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O complexo de vira-lata que apoia tanto Chico Xavier quanto Jair Bolsonaro

(Autor: Professor Caviar)

O Brasil não é um país com forte auto-estima. É um país apegado à sua mediocridade, a formas desonestas de ascensão social (o "arrivismo"), a meios ilícitos de solução de problemas (o "jeitinho brasileiro") e à necessidade de um pouco de esperteza para compensar a incompetência para assumir determinados papéis na vida.

O nosso país vive uma doença maior chamada "complexo de vira-lata", termo popularizado pelo dramaturgo Nelson Rodrigues quando ele, também cronista esportivo, reclamou da conformação popular na derrota da Seleção Brasileira de Futebol, na Copa de 1950, sediada aqui.

No entanto, o "complexo de vira-lata", que é uma espécie de "religião da mediocridade", na maneira em que pessoas se conformam com os próprios defeitos - "quem nunca errou na vida?" - , ficam felizes com a própria ignorância, ficam satisfeitos com as limitações da vida, e ficamos perdidos entre a libertinagem grotesca do sexo e dos palavrões e do misticismo piegas da fé cega e fantasiosa.

Nesse Brasil medíocre, temos duas figuras problemáticas: Jair Messias Bolsonaro e Francisco Cândido Xavier, este um pretenso pacifista de plantão para as convulsões dos brasileiros. Embora muitos fiquem saltitando feito crianças malcriadas contrariadas diante da comparação entre ambos, Jair Bolsonaro e Chico Xavier estão unidos sob um mesmo pano de fundo, a "oposição ódio-amor" é apenas uma fachada para evitar a comparação de duas almas afins.

O Brasil cultua tanto Chico Xavier que, se ele tivesse sido o progressista dos sonhos de todo brasileiro, o governo Bolsonaro já teria sido desfeito há tempo. Nada acontece, e, por ironia, só os opositores ou os leigos de Chico Xavier é que buscam o senso crítico e exercem a pressão necessária para ao menos pôr em xeque o bolsonarismo, porque se for pelas ideias do "médium", as pessoas reagiriam a esse governo caótico e fascista com resignação e até apoio.

APOIADORES MEDÍOCRES

Muitos conhecem quem apoia Jair Bolsonaro. São subcelebridades ou celebridades fracassadas e hoje incapazes de manter o sucesso que haviam tido antes. São personalidades popularescas, bregas, cafonas, não obstante ultraconservadoras. Ou então esportistas que compartilham, curiosamente, na mesma ideologia da meritocracia que é, justamente, o princípio maior em Chico Xavier, como se nossos atletas olímpicos ou a "família Scolari" tivessem "psicografado" as ideias do "médium".

Sim, não há como evitar que caminhos de Chico Xavier se encontrem com os de Jair Bolsonaro. Chico Xavier defendia a aceitação do sofrimento, e sua tese de "aceitação da morte", criando um "mundo espiritual" feito sob fantasias materiais e sem fundamentação científica, seria apenas uma "água com açúcar" para as vítimas de qualquer violência bolsonarista.

E quem apoia Chico Xavier? São realmente personalidades de altíssimo conceito, de grande renome intelectual e reputação das mais elevadas? Não. Se Jair Bolsonaro tem ao seu redor nomes como Ratinho, Caio Coppolla, Gusttavo Lima, Latino, Sérgio Mallandro, Antônia Fontenelle etc, o "bondoso médium" tem em seu redor nomes medianos e, em maioria, não muito além da "bolha espírita".

Descontemos o lobby "espírita" que arranjou atores talentosos e renomados para apoiar Chico Xavier, porque foi um lobby tão engenhoso que o que esses atores apoiam não é uma pessoa real, mas um personagem de novela, de algum núcleo filantrópico da novela das 18 horas. Fora nomes como Nelson Xavier e Lúcio Mauro (que interpretaram o "médium"), mais Ana Rosa, Nair Bello, Augusto César Vannucci, Paulo Goulart e outros, o que vemos é um pessoal de segunda divisão, e que dificilmente escapa da "bolha espírita".

São físicos medianos, romancistas medianos, jornalistas talentosos mas de alguma forma sem cartaz, etc. Temos um Roberto Carlos que, em sua fase decadente, cantou para Chico Xavier, gravando uma música, de outros autores, em sua homenagem: "O Homem Bom". Recentemente, o mesmo Roberto disse que Jair Bolsonaro é "homem bem intencionado". "Homem bom" e "homem bem intencionado" não são sinônimos?

Chico Xavier sempre foi um sujeito antiquado, de ideias medievais, defensor de valores ultraconservadores, era um sujeito de direita, mesmo. E de uma direita enrustida, bem ao gosto dos "isentões" que se dizem "nem de esquerda, nem de direita". Isso porque o que eles consideram ser "normal", "de centro" e "imparcial" é justamente o sistema de valores direitistas que eles estão tão acostumados em acreditar e defender com unhas e dentes que eles imaginam que esses valores são tão naturais quanto o ar que respiramos.

Só que é só ver as ideias de Chico Xavier e não tirar delas uma relativização do nada, que verá o quanto ele era conservador, em níveis bastante bolsonaristas. Ele rejeitava a violência, em tese, mas, não bastassem os adeptos de Chico Xavier serem muito violentos, o moralismo xavieriano dava um atenuante para o homicídio, pois, apesar deste ser condenado pelo moralismo "espírita", os homicidas são vistos como "jagunços morais", agentes semi-voluntários das "leis de Causa e Efeito".

E as ideias restantes? Trabalho servil, reforma trabalhista, "cura gay", Escola Sem Partido, está tudo presente nas ideias de Chico Xavier. É só ler e prestar atenção. E não é para botar culpa em Emmanuel, porque, se essa autoria espiritual fosse verdadeira, Chico Xavier teria concordado em tudo e assinado embaixo. Portanto, todas as provas lógicas são para confirmar o ultraconservadorismo em Chico Xavier, queiram ou não os seus seguidores.

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