A cidade mineira de Uberaba, que tanto acolheu Francisco Cândido Xavier e tornou-se sua cidade adotiva até o fim da vida, é considerada uma das cidades mais violentas do país e seu índice de qualidade de vida não é das melhores do país.
Segundo dados do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Uberaba já estava no 104º lugar no Índice de Desenvolvimento Humano, uma colocação considerada mediana, mas suficiente para questionar a força transformadora que tanto se atribui a Chico Xavier, ainda vivo nessa época, ano 2000 (com levantamentos pesquisados ainda no final dos anos 1990).
Em 2010, ano do centenário de nascimento de Chico Xavier, Uberaba ainda recebeu de presente uma queda brusca de colocação, em 106 posições, ficando em 210ª colocação. Ou seja, se Uberaba já não estava entre as 100 melhores cidades do país, já não está mas entre as 200.
"NÃO SE PREOCUPEM, SÓ MORREM 'ROMANOS'"
Outro dado alarmante é a violência que atinge Uberaba, que de longe é uma das cidades mais violentas de Minas Gerais. Não se trata de uma constatação rotineira e normal, própria da complexidade da vida urbana, mas um dado que as próprias autoridades de segurança pública consideram "fora do normal".
Segundo diversas reportagens, a violência em Uberaba é assustadora, o índice de assassinatos é muitíssimo alto, com assaltos à luz do dia e muitos homicídios. Segundo dados estatísticos, só o que a polícia consegue registrar e liberar para publicação na imprensa corresponde a uma média mensal de cinco assassinatos por mês. Fora as mortes que não são sequer denunciadas, até pelo medo de possíveis represálias.
Segundo especialistas, mata-se mais em Uberaba do que em muitas áreas violentas dos EUA, e muitas das notícias sobre homicídios chegam a portais nacionais de notícias. No último Carnaval, um corpo de um homem foi encontrado com sinais de violência no município.
O que dirão os "espíritas" com isso? "Falta de Chico Xavier no coração"? Não. Há até uma overdose de Chico Xavier no município, ele é quase um deus naquele município. A confusa linha do "movimento espírita" não iria mesmo trazer boas energias.
Mas, para todo efeito, se a violência mata as pessoas em Uberaba, os "espíritas" vão logo arrumando a desculpa de que elas haviam sido "centuriões", "tiranos" ou "patrícios" do Império Romano que tinham prazer em ver o sangue do outro se derramar sob o ataque da espada, a mordida de um leão ou a navalha de uma guilhotina e a pressão de uma corda enforcadora.
Na boa. Se Chico Xavier tivesse sido mesmo transformador, isso não teria acontecido em Uberaba. Isso mostra o fiasco que é a "bondosa" doutrina do "espiritismo" brasileiro, igrejeiro e moralista, que fala demais em bondade porque é incapaz de praticá-la seriamente.
Fácil é pedir fraternidade e mendigar amor, além de dar esmolas ou ensinar coisas banais como se isso mudasse alguma coisa. Difícil é promover uma bondade que não se limite no espetáculo fácil do deslumbramento religioso, e essa tarefa árdua o "espiritismo" popularizado por Chico Xavier demonstrou ser incapaz de fazer.
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