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Chico Xavier "brincava" com os mortos e quis ser "deus"

(Autor: Professor Caviar)

É grave, gravíssima, em graus bastante extremos e preocupantes, a adoração dada ao "médium" Francisco Cândido Xavier. Isso se constata não porque se coloca o sobre-humano acima do humano, mas pelo fato de que, independente de definir Chico Xavier como um suposto semi-deus ou um pretenso humilde, premia-se por seus atos desonestos e se estimula a permissividade da ascensão social por atos errôneos, o que se denomina "arrivismo".

Em outra oportunidade vamos mostrar os responsáveis para criar o mito de "homem bondoso e amável" de Chico Xavier, uma grande farsa que as pessoas deveriam levar em conta, antes de se sujeitarem à fascinação obsessiva por sua pessoa, comparável à dos "cantos de sereia" da Odisseia de Homero.

Fazendo uma análise bastante cuidadosa da vida e do trabalho de Chico Xavier, sem a tentação fácil da fascinação obsessiva, que atribui a ele virtudes (que ele não necessariamente tinha, em verdade) que seus seguidores são incapazes de ter por conta própria, constatações mais realistas, porém tão desagradáveis que muita gente prefere desprezar, presa na perdição de suas paixões religiosas, a respeito de sua pessoa. Vejamos:

1) CHICO XAVIER NUNCA PRATICOU CARIDADE - A filantropia de Chico Xavier era, na verdade, realizada por terceiros, e não por iniciativa dele. Ele foi mais garoto-propaganda do que filantropo, e o cidadão comum é que tinha que usar seu dinheiro para comprar donativos. No caso de "cartas mediúnicas", não só não houve caridade como houve perversidade, pela exploração sensacionalista das tragédias humanas, pela promoção pessoal às custas do luto alheio, pela produção de mensagens fake e pelo estímulo a sentimentos obsessivos.

2) CHICO XAVIER ERA APENAS SIMPÁTICO, MAS NÃO "EXTREMAMENTE BONDOSO" -Não passa de mito a ideia de que Chico Xavier era a bondade personificada. Ele era apenas simpático e gentil e bom de conversa, mas isso qualquer um era. Até Jair Bolsonaro também é simpático muitas vezes. Isso não traz diferencial algum e não está acima dos erros humanos. Na tentativa derradeira de salvar a reputação de Chico Xavier, mesmo uma parcela de seus críticos que admitem erros graves cometidos pelo suposto médium tentam "admitir" que Chico era "um homem bom", um pretenso diferencial que não faz sentido algum, ainda mais como um último esforço de tentar blindar sua imagem de qualquer decadência de reputação.

3) CHICO XAVIER NUNCA FOI MODERNO NEM PROGRESSISTA, MAS RETRÓGRADO E REACIONÁRIO - Seu Catolicismo era ortodoxo, em valores defendidos e acreditados. Como mineiro do interior, Chico ainda vivia, mentalmente, no século XIX e teve uma educação extremamente conservadora até para os padrões da época. Só uma alegada paranormalidade causou problemas com a Igreja Católica. Além do mais, Chico Xavier defendia a Teologia do Sofrimento, que se baseava na ideia de "aceitar em silêncio, sem reclamar, as piores desgraças, visando o acesso menos demorado a Deus", e era uma corrente originária da Idade Média. Reacionário, Chico Xavier comprovou essa face ultraconservadora esbanjando reacionarismo político no programa Pinga Fogo, da TV Tupi, em 1971. Chico nunca abandonou esse conservadorismo. Não se sabe por que as esquerdas adoram tanto o "médium", mas a verdade é que Chico Xavier nunca gostou da esquerda ideológica. Em nenhum momento.

4) CHICO XAVIER NUNCA FEZ TRABALHOS MEDIÚNICOS - Ainda se vai discutir sobre como supostamente se dava a "paranormalidade" de Chico Xavier na sua vida doméstica e pessoal, em contatos alegados com sua mãe, Maria João de Deus, e o padre Manuel da Nóbrega, rebatizado Emmanuel, ou se as obras que teriam sido ditadas por este seriam ou não fake. Mas o que se admite é que, nos demais casos, as psicografias e psicofonias nunca existiram, livros como Parnaso de Além-Túmulo e a série Humberto de Campos / Irmão X são indiscutivelmente fake além de tantos e tantos outros, e que André Luiz nunca foi mais do que um nome fictício baseado num falecido irmão do "médium".

Sobre este aspecto, observa-se que não existe um motivo lógico, por mais plausível e por mais que se sustentasse com uma relativização mais criteriosa possível, que possa definir como "autêntica" ou "passível de autenticidade" uma atividade iniciada com Parnaso de Além-Túmulo, em 1932, ainda mais com uma sociedade num estágio pouco propício para fenômenos de paranormalidade como a do Brasil ainda recém-desfeito dos retrocessos da República Velha.

O livro foi uma grande pegadinha literária, que, a título de parecer uma "obra acabada da espiritualidade superior", teve a estranheza de sofrer reparos editoriais cinco vezes em 23 anos, com alterações de versos, supressão e acréscimo de poemas e prosas. Em 1981, a "médium" e amiga de Chico, Suely Caldas Schubert, acidentalmente divulgou uma carta de 1947, de Chico a Antônio Wantuil de Freitas, da FEB, agradecendo as revisões feitas pela equipe editorial da federação, o que comprova a acusação de fraude envolvendo editores trazida por Alceu Amoroso Lima, famoso jornalista católico.

Defensores não conseguem obter teses seguras que comprovassem, com exata precisão de argumentos, a autenticidade ou a probabilidade de veracidade das obras "mediúnicas" de Xavier. E isso não inclui somente Parnaso de Além-Túmulo, mas TODOS os livros e demais documentos divulgados pelo "médium".

A evidência de inúmeras irregularidades, como a disparidade de estilo e de assinatura - que, não raro, apresentam mais os traços pessoais de Chico Xavier do que dos espíritos a que estão atribuídas tais obras - , possuem provas que facilmente comprovariam as fraudes, mas oficialmente nunca houve um esforço para confirmação desses indícios, apesar de bastante fortes. Por causa do prestígio religioso, a Justiça, a comunidade acadêmica e a chamada opinião pública oficial (a grande mídia) tentam blindar Chico Xavier ao máximo, como se ele fosse um político do PSDB, só que com "mais carisma".

Os defensores de Chico Xavier caem em contradição quando tentam apelar para a manobra do "deixa disso". A turma do "deixa disso" tenta abafar as polêmicas não necessariamente dizendo taxativamente que "o que Chico psicografou é autêntico e ponto final", mas "deixando em aberto", preferindo acreditar que as obras "podem ser autênticas por causa das mensagens positivas". Algo bastante confuso, e que não traz qualquer tipo de coerência.

Pelo contrário. A ideia de que "a psicografia traz problemas aparentes porque apresentam aspectos que escapam à razão humana" é bastante falaciosa, assim como o mito da "linguagem universal do amor" para tentar jogar no lixo questões relacionadas às personalidades de cada autor alegado e seus problemas sérios apresentados nas supostas psicografias.

Isso mostra o quanto existem pessoas querendo jogar a lógica e o bom senso no lixo, contrariando os ensinamentos espíritas originais - sobretudo recomendações do próprio Allan Kardec! - em nome da proteção mórbida e seriamente obsessiva de um ídolo religioso simbolizado num suposto "médium".

Assim, premia-se atos desonestos com a divinização de um ídolo religioso de valor extremamente duvidoso. O apego a Chico Xavier pelos seus seguidores e simpatizantes é um sentimento doentio como nunca foi visto em toda a História da Humanidade. Um sentimento mórbido, de apego extremo e desesperado, de adoração doentia e mórbida, tomada de velhos e medievais sentimentos de encantamento religioso e místico. É algo que deve ser combatido e não estimulado pelo suposto aparato de beleza e afetividade.

Endeusar Chico Xavier é premiar seus atos levianos e traiçoeiros. É premiar a traição aos ensinamentos espíritas originais, desqualificando o trabalho árduo de Kardec. É premiar a malandragem, o jeitinho brasileiro, o arrivismo daqueles que sobem na vida na trapaça e depois se passam por "certinhos". É, sobretudo, estimular a complacência ao erro que dá margem à corrupção, à violência e às traições que se multimplicam neste confuso Brasil, graças ao endeusamento de uma figura de baixa confiabilidade que apenas "brincava" com os mortos se apropriando de seus nomes, visando ser conhecido como algo próximo a "deus". Chico Xavier, pela sua obra confusa e irregular, era, sim, a personificação contemporânea do perigo da tábua Ouija que o ocultismo mais sombrio praticou na Idade Média.

Daí que toda adoração a Chico Xavier é sempre uma atitude extremamente lamentável e infeliz.

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