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Ele só queria uma igreja para rezar...

(Autor: Kardec McGuiver)

Tudo começou há pelo menos 86 anos, quando um beato, fanático por sua crença pessoal, entrou em um centro, templo de uma religião que deveria ser diferente da do beato recém-chegado, a convite de sua diretoria, por uma revelação de que seria um paranormal. A diretoria gostou do sujeito e percebeu que ele tinha carisma. Adotaram ele como suposto líder e garoto propaganda da seita.

Aos poucos foram transformando-o em divindade viva, embutindo superpoderes e privilégios e isso foi crescendo ao ponto de perder o controle. O beato morreu há anos, mas o estrago foi feito e ficou difícil de consertar. Após a sua influência, a doutrina original foi praticamente substituída por uma igreja de fé cega e dogmas sem sentido lógico.

Nossa equipe acredita que o caso Chico Xavier seja a mentira mais bem sucedida que aconteceu, pelo menos no Brasil. Tudo que se construiu em torno do suposto médium era uma farsa. A doutrina espírita original defendia a impossibilidade de uma figura superpoderosa como teria sido, segundo lendas, o tal do Chico Xavier. Uma mentira tão bem construída que além de durar muito, conseguiu convencer o mais astuto dos fiéis.

UM BEATO QUE SÓ QUERIA REZAR

Em resumo, o que é real a respeito de Chico Xavier é que ele era um beato católico que só queria rezar. A unica coisa que queria na vida era se dedicar a sua religiosidade. mas como foi excomungado, tendo a sua provável alucinação confundida com mediunidade por católicos que temiam a bruxaria normalmente associada a casos do tipo. 

Xavier precisava de uma igreja para poder rezar. A FeB precisava de alguém para atrair seguidores. Do contrário que todos pensam, a FeB precisa de dinheiro para se manter - o trabalho de caridade "espírita" sempre foi pífio e de resultados insignificantes  - pois era uma religião como outras quaisquer. Afinal, se católicos e pentecostais podem receber dinheiro para sustentar sacerdotes, porque não os "espíritas"? E dinheiro vem com o aumento do "rebanho".

Chico Xavier veio no momento certo, em que o descaraterizado "Espiritismo" brasileiro, já transformado em um Catolicismo sem ouro e sem batina, precisava crescer. A crença do beato mineiro ajudou a FeB a reforçar seu Catolicismo enrustido (a instituição foi fundada por dissidentes católicos), inserindo dogmas e sacramentos totalmente reprovados pelo Espiritismo original. Ou seja, com Xavier, a FEB transformou a doutrina em uma verdadeira farra cristã.

Mas com o tempo, o mito foi crescendo. Após o falecimento do tutor de Xavier, Wantuil de Freitas, a FeB se empenhou em encontrar outro meio para reforçar o mito de Chico Xavier, cujos livros, supostamente psicografados, mas estranhamente todos com o mesmo estilo de escrita e conteúdo ideológico do suposto médium, que era um bom escritor, vendiam como pipoca em porta de cinema.

A FeB recorreu à grande mídia, que reforçou ainda mais o caráter divino de Chico Xavier, antes tratado como uma bizarrice e que passaria a ser visto como uma espécie de tutor da humanidade e ser absolutamente incorruptível, o que atrairia a simpatia inclusive de não-espíritas e até de ateus.

O mito ainda segue forte, apesar da divulgação de denúncias que destroem o mito de divindade atribuído a ele. Muitas teses e lendas foram atribuídas ao suposto médium com a intenção de reforçar a suposta divindade. Era considerado um santo vivo e quanto mais surreal fosse a sua biografia, melhor.

CARIDADE SEM RESULTADOS

Mas o maior mito que se consagrou foi o de filantropo. Tido como o homem mais altruísta do mundo, praticou uma caridade pífia, mediocre e sem resultado prático. Se todo o "Espiritismo" não conseguiu acabar com as injustiças e desigualdades, praticando um assistencialismo malfeito e unicamente consolador, imagine se focarmos apenas o trabalho de Chico Xavier. Um nada. 

A cidade onde atuou com seu trabalho filantrópico, Uberaba, está cada vez mais desigual e violenta. No aniversário de 100 anos do suposto médium, a cidade despencou em IDH praticamente pela metade. A cidade tem problemas crônicos que poderiam ter sido resolvidos se a caridade de Chico Xavier fosse realmente eficiente. 

No mínimo, Xavier poderia ter usado o seu carisma para tentar convencer as autoridades a trabalhar melhor para a população. Ao invés disso, das autoridades, ele só queria os prêmios. Prêmios e mais prêmios por uma suposta caridade que não resolveu nada. 

A caridade "espírita" não conseguiu fazer a transformação que vive alardeando a todos os cantos.Ou seja, até mesmo a tão festejada caridade de Chico Xavier é outra farsa, por não ter gerado o resultado que justificaria o reconhecimento tão exaltado.

Graças a Chico Xavier, muitos seguidores resolveram imitá-lo. Ficou fácil ser "médium" sem o menor estudo, tendo uma legião de fiéis ingênuos que acreditam em qualquer um que se apresente como "caridoso". 

DESTRUIÇÃO DO ESPIRITISMO ORIGINAL

Com Xavier, o "Espiritismo" se distanciou a muitos anos-luz do pensamento de Allan Kardec, reduzido a mero objeto de bajulação e a mero cartório para autenticar os dogmas inseridos pela influência do beato mineiro.

Mas o estrago foi feito e temos hoje uma doutrina confusa, contraditória e que perde seguidores a cada dia pela recusa em rever sua antítese dogmática. Se Chico Xavier fez alguma coisa pelo Espiritismo original, foi vandalizá-lo e destruir a sua essência, reduzindo a doutrina a uma igreja de fé cega, de dogmas absurdos e de caridade inócua.

Chico Xavier construiu o "Espiritismo" da maneira que queria: uma igreja de moldes catolizados feita apenas para que o suposto médium pudesse rezar. Chico se sentia realizado nesta forma bizarra de "Espiritismo", pois lá teve a liberdade para inserir tudo que acreditava, por mais absurdo que fosse.

Como veem, a excomungação de Xavier o transformou em uma demolidor a destruir toda uma doutrina. Foi ótimo para a FeB, pois ciência nunca conseguiu atrair multidões. Espíritas sérios que se limitam a fazer palestras sobre Allan Kardec falam para plateias de no máximo 10 pessoas. Enquanto Chico Xavier lotava centros com milhares.

Perto da morte, seu caráter de semi-deus foi ainda reforçado, com direito a uma morte com data escolhida (?!) durante um evento de lazer supérfluo (?!) cuja chegada ao céus foi narrada de forma surreal como um conto-de-fadas(!!!!!). Enfim estava criada a definitiva divindade brasileira.

Tudo isso aconteceu depois da vinda de um mineiro interiorano que só queria uma igreja para rezar.

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