(Autor: Professor Caviar)
tido como "moderno", "progressista" e "futurista", o "espiritismo" brasileiro, na verdade, é uma das mais retrógradas seitas religiosas do Brasil. Marcada pela mistificação herdada por Jean-Baptiste Roustaing, a doutrina brasileira se dissimula hoje na postura dúbia de bajular Allan Kardec e o conhecimento científico, de um lado, mas praticar as mistificações e o moralismo igrejistas, de outro.
tido como "moderno", "progressista" e "futurista", o "espiritismo" brasileiro, na verdade, é uma das mais retrógradas seitas religiosas do Brasil. Marcada pela mistificação herdada por Jean-Baptiste Roustaing, a doutrina brasileira se dissimula hoje na postura dúbia de bajular Allan Kardec e o conhecimento científico, de um lado, mas praticar as mistificações e o moralismo igrejistas, de outro.
Portanto, isso não impede que o "espiritismo" venha com posições ultraconservadoras aqui e ali, e o machismo é uma delas, conforme se observa nesta comparação em palavras exatas.
Confrontamos uma declaração que Allan Kardec escreveu na Revista Espírita de janeiro de 1866, no qual ele, até pelo fato de ser marido de uma importante intelectual francesa, Amélie Gabrielle Boudet, exaltava o feminismo:
"(...) com a Doutrina Espírita, a igualdade da mulher não é mais uma simples teoria especulativa; não é mais uma concessão da força à fraqueza, é um direito fundado nas mesmas Leis da Natureza. Dando a conhecer estas leis, o Espiritismo abre a era de emancipação legal da mulher, como abre a da igualdade e da fraternidade."
Isso no século XIX, quando o movimento feminista mal começava a florescer no velho mundo e a opressão machista ainda recebia os primeiros questionamentos. No Brasil, onde o machismo era uma ideologia cheia de justificativas aqui e ali, ainda tinha que encarar, no "moderníssimo espiritismo" local, uma declaração puramente machista de Emmanuel, o "mentor" de Francisco Cândido Xavier, o tão "popular" Chico Xavier "amigo das mulheres" - chegaram a atribuir a ele encarnações passadas de mulheres importantes (?!?!) - e "notável ativista brasileiro".
Emmanuel lança um comentário bastante irônico e jocoso, um verdadeiro sarcasmo ao feminismo, embora travestido de conselhos morais "valiosos", no livro O Consolador, de 1941, época em que o feminismo no Brasil era um movimento incipiente. No livro Emmanuel expressa seu machismo explícito e demonstra uma mal disfarçada reprovação à luta das mulheres pelos seus direitos:
"A ideologia feminista dos tempos modernos, porém, com as diversas bandeiras políticas e sociais, pode ser um veneno para a mulher desavisada dos seus grandes deveres espirituais na face da Terra. Se existe um feminismo legítimo, esse deve ser o da reeducação da mulher para o lar, nunca para uma ação contraproducente fora dele. É que os problemas femininos não poderão ser solucionados pelos códigos do homem, mas somente à luz generosa e divina do Evangelho".
É o velho papo da mulher como "escrava do lar" e "devota da igreja". Além disso, o machismo "espírita" conta com posturas sádicas, já que a doutrina compartilha a ideia machista de culpabilizar as vítimas, o que sugere uma ideia sutil de que a violência contra a mulher, para o "espiritismo" brasileiro, é uma prática "reprovável", mas com o "atenuante" de que os algozes são vistos como "agentes de expiação" e as mulheres que são vítimas, "pagadoras" de "antigos resgates morais".
Essa ideia dá o tom de como é o moralismo do "espiritismo" brasileiro, uma religião que se distanciou das bases originais de Allan Kardec ao abraçar o igrejismo roustanguista combinado com "tradições" do Catolicismo português que se manteve sob bases ideológicas medievais. Em outras palavras, o "espiritismo" brasileiro é uma religião neo-medieval, como comprova essa declaração machista do jesuíta Emmanuel.
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