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Mostrando postagens de junho, 2020

Chico Xavier, um hipócrita

(Autor: Senhor dos Anéis) Se o brasileiro manifesta alguma consideração, a mínima que for, à pessoa de Francisco Cândido Xavier, que faleceu há exatos 18 anos, é bom parar um pouco para ver em que erro grave caiu. Não basta fingir que é só uma "admiração saudável a um homem imperfeito, mas bom", porque isso é desculpa furada para esconder o fanatismo. O apego a Chico Xavier é uma das doenças mais preocupantes do Brasil. Um apego que agora está mais envergonhado e enrustido, porque seus seguidores agora têm medo de serem vistos como beatos ou fanáticos, e que criou uma atitude surreal: pessoas que um dia consideravam Chico Xavier um "quase deus", agora retiram do seu pedestal e o definem agora como "imperfeito" e "endividado". O grande problema é que Chico Xavier é o maior símbolo do que a hipocrisia humana, a falsidade, pode alcançar num país de gente em maioria desinformada e emocionalmente frágil. Ele foi um arrivista que a memór

Texto católico de Diálogos da Fé cita aspectos negativos vistos em Chico Xavier

(Autor: Professor Caviar) A coluna Diálogos da Fé, da revista Carta Capital, é um rodízio de articulistas religiosos. É nesta coluna que o "espírita de esquerda" Franklin Félix difunde suas confusas ideias, que juram defender os ensinamentos originais da Codificação mas passam pano nas obras igrejistas dos deturpadores, como Francisco Cândido Xavier. Mas um texto de um articulista católico, o teólogo Waldir Augusti , é que chama a atenção sobre os aspectos negativos do Cristianismo, marcados pela Teologia do Sofrimento que sempre pede aos oprimidos suportarem as piores desgraças, sob a desculpa de encurtarem o caminho para o Céu.  A ideia hipócrita de que os miseráveis e os deserdados da sorte tenham que aceitar o pior sofrimento ou, quando muito, terem que sofrer ainda mais para superá-lo, é seguida, para desespero de muitos, na obra reacionária de Chico Xavier. O "espiritismo" brasileiro tanto fala num "Deus infinitamente misericordioso e bom&q

Com respostas para tudo, Divaldo Franco não previu desastre de Jair Bolsonaro

(Autor: Professor Caviar) Tido como um suposto professor, classificado exageradamente como "cientista" e "filósofo" - Olavo de Carvalho deve protestar com tal concorrência - , o "médium" baiano Divaldo Franco, que alega ter respostas prontas para tudo, errou feio quando afirmou, em entrevista de 2018, que Jair Bolsonaro "é uma esperança para o Brasil". Só que, já naquela época, pessoas com menos prestígio e muito mais senso de prudência e intuição, viram a catástrofe política que Bolsonaro já sinalizava, e não é preciso ser profeta ou dublê de profeta - como o igualmente pretensioso Francisco Cândido Xavier - para prever o trevoso governo que hoje vigora. Pois bem. Divaldo Franco, que "conversa com Deus", tido como "sábio" por conta de sua retórica verborrágica, alertado previamente por José Herculano Pires que viu no "médium" uma "conduta negativa como orador, com fingimento e comercialização da p

A ilusão da meritocracia

(Autor: Senhor dos Anéis) Um pai de família, irritado com o filho escrevendo e gravando vídeos na Internet, dá uma bronca furiosa: - Você fica o tempo todo no computador e devia arrumar um trabalho! Eu fico gastando o tempo todo e você não arruma renda? Cadê a busca de emprego, você não dá o mínimo passo! - Pai, eu dei passos sim! Mas não consegui arrumar emprego! - Não interessa! Arrume emprego do nada! Se vira! Meta a cara e dê murro em ponta de faca que você consegue! Abra mão dos seus desejos, vivemos num mundo cão e faça até o que não sabe para vencer na vida! É fácil um pai, moralista de sofá, dizer isso, no seu comodismo meritocrático, defendendo valores da chamada "vida adulta" extremamente rígidos para os jovens. Fica fácil pedir ao outro que "meta a cara", em ato comparável ao de alguém exibindo de um tetraplégico que se levante e corra, porque "a vida é essa mesmo e não tem como escapar". Fácil cobrar de quem não tem e não

Atriz perde tempo com "debate" sobre Covid-19 e "profecia" de Chico Xavier

(Autor: Professor Caviar) A atriz Fernanda Souza, conhecida pelo seriado cômico Toma Lá, Dá Cá , reprisado pelo canal Viva!, da Globosat, resolveu perder tempo com os pretensos debates em torno da "profecia" da tal "data-limite" de Francisco Cândido Xavier. No seu perfil do Instagram, ela ofereceu espaço para esse desperdício conceitual que é a campanha do pseudo-intelectual Juliano Pozati, aquele mistificador barato que, de forma mentirosa, disse que "adora ciência" e alega que seu livro preferido é O Livro dos Médiuns  (mesmo? Tem certeza, Pozati?), mas faz propaganda para a tal "profecia", da qual fatura muito dinheiro em cima. É uma daquelas lives  da Internet com supostos debates, conversas nas quais se usa o habitual recurso desses papos mistificadores, que é o de jogar um verniz intelectualoide, que só contribui para a cosmética "científica" que é uma espécie de "Covid-19" da nossa intelectualidade, uma con

E se as esquerdas forem adotar Olavo de Carvalho?

(Autor: Senhor dos Anéis) Muitos estranham o "novo normal" dos últimos tempos, mas a verdade é que carregamos um "novo normal", há mais de 45 anos, tão bizarro quanto o de hoje, ou, talvez, até mesmo pior do que imaginamos. Somos um país com medo de se informar que feminicidas também morrem e, sob a desculpa do perdão e da ressocialização, nos apegamos mais a feminicidas do que a entes queridos, assim como nos conformamos mais quando artistas e intelectuais de grande valor morrem cedo e têm sua trajetória bruscamente interrompida.  Mas jogamos as leis da Natureza para as favas e recusamos a admitir que a masculinidade tóxica pode abreviar a vida de muitos machistas que mataram suas mulheres que, também, consomem cigarros em quantidades industriais, ocasionalmente consumiram cocaína e se embriagaram. Pedimos uma longevidade surreal de 110 anos para corpos machistas que mal suportam metade disso. Queremos uma cultura popular amestrada pelo mercado e

O complexo de vira-lata que apoia tanto Chico Xavier quanto Jair Bolsonaro

(Autor: Professor Caviar) O Brasil não é um país com forte auto-estima. É um país apegado à sua mediocridade, a formas desonestas de ascensão social (o "arrivismo"), a meios ilícitos de solução de problemas (o "jeitinho brasileiro") e à necessidade de um pouco de esperteza para compensar a incompetência para assumir determinados papéis na vida. O nosso país vive uma doença maior chamada "complexo de vira-lata", termo popularizado pelo dramaturgo Nelson Rodrigues quando ele, também cronista esportivo, reclamou da conformação popular na derrota da Seleção Brasileira de Futebol, na Copa de 1950, sediada aqui. No entanto, o "complexo de vira-lata", que é uma espécie de "religião da mediocridade", na maneira em que pessoas se conformam com os próprios defeitos - "quem nunca errou na vida?" - , ficam felizes com a própria ignorância, ficam satisfeitos com as limitações da vida, e ficamos perdidos entre a libertinagem gr