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Bolsomínion "espírita" sai do armário e vandaliza sorveteria em Campinas

 (Autor: Professor Caviar)

Na última semana, o típico bolsomínion se destacou nos noticiários praticando vandalismo numa sorveteria de Campinas, no interior de São Paulo. O jovem Rodrigo Ferronato, ao entrar no recinto, foi recomendado pela atendente a colocar a máscara para cobrir a boca, medida considerada preventiva para dificultar o contágio da Covid-19.

Rodrigo não gostou e discutiu com a vendedora, e em dado momento ele partiu para a baixaria: "Faz alguma coisa comigo pra ver se eu não meto a mão na sua cara. Fala um 'a' pra você ver… fica olhando aí pra você ver o que vai arrumar". De repente, o rapaz, de 38 anos, chutou uma bancada e deu uma pisada num cone. Ele parecia estar ao lado de uma mulher. Ao sair, o rapaz, que xingou a vendedora de "lixo" e "palhaça", ainda falou "Eu não sou comédia", embora seus gestos fossem, sim, bastante constrangedores e até patéticos, típicos do "humor involuntário" de bolsonaristas, que cometem gafes frequentemente. Horas depois, para o canal EPTV, Ferronato, em seu vitimismo, se disse "arrependido" pelo que fez e alegou "ter sido agredido" pela vendedora.

Tudo isso se soma a vários episódios de "carteiradas" dos chamados bolsomínions, e pouco antes havia um sujeito que se definiu como "Mister Bento Gonçalves" - cuja aparência remete a um tipo "Johnny Bravo", só que moreno, tatuado e levemente barbudo - , em alusão à cidade gaúcha onde mora, que, ao ser recusado por uma garota que ele tentou conquistar. O rapaz, João Pedro Salgado, com sua arrogância, veio com o seguinte discurso:

"Que papo é esse de não fazer o seu estilo? Se eu faço estilo de todas? Só me fala desse estilo. Se eu sou considerado uns dos homens mais lindos do estado. O mais lindo de Bento (Gonçalves). Que papo é esse de não fazer teu estilo?".

Aí a menina disse que João Pedro fazia o estilo de todas, mas não para ela, e o rapaz reagiu: "Ah, você gosta daqueles desajeitados, magrelos, com cara de ladrãozinho? Só uma coisa, bebê: Você quer ser miss? Nunca disputou um concurso ainda, né. Na prática, você tem que ter gosto. Agora, dizer que o Mister da sua cidade não faz teu tipo? Eu faço tipo até de lésbicas e dos homens héteros". João Pedro depois publicou um vídeo nas redes sociais pedindo desculpas.

Não sabemos da religião de João Pedro, mas a maioria dos bolsomínions se declara evangélica. Mas Rodrigo Ferronato, que se assume "bolsonarista e retrógrado", tem o "diferencial" de se declarar "espírita", ou seja,professa a religião do reacionário "médium" Francisco Cândido Xavier, que, se vivo estivesse, seria bolsonarista e estaria pedindo aos outros para "orar pelo presidente Jair Bolsonaro e deixá-lo trabalhar". Anti-petista, Chico Xavier nunca teria feito isso com Lula, mas, no caso de Bolsonaro, o "bondoso médium" criticaria até ministros que ameaçassem botar o governo a perder, como o ex-ministro da Educação, Abraham Weintraub.

E por que dissemos que Chico Xavier seria bolsonarista? Porque não gostávamos da peruca dele, consideda cafona como seus ternos velhos? Porque odiamos o "trabalho do bem"? Porque somos intolerantes religiosos? Não, nada disso! Consideramos que Chico Xavier seria bolsonarista porque nos baseamos nas ideias que o "médium" havia deixado em vida, em depoimentos e nos livros doutrinários. Se até o compositor Toquinho, com a sua poesia meiga, com a voz suave e tranquila, tornou-se bolsonarista, se muita gente moderna e transada passou a apoiar o ex-capitão, por que Chico Xavier, bem mais verossímil como um reacionário, não poderia ser bolsonarista?

São fatos que mostram isso. O conservadorismo de Chico Xavier não é fruto de uma leitura opinativa ou de uma narrativa meramente interpretativa de alguma visão parcial. São fatos, é a realidade que mostra isso. Chico Xavier conservador segundo suas próprias ideias e palavras. A aceitação silenciosa da desgraça humana. A servidão extrema e o trabalho exaustivo. A submissão aos patrões e a complacência com seus abusos. A "cura gay", com o "respeito à comunidade LGBTQ" para depois converter todo mundo à obediência às condições biológicas originais determinadas por Deus. A Escola Sem Partido onde não há espaço para o questionamento (Chico Xavier odiava ver pessoas reclamando e questionando problemas).

Tudo isso está nos livros. Não adianta o pessoal dizer "mas foi Emmanuel quem disse, não foi Chico Xavier", ou, no caso do conservadorismo ser testemunhado por gente como Carlos Baccelli, dizer que este "está errado" só porque este antigo seguidor de Xavier virou "vidraça" no "meio espírita". Por outro lado, também não dá para "esquerdizar" a pessoa de Chico Xavier, porque as alegações neste sentido sempre soam vagas, superficiais e sem o menor fundamento, o mínimo sequer, se limitando, esses sim, a relatos meramente opinativos e fantasiosos.

Daí fazer sentido que haja bolsomínions "espíritas", lembrando que "espiritismo" brasileiro e seitas "evangélicas" neopentecostais foram financiados pela ditadura militar para enfraquecer o Catolicismo que, naqueles tempos, abraçou a Teologia da Libertação e lutava contra a repressão militar. Daí que não dá para opor Chico Xavier a Edir Macedo e R. R. Soares, que só diferiram nos métodos usados para atrair fiéis. 

E não dá para usar a "caridade" de Chico Xavier como desculpa, porque na melhor das hipóteses ela não passou dos mesmos moldes tendenciosos que hoje vemos em Luciano Huck. Se essa "caridade" tivesse dado certo, Minas Gerais teria sido a "nossa Escandinávia", com Pedro Leopoldo e Uberaba atingindo níveis elevados de desenvolvimento humano. Só que o Estado e essas duas cidades estão na mesma, e os dois municípios nunca saem de seus padrões interioranos e conservadores. A propósito, em 2018 Pedro Leopoldo e Uberaba deram votos significativos a Jair Bolsonaro, com índices em torno de 55%.

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