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Mostrando postagens de setembro, 2017

"Espiritismo" é coisa de novela?

(Autor: Professor Caviar) Pelo jeito, os brasileiros andam vendo novelas demais. O período de decadência social em que vivemos desde, pelo menos, maio de 2016, revela a liberação dos piores instintos da humanidade, desde a pretensa generosidade de arrivistas em busca de promoção pessoal até os preconceitos sociais abertamente defendidos por grupos conservadores extremistas. Que o Brasil é uma concessão da Rede Globo, isso faz um enorme sentido. Mesmo pessoas que dizem não ir com a cara da famosa corporação da família Marinho acabam, de uma maneira ou de outra, assimilando os hábitos, crenças, saberes e até gírias trazidos pela programação da mais poderosa rede televisiva do país.  Não são valores acima das mídias e das ideologias, mas produtos midiáticos e ideológicos que são inseridos no nosso inconsciente coletivo, fazendo como no hipnotismo mais habilidoso, em que o paciente é manipulado pelo hipnotizador sem que tenha a mínima noção de ter sido manipulado. Muitos tom

Rede Globo e a blindagem dos "médiuns espíritas"

(Autor: Professor Caviar) Notemos uma coisa. Com Francisco Cândido Xavier morto e Divaldo Franco aposentado, a Rede Globo agora passa a blindar mais um "médium espírita", o goiano João Teixeira de Faria, o João de Deus, terceira aposta para a corporação da família Marinho investir em idolatria religiosa de maneira informal. Sabemos que o "espiritismo" tornou-se, na prática, um reles Catolicismo à paisana, distanciando-se dos ensinamentos originais trazidos pela Doutrina Espírita na França. O vínculo com o Espiritismo original é só uma formalidade, garantida pelas traduções malfeitas e igrejistas das obras do pedagogo francês Allan Kardec, seja pela FEB, IDE ou similares, mas na prática o que se vê no "espiritismo" brasileiro é tão somente a atualização, num contexto mais esotérico e sobrenatural, do velho e podre Catolicismo jesuíta medieval que vigorou no período do Brasil-colônia. Não è à toa que o "espiritismo" brasileiro está e

"Espiritismo" brasileiro, caridade e a elite do atraso

(Autor: Kardec McGuiver) Um fato que não é novo, mas é desconhecido da maioria das pessoas por ser algo pouco comentado e nada difundido nas grandes mídias é o de que as nossas elites e a classe média que a apoia tem mentalidade escravocrata e altamente preconceituosa em relação aos pobres.  Mesmo de forma positiva, as elites tentam enxergar o pobre não como seu igual, mas como algo semelhante a um bichinho de estimação, cuja ajuda deve ser no máximo paliativa, nunca do mesmo nível das elites. O professor Jessé Souza, um dos maiores intelectuais da atualidade, está lançando nesta semana um livro, A Elite do Atraso , que mostra com detalhes como se preservou a mentalidade escravocrata de nossas elites. Souza já havia falado no tema em várias de suas palestras e o livro serve como um detalhado documento de sua observação e análise.  De fato, as elites, descendentes dos velhos senhores de engenho dos tempos feudais, receberam muito bem as lições de seus ancestrais e se

Por que, mesmo deturpando, o "espiritismo" é visto como "honesto"?

(Autor: Professor Caviar) O "espiritismo" soa como se tivesse feito um crime perfeito. Deturpou com muito gosto o legado de Allan Kardec, a ponto de ter cometido uma verdadeira deserção doutrinária em relação ao Espiritismo original, uma traição feita com muito prazer e consciência dos atos, a ponto de, sem o menor escrúpulo, reduzir o Espiritismo a uma reles atualização do Catolicismo jesuíta que vigorou no Brasil-colônia e tinha bases ideológicas medievais. Apesar disso, e apesar do igrejismo abertamente defendido pelas instituições "espíritas" e seus "médiuns" - moldados à maneira dos sacerdotes medievais, só que sem o vestuário e as pompas católicos mais explícitos - , o "espiritismo" brasileiro é tido como uma religião acima de qualquer suspeita, tendo uma blindagem rigorosa da mídia, dos meios jurídicos e de outros atores sociais. Os "médiuns" são promovidos como se fossem as pessoas mais meigas de toda a humanidade

"Espiritismo": uma religião sado-masoquista?

(Autor: Professor Caviar) Depois que vieram textos na Internet falando que o "espiritismo" brasileiro defende a Teologia do Sofrimento, algo que repercutiu até no fórum do Yahoo! Respostas, para não dizer nas próprias redes sociais, os "espíritas" passaram a, mais uma vez, dissimular, dizendo que "nunca defenderam o sofrimento em momento algum de sua trajetória". Depois de cometerem o papelão de falarem até em "inimigo de si mesmo", em que até uma pseudopsicografia atribuída a Raul Seixas, usando o codinome Zílio, falava nessa infeliz ideia (que o roqueiro baiano nem de longe defenderia), os "espíritas" mudaram o tom do discurso, falando em "manter a esperança", "desejar com muita fé" e "ser o melhor amigo de si mesmo". Mas isso não consegue esconder tantos valores de moral severa difundidos pelos "espíritas", que se contradizem o tempo todo e praticam roustanguismo sob a alegação d

Humberto de Campos Filho: vítima de assédio religioso?

(Autor: Professor Caviar) A sordidez humana tem de suas sutilezas e, no Brasil, muitas delas são novidade para muitos cidadãos. As paixões religiosas, que atrofiam a razão e transformam a devoção da fé num perigoso sentimento, como se a idolatria religiosa fosse tomada de sensualismo e morbidez, além de um estranho e sombrio fanatismo, fazem com que certas armadilhas fossem difíceis de serem identificadas, investigadas e combatidas. O caso do filho de Humberto de Campos, o produtor de TV Humberto de Campos Filho, que foi seduzido por Francisco Cândido Xavier numa "emboscada do bem" que foi o convite para uma doutrinária no Grupo Espírita da Prece, em Uberaba, e uma ostensiva caravana pelas áreas pobres do município, em 1957, revela que o rapaz foi vítima de um perigoso assédio religioso. Quem estuda as técnicas de manipulação da mente sabe que há processos muito sutis que passam despercebidos para muitos usuários. O "bombardeio de amor", em inglês lov

Livros originais de Humberto de Campos estão estranhamente fora de catálogo

(Autor: Professor Caviar) Um aspecto muitíssimo estranho acontece no mercado literário. Os livros que o escritor Humberto de Campos havia escrito em vida, entre publicações de seu tempo e alguns títulos póstumos, estão praticamente fora de catálogo, com acesso relativamente dificultado nas livrarias brasileiras. A última vez que a obra completa de Humberto foi lançada foi em 2014, por ocasião dos 80 anos de sua morte, e mesmo assim foi um grande volume reunindo todos os seus trabalhos - incluindo o polêmico Diário Secreto , publicação póstuma de textos que ridicularizavam personalidades da época do autor maranhense - , o que resultava num título muitíssimo caro e pouco acessível, devido à sua baixa tiragem. Hoje até essa coleção está fora de catálogo. Embora o acervo de Humberto seja relativamente acessível através de sebos ou bibliotecas, nem todos os títulos lançados por ele são fáceis de serem encontrados, o que faz com que o leitor menos iniciado, não habituado a gar

A atitude de Chico Xavier diante do ocaso de Wantuil de Freitas

(Autor: Professor Caviar) Devemos analisar os bastidores do "movimento espírita" nos tempos em que Antônio Wantuil de Freitas, o centralizador e igrejeiro presidente da FEB, começava a sair de cena, paralelo ao escândalo causado pelo episódio da farsante Otília Diogo. Era o final da década de 1960, época em que várias crises atingiram o "espiritismo" brasileiro, um preço muito caro pago pela deturpação. Da suspeita de queima de arquivo em relação à morte do sobrinho de Francisco Cândido Xavier, Amauri Xavier, ao rompimento de Waldo Vieira com o seu antigo ídolo e parceiro, o "espiritismo" era alvo de incidentes graves resultantes de suas próprias escolhas. Sabe-se que, em 1958, Amauri Xavier ameaçou denunciar o tio e revelar os bastidores do "movimento espírita", o que derrubaria um mercado literário alimentado por pretensas psicografias. Chico Xavier era protegido de Wantuil de Freitas, presidente da FEB e descobridor do "méd

Madre Teresa e o Assistencialismo

(Autor: Equipe Dossiê Espírita) Há vinte anos, Madre Teresa de Calcutá faleceu, aos 87 anos de idade. Nascida no mesmo ano que Francisco Cândido Xavier, Madre Teresa é um nome do Catolicismo adotado pelos "espíritas", o que diz muito sobre o caráter conservador do "espiritismo" brasileiro, que acolhe esta que é um dos ícones da Teologia do Sofrimento, corrente medieval do Catolicismo. O próprio mito de Madre Teresa de Calcutá, construído pelo discurso engenhoso e emocionalmente apelativo do jornalista católico inglês Malcolm Muggeridge, inspirou no Brasil a reinvenção do mito de Chico Xavier, sem os apelos pitorescos do antigo tutor do "médium", o presidente da FEB Antônio Wantuil de Freitas, mas com a narrativa de novela tomada emprestada da Rede Globo, que fez o papel de "Muggeridge" da ocasião. A ideia é sempre criar um paradigma de "caridade" e "bondade" que cause mais deslumbramento do que resultados concre

Vídeo: Em tempos de fake news, "espiritismo" tenta reabilitar falso Humberto de Campos

(Autor: Professor Caviar) Mesmo depois da Internet confirmar irregularidades na obra espiritual atribuída a Humberto de Campos, revista insiste em reabilitar essa obra comprovadamente fake, que apresenta irregularidades de estilo muito grosseiras.

Vídeo: Espíritos que guiaram Chico Xavier e Divaldo Franco são inferiores

(Autor: Professor Caviar) Com base em O Livro dos Médiuns, de Allan Kardec, análise sobre os espíritos mentores dos supostos médiuns traz revelação que não agrada os seguidores do "espiritismo" brasileiro.

A crise e o igrejismo "espírita"

(Autor: Professor Caviar) Nos momentos de crise, os "espíritas", exímios malabaristas, confeiteiros e embelezadores de palavras, buscam sempre a palavra final, promovendo a confraternização do bom senso com o contrassenso, tratando a coerência e a incoerência como irmãos. O livro Companheiro , de mensagens do jesuíta Emmanuel trazidas pelo suposto médium Francisco Cândido Xavier (publicado pela neoroustanguista editora IDE), revela uma mensagem igrejeira sobre a crise, na qual a simples solução é "dar as mãos" e "mostrar a luz aos outros". Pretensamente equilibrado e falsamente lógico, o texto igrejista de Emmanuel, "Tempo de Crise", é um recado simplório feito por palavras embelezadas sobre os momentos de crise. É muito simplório falar que "somos irmãos", sem que possa resolver dignamente os conflitos. Para o "espiritismo", tanto faz resolver os conflitos na forma de que os que têm demais precisam manter seus b