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Romper com Chico Xavier e derivados: missão do verdadeiro espírita


(Autor: Professor Caviar)


Temos que abrir mão de nossas paixões terrenas e sermos fortes. Mesmo as paixões religiosas, ainda que aquelas sustentadas por um suposto senso de espiritualismo, que muitos julgam pleno, são fruto das paixões terrenas, que também inventam pretensos "espíritos de luz" para o recreio das idolatrias religiosas, não raro sujeitas a fanatismo, por mais que não se admita essa consequência.

Romper com o "espiritismo" brasileiro, rejeitar essa religião e reduzir à estaca zero a apreciação da Codificação é um dever, uma obrigação irrefutável, mesmo com todo grau de relativismo, daquele que realmente é espírita e mantém, realmente, sem demagogias, a fidelidade aos ensinamentos de Allan Kardec. Fingimentos não podem ser mais aceitos, mesmo quando esses fingimentos são renegados no discurso, porque há "espíritas rigorosamente fiéis" que praticam a deturpação que dizem condenar.

O que podemos dizer, com isso, é que NADA da obra e da trajetória do suposto médium Francisco Cândido Xavier deve ser aproveitado por um espírita autêntico. Nada. Absolutamente nada. Sem rodeios. Sem relativizações. Sem coisa alguma. Radicalismo? Não, coerência. Até porque qualquer relativismo, ressalva, parênteses etc revelam um apego doentio que os adeptos e seguidores de Chico Xavier, mesmo os "não-espíritas" e "isentos", mantém ao seu ídolo, mesmo da maneira não assumida e enrustida possível.

Agora falemos ao povo em geral, não apenas o "espírita". Devemos romper com tudo isso e com tudo aquilo que nos faça prisioneiros do "complexo de vira-lata", que é a maneira de atribuir grandeza à mediocridade. Chega desse vitimismo, desse simplismo, desse minimalismo, dessa mania de achar que ser "gente como a gente" é ser uma mistura de medíocre com idiota. Chega de nos apegarmos a "funk", a "cacetadas" nos vídeos da Internet, a reality shows, ao fanatismo futebolístico, ao fanatismo religioso, à bregalização cultural etc.

Temos que ver o mundo com outros olhos, que não as lentes medíocres com as quais estamos acostumados a enxergar há 40 anos. Tudo isso perdeu o sentido e, com essa perda de sentido, vemos o quanto as pessoas estão surtando psicopatia, psicose e esquizofrenia em todo momento, com a ascensão de todo o terraplanismo a que fomos obrigados a aprender a partir de 1974.

Infelizmente, as pessoas são reféns de seus próprios instintos emocionais. São capazes de, mesmo ignorantes, bancar as "intelectuais da Internet" com textos pseudo-intelectualizados, a versão digital dos "papos-cabeças" do passado. Ou são capazes de humilhar os outros, criar blogs de difamação, tudo dentro de uma desculpa esfarrapada da "brincadeira saudável", tudo para proteger paradigmas que perdem o sentido, decaem, perecem.

Não podemos manter o entulho cultural, mesmo o religioso, esportivo e moralista etc. Se muitos de nós não queremos sequer nos livrar de velhos feminicidas, aos quais precisamos minimizar suas doenças e ignorar que eles fumaram muito e um dia seus corpos pedem para encerrar suas atividades. Não. Preferimos fingir que esses machistas "nunca morrem" e que, não se sabe por que cargas d'água, podem virar até "youtubers" numa idade em que poderiam estar descendo o caixão ou virado cinzas cremadas.

Se temos esses apegos desesperados, quanto mais a Chico Xavier, um sujeito arrivista que começou fazendo obras literárias fake, de conteúdo risível que só não é percebido pela quase totalidade da população pela desinformação e burrice constantes, então a coisa é séria. Muitos vão dormir tranquilos porque falaram que Chico Xavier "fez caridade" e não se viu prova alguma disso, embora sabemos que não passa do mesmo Assistencialismo barato que vemos nos programas de TV.

As pessoas estão vendo o mundo ruir completamente. Mas se apegam a suas ilusões com tanto desespero, que preferem ficar traumatizadas a abrir mão de suas convicções. Acham que as redes sociais lhes servem de consolo e a usam como playground para despejar suas frustrações, mesmo que seja através de memes irônicos ou textos grandes tentando justificar o injustificável.

No Espiritismo, o convite para romper com Chico Xavier e derivados - Divaldo Franco, José Medrado etc, sem esquecer o Zé Arigó e os Gasparetto da vida e tudo o que for ligado à esse "espiritismo" igrejeiro - faz doer nos corações de muitos, mas é a única e essencial solução para buscar o caminho da coerência, sem o apego neurótico, psicótico e até psicopata das velhas convicções.

Não é fácil isso, mas o ideal é apreciar o Espiritismo apenas no original francês. Sem fingimentos. A ideia não é apreciar Allan Kardec e alegar fidelidade a ele, se existe sempre alguma tentação para pular a cerca com as ideias igrejeiras trazidas por Chico Xavier e companhia. Não dá mais para admitir fidelidade doutrinária nesses níveis de traição às escondidas, e devemos rejeitar as desculpas que sempre estão prontas para justificar essa promiscuidade doutrinária com o "médium" medieval. Devemos mudar nossas posturas, sair da demagogia, do pretensiosismo.

Também não adianta os "isentos" blindarem Chico Xavier à distância, como se não quisessem vínculo com "espiritismo" nem expressar fanatismo, porque isso é fanatismo do mesmo jeito, só que meio envergonhado, enrustido, quando os seguidores do "médium" querem dar a falsa impressão de objetividade e imparcialidade em suas abordagens. Mas, blindando Chico e derivados - entre eles Divaldo Franco - , estão exercendo fanatismo do mesmo jeito.

A ideia é uma ruptura radical. Radical mesmo. Devemos ser fortes, largar das criancices emocionais que nos tornam prisioneiros e escravos. Devemos largar desses apelos que lhes parecem lindos, mas são tóxicos e completamente perigosos. Se não rompermos com isso, pareceremos cães correndo atrás de seus próprios rabos, criando um círculo vicioso que um dia trará consequências danosas, porque nem sempre a patrulha das convicções sociais funcionará de maneira eficaz. Um dia nossos esforços para manter as velhas convicções deixará de dar certo.

2020 será uma caixa de surpresas. Portanto, devemos zerar o Espiritismo e recusar o "espiritismo" brasileiro e todos os seus dogmas e paradigmas. É uma mudança radical, porque só isso deve ser feito para manter coerência. Não se pode relativizar, porque nada do "espiritismo" igrejeiro deve ser aproveitado, mesmo sob o malabarismo das interpretações. A ideia é que, para ser fiel a Kardec, a ordem é romper 100% com Chico Xavier (esse intruso que contaminou a Doutrina dos Espíritos) e seus derivados diretos e indiretos para manter a honestidade doutrinária.

Não se pode colocar no mesmo nível a coerência da Lógica e do Bom Senso e os devaneios da mistificação da dita "fé raciocinada", que só estabelece a cegueira emotiva das religiões, sobretudo a "espírita". Se não fizermos essa ruptura total com esse igrejismo, o Brasil mergulhará em impasses que se complicarão com o decorrer dos tempos. Um novo caminho, muitas vezes, é feito por rupturas bastante severas de ilusões que parecem muito agradáveis, mas são muito perigosas. 

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