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Com respostas para tudo, Divaldo Franco não previu desastre de Jair Bolsonaro


(Autor: Professor Caviar)

Tido como um suposto professor, classificado exageradamente como "cientista" e "filósofo" - Olavo de Carvalho deve protestar com tal concorrência - , o "médium" baiano Divaldo Franco, que alega ter respostas prontas para tudo, errou feio quando afirmou, em entrevista de 2018, que Jair Bolsonaro "é uma esperança para o Brasil".

Só que, já naquela época, pessoas com menos prestígio e muito mais senso de prudência e intuição, viram a catástrofe política que Bolsonaro já sinalizava, e não é preciso ser profeta ou dublê de profeta - como o igualmente pretensioso Francisco Cândido Xavier - para prever o trevoso governo que hoje vigora.

Pois bem. Divaldo Franco, que "conversa com Deus", tido como "sábio" por conta de sua retórica verborrágica, alertado previamente por José Herculano Pires que viu no "médium" uma "conduta negativa como orador, com fingimento e comercialização da palavra, abrindo perigoso precedente em nosso movimento ingênuo e desprevenido", pelo malabarismo das palavras que expressa um grave pedantismo, não conseguiu prever a catástrofe política do "capetão".

Em primeiro lugar, entende-se que Divaldo Franco, pelas atribuições com que se autoproclama, é supostamente considerado um vidente, alguém que se acredita poder prever o futuro, à maneira de Chico Xavier (outro mistificador sob as mesmas alegações), então ele poderia ter sido advertido pelos "benfeitores espirituais" sobre perigos de iniciativas recentes, como a "farinata" de João Dória Jr. e a eleição de Jair Bolsonaro (apoiada também por Dória, hoje desafeto do presidente).

A atribuição de "médium imperfeito" e "médium endividado" é bastante preguiçosa, se vermos que eles deveriam assumir responsabilidades maiores, ainda que estivessem sujeitos a erros, Allan Kardec havia acolhido mensagem espiritual, em O Livro dos Médiuns, que um "bom médium" é aquele que tem menos riscos de ser enganado ou de enganar as pessoas. Ou seja, de cometer menos erros.

Se a gente percebe, em Chico Xavier e Divaldo Franco, uma coleção de erros preocupantes, que, avisando aos navegantes, geraram escândalos - mas, se as pessoas ficam passando pano e não vendo gravidade nos escândalos da famiglia Bolsonaro, quando mais os de Chico Xavier e seu famoso discípulo? - e, por isso, não merecem um pingo de credibilidade, pois suas "imperfeições" podem ser tudo, menos algo sem importância que não perturba o sono das pessoas. Os erros cometidos deveriam ser vistos como coisas de fazer um careca arrancar os cabelos que não tem, de tão graves, ainda mais associados a responsabilidades que não são devidamente assumidas, se é que são de fato.

A propósito, vamos reproduzir também o recadinho do "responde-tudo" Divaldo Franco, sobre a Covid-19 e seu vírus, o coronavírus, cuja aparência lembra uma bola de chumbo com tubinhos em volta:

"Nos dias que vivemos eu tenho a impressão de que um anjo enviado pelo Senhor, compadecido infinitamente da miserabilidade do ser terrestre, trouxe um pequeno monstro invisível a olho nu, que foi soprado sobre a Terra a fim de que as nossas paixões pudessem temê-lo(…)".

Sim, é o moralismo punitivista que os chamados "espíritas de esquerda" - extremamente confusos em seus pontos de vista, sobretudo em relação a Chico Xavier - tanto rejeitam, mas se esquecem que também está presente na "admirável obra xavieriana" (aquela ideia de "aguentar o sofrimento em silêncio, sem queixumes", com as adversidades acumulando como sentença perpétua), dá o tom do "pensamento esclarecedor" do amigo terreno do "Máscara de Ferro" (espécie de espírito obsessor trans, personificado na suposta Joana de Angelis).

Sobre a "previsão" de Divaldo Franco, que "a tudo responde", sobre Jair Bolsonaro, o "médium", supostamente humanista, entrou numa situação bastante delicada. Se ele realmente achou Bolsonaro uma "esperança para o Brasil", então o "médium" é uma "figura do mal" e reconhece no projeto fascista do "capetão" um meio de "endireitar o Brasil" (entenda-se "endireitar" nos dois sentidos, na "melhoria" e no conservadorismo).

No caso de Divaldo Franco ter cometido um erro, então a máscara cai - não a do "Máscara de Ferro", que já caiu faz tempo e foi substituída pelas "plásticas do além-túmulo" que fizeram o macabro espírito ter a beleza cosmética de Joana de Angelis), mas a do próprio "médium" - e o "humanista" se revela um farsante, um mistificador, que não tem o mínimo escrúpulo em soprar predições que, depois, dão errado. Ou seja, ou Divaldo Franco é um pseudo-sábio, ou então é um reacionário da pior espécie. Cremos que são as duas coisas.

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