com a chamada nata do movimento espírita - comandados pelos regionalistas Chico e Divaldo Franco, que reagiram contra o centralismo da FEB e seu braço-direito FEESP, paulista - , e, entrando em falência a TV Tupi, foi a Rede Globo de Televisão que passou a trabalhar na imagem de Chico Xavier que hoje agrada muita gente.

Chico Xavier deixou a máscara de "amorosidade e suavidade" cair quando participou, por ironia, do programa Pinga Fogo, da TV Tupi de São Paulo. Ele se revelava ranzinza, desmentindo a imagem de "meiguice" a ele associada. Ele se revelava reacionário, para desespero dos que o veem ingenuamente como um "progressista" e "ativista social". Ele se revelava católico, eliminando as esperanças de quem acreditava que ele "não entendeu Kardec por falta de tempo". Além disso, Chico havia saído de acusações de cumplicidade com a farsa de Otília Diogo, além de ter lançado o livro Vida e Sexo, de 1969, com posições homofóbicas, atribuindo o homossexualismo a uma "confusão mental".

Tudo poderia ter sido posto a perder, pois Chico Xavier, com seu arrivismo, encontrou também diversos obstáculos, como a indignação vinda dos meios literários nos quais os autores apontavam irregularidades sérias nas obras "mediúnicas", como disparidades grosseiras de estilos. Uma coleção de incidentes surgiram para impedir que o mito de Chico Xavier crescesse, e, por incrível que pareça, teria sido melhor que esse mito tivesse sido impedido e, talvez, morrido com a punição da Justiça a esse fraudador literário, que hoje é visto como "semi-deus", ainda que na forma dissimulada do "homem humilde".

O mito de Chico Xavier guarda vários aspectos de apelo publicitário e midiático, ingredientes que atraem a adesão fácil das multidões. O mito da religiosidade, na estranha devoção aos "velocinos de ouro" dos rituais mais beatos, que talvez no Catolicismo encontrasse exemplos mais inofensivos e culturalmente viáveis, foi, no caso de Chico Xavier, trabalhado de maneira mais leviana e ainda mais beata.

Recentemente, o público que presta atenção nas coisas tem a oportunidade de ver o modus operandi do trabalho publicitário de promover pretensos filantropos, quando o empresário e apresentador Luciano Huck começa a ser promovido nesta suposta condição, lembrando o que se havia feito em torno de Chico Xavier (do qual Huck é admirador confesso) há cerca de 40 anos, sob ajuda da mesma Rede Globo de Televisão.

Os ingredientes são conhecidos, simplórios e prosaicos. Apelos sentimentalistas, não raro piegas, a ideia acrítica de aparente bondade que "não dá margem (sic) a contestações", as ideias feitas associadas à "afabilidade", "humildade", "meiguice", "abnegação" e a fé cega que as mesmas rendem faz com que o mito de Chico Xavier tivesse crescido e, ultimamente, encontrado seu paraíso astral justamente nas redes sociais, nos mesmos ambientes de expressão de identidades e notícias fake e posições ideológicas bastante reacionárias.

Isso tudo é afinidade de sintonia. Redutos de noticiários fake acolhem facilmente as frases de Chico Xavier, ele um pioneiro na literatura fake. Seu mito, cujo sensacionalismo envolve questões de vida e morte, encontra terreno nos ambientes de gente que é amorosa diante das conveniências, mas reacionária e vingativa nas adversidades, apesar do aparente clamor de Chico em permanecer calado e conformado nessas ocasiões.

Mas até isso é duvidoso em Chico Xavier. Ele pedia aos outros se calarem na adversidade, porque ele tinha medo de ser denunciado. Deturpador do Espiritismo - Chico eliminou o caráter iluminista e puxou o Espiritismo para trás, em direção ao obscurantismo medieval - e criador de obras fake, o "bondoso médium" tem uma prova de que ele mesmo, quando podia, era o resmungão que ele só reprovava dos outros, o que faz o anedotário popular comparar Chico Xavier ao seu "sósia" de animação, o personagem Eustáquio (Eustace), de Coragem, o Cão Covarde (Courage, The Cowardly Dog).

Em 1974, quando Chico Xavier lançou uma série de supostas cartas mediúnicas atribuídas ao jovem estudante universitário Jair Presente, morto por afogamento naquele ano, com 25 anos incompletos, ele acabou criando um problema. A primeira carta expressava a linguagem pessoal do "médium", observável nas outras "psicografias" atribuídas às demais pessoas. A partir da segunda, porém, a linguagem passou a ser estranhamente neurótica, forçadamente coloquial, como se o suposto Jair Presente tivesse tomado um surto, impensável na sua suposta condição de convalescente espiritual.

Os amigos de Jair Presente, que conviveram com ele e o puderam conhecer bem, reclamaram das supostas psicografias. Chico, ao saber disso, ficou irritado, e não gostou de saber que não havia jeito para aceitar essas mensagens atribuídas a Jair Presente. Chamou de "bobagem da grossa" a natural desconfiança dos amigos do jovem, e ainda botou essa ideia pessoal numa nova mensagem atribuída ao suposto espírito.

E já que falamos em Jair, outro Jair parece estar muito esperançoso em conquistar o poder da República brasileira, logo no ano em que houver a "data-limite" sonhada por Chico Xavier. Jair Bolsonaro, que parece, à primeira-vista, a antítese do "médium", por simbolizar o ódio e o espírito vingativo, no entanto é reflexo do mesmo imaginário que endeusou Chico Xavier. Ambos são parte de um mesmo inconsciente moralista brasileiro.

Muitos imaginam Chico Xavier associado a uma esfera de pureza e sofisticação, mas ele, na verdade, faz parte de um mesmo inconsciente coletivo mórbido e contraditório, capaz de acolher a permissividade sexual do "funk" e o obscurantismo militaresco de Jair Bolsonaro, dentro de um repertório de valores medievais, tanto no moralismo quanto na vulgaridade libertina, trazendo elementos de inferioridade social aqui e ali, sustentados pela coexistência de uma elite de privilégios abusivos e classes sociais resignadas com sua pobreza.

Chico Xavier faz parte desse ambiente mórbido, embora a ação da Rede Globo de Televisão, crucial para desenvolver o mito de pretenso filantropo e portador de supostas virtudes humanas, tenha trabalhado uma imagem idealizada e agradável do suposto médium, acolhida sem desconfianças até por setores deslumbrados das esquerdas, que se esquecem que Chico foi uma personalidade bastante reacionária e ultraconservadora, e foi anticomunista ferrenho até o fim da vida.

Agora vemos o que faz o mesmo inconsciente moralista e libertino, que acolhe as "liberdades" do "funk" e do "sertanejo", mas torce pelo punitivismo de Jair Bolsonaro. Muitos ainda se assustam com a equiparação de Chico Xavier e Jair Bolsonaro, mas eles são dois lados da mesma moeda.

Chico Xavier expressou, comprovadamente, várias posturas reacionárias: adepto da Teologia do Sofrimento, corrente medieval da Igreja Católica, que apelava para a aceitação da desgraça humana como "atalho para a graça divina". No Pinga Fogo, diante de multidões Chico manifestou sua aversão aos movimentos operário, camponês e sem-teto. Nas suas mãos, o Espiritismo brasileiro passou a adotar uma postura anti-aborto, mesmo em casos de estupro e risco à saúde, embora consentisse com o homicídio quando "motivado pela Lei de Causa e Efeito", neste caso atribuindo ao culpado a moratória que o fará "pagar pelo que fez" na velhice ou na próxima encarnação.

O próprio livro Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho, feito sob encomenda para o Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP) do Estado Novo, na pessoa do ministro Lourival Fontes, era na verdade um projeto fascista. A "pátria do Evangelho", com reputação de "coração do mundo" diante das demais nações, seria, na verdade, um projeto imperialista, pois Kardec nunca iria aprovar devaneios que colocassem uma nação acima de outras.

A "pátria do Evangelho" combinaria, em território brasileiro, a restauração do Império Romano no seu auge - foi durante essa fase que Jesus Cristo foi condenado ao crucifixo, sem o "dramático julgamento" que inexiste em registros históricos - com a do Catolicismo da Idade Média.

Muitos pensam que a "sonhada" posição do Brasil - por se tratar de ser o nosso país - não indicaria teocracias nem imperialismos, e que seria apenas uma ascensão político-religiosa positiva, marcada pela fraternidade e tolerância. Mas essa promessa também era marcada pelo Catolicismo medieval, e a lógica humana não permite que a supremacia de uma religião se dê de forma pacífica, porque o problema não está no eu "espírita-brasileiro", mas nos outros, "não-espíritas" e "não-brasileiros", que precisam ser convertidos à força ou, então, dizimados.

Diante da ascensão de Jair Bolsonaro, "tranquilo" na preferência potencial do eleitorado, dá para perceber o lado sombrio da "pátria do Evangelho". Jair é tão "cristão" quanto foi Chico, apesar do ex-capitão ser evangélico, mas isso tanto faz: "espíritas" e neopentecostais andam de mãos dadas em muitas bandeiras ultraconservadoras e, desde 2016, estão defendendo os retrocessos políticos e sociais correntes no Brasil.

Os dois fazem parte de um mesmo imaginário, de um mesmo sentimento catártico, sendo os dois lados de uma mesma moeda, coexistindo algozes que cometem abusos - segundo a tese "espírita", motivados pela "Lei de Causa e Efeito" que pune a vítima - e sofredores aconselhados a se conformarem com o acúmulo de desgraças e prejuízos na vida.

É um imaginário vago, cheio de alegações superficiais e igualmente vagas - "Chico ajudou o próximo", "Bolsonaro vai consertar o país" - , aos quais não existem razões plausíveis, informações precisas nem motivações exatas sobre a idolatria de ambos, movida pela emotividade cega e por uma sensação viciada de catarse e deslumbramento.

No auge da ditadura militar, Chico Xavier pedia para "orarmos aos militares" que estavam fazendo do Brasil um "reino de amor". A declaração foi dada diante de uma grande audiência ao programa Pinga Fogo. Nessa época, o ídolo de Jair Bolsonaro, o coronel Brilhante Ustra, comandava e participava de torturas nos porões do DOI-CODI.

Desse modo, só a burrice, motivada pela desinformação generalizada (sobretudo em relação à deturpação do Espiritismo no Brasil), e o sentimentalismo que adere fácil a ídolos de proveta trazidos pela mídia oligárquica é que permitem que Chico Xavier e Jair Bolsonaro se tornem pretensas unanimidades nacionais. Como lembra o lamento popular: "É por isso que esse Brasil não vai pra frente".

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