(Autor: Professor Caviar)
Já descrevemos a necessidade de separar Humberto de Campos de seu maior obsessor, Francisco Cândido Xavier, como uma obrigação em respeito à memória do autor maranhense, usurpado pelo "bondoso médium" em obras "espirituais" que claramente não condizem ao estilo do autor de Sombras que Sofrem (foto), um dos últimos livros lançados, ainda em 1934, meses antes da morte do autor.
Trata-se de uma atitude de respeito, não apenas valorizando o legado que Humberto nos deixou em vida, durante seus breves 48 anos de idade, mas rejeitando as obras "mediúnicas" que, usando o seu nome, se comprovam inverídicas quanto à esta atribuição de autoria espiritual.
Em 2014, foi lançado, para lembrar os 80 anos de falecimento do notável escritor, o polêmico Diário Secreto, no qual Humberto, usando vários pseudônimos - o principal deles era Conselheiro XX (leia-se "conselheiro vinte"), grotescamente parodiado por Chico Xavier quando criou o codinome "Irmão X" ("irmão xis") para o seu "Humberto de Campos" - , fazia piadas irônicas sobre várias personalidades de seu tempo.
Felizmente, a efeméride não se lembrou dos livros de Chico Xavier, e desse modo Humberto de Campos pôde circular livre, leve e solto entre os amantes da boa literatura, mesmo com um livro que causou muito desgosto quando foi lançado. Lembrou-se tão somente das obras que Humberto lançou em vida, e alguns lançamentos deixados em vida para publicação póstuma, como Memórias Inacabadas, de 1935, que o já enfermo escritor não conseguiu completar.
Infelizmente, porém, não há, até agora, um único pronunciamento oficial rejeitando a "literatura espiritual" que leva o nome de Humberto de Campos, usada por Chico Xavier. Pretextos de "bondade", "mensagens de amor", "recados de fraternidade" etc não podem ser considerados, porque não existe uma "fraude boa", ela é fraude de toda forma, por mais que fale mensagens fraternais e tudo.
Deveria haver. Os críticos literários e escritores mais qualificados rejeitaram a "psicografia" atribuída a Humberto de Campos. Apontaram razões para isso, provas consistentes, a indignação não pode ser vista como uma suposta perseguição a um "homem de bem", Chico Xavier, e sim uma revolta justa de quem vê o nome de Humberto ser usado para "assinar" obras que nem de longe lembram seu estilo.
Cabe, portanto, as pessoas analisarem as obras de Humberto em vida e as do suposto espírito, tomando todo o cuidado de se despir de paixões religiosas. pois, sem dúvida alguma, se observará aberrantes diferenças de estilo, que parciais semelhanças não podem desmentir. Afinal, não é a semelhança que garante veracidade de uma obra, se houver diferenças que contradigam algum detalhe pessoal do autor alegado.
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