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Tempestade de areia, de vez em quando, "visita" terra de Chico Xavier

 (Autor: Groucho Lênin)

Tido como "paraíso sobre a Terra", segundo uns, ou "cidade que se esforça para ter boas luzes vibratórias", segundo outros, Uberaba, parte integrante do Triângulo Mineiro, de vez em quando é "visitada" por grandes tempestades de areia que assustam a população.

No último fim de semana, no dia 26 de setembro de 2021, uma tempestade de areia atingiu cidades do interior de São Paulo, como Franca e Ribeirão Preto, além de atingir a região do Triângulo Mineiro. O fenômeno é constante na região e é resultante de instabilidade atmosférica que provoca tanto fortes chuvas, com trovoadas e granizos, quanto fortes ventos, de até 60 km por hora que, em áreas secas, carregam uma grande porção de terra, formando tempestades de areia.

A mentalidade do coronelismo brasileiro, uma das forças sociais mais prepotentes em todo o Brasil e a qual era apoiada pelo "médium" Francisco Cândido Xavier, que colaborou com as elites do gado zebu de Uberaba, além de ser, através de sua obra doutrinária, um defensor radical à submissão humana aos ditos "superiores" em geral (pais, autoridades, patrões etc), contribui para isso.

A falta de uma consciência ecológica permite os desmatamentos criminosos e todo o descaso quanto à preservação ambiental - como, por exemplo, jogar lixo nos canais e córregos - , além de todo um poderio dos grileiros, que para manter o domínio chegam a ordenar assassinatos de camponeses, padres e missionários católicos e líderes sindicais do campo, que se apropria de porções de terra de maneira abusiva, ignorante e irresponsável.

Há poucos dias, um representante dos latifundiários, o deputado do Progressistas (partido que flerta com a refiliação de Jair Bolsonaro), Franco Cartafina, que votou a favor da PL da Grilagem e da privatização da Eletrobras, elegeu Chico Xavier como "herói da Pátria", um título tendencioso que está mais próximo das homenagens que se costuma dar para policiais truculentos que matam negros trabalhadores, para militares repressores e para falsos altruístas em busca de promoção pessoal, o que é o caso do "médium".

A ignorância dos latifundiários que concentram as posses de Terra - sob o consentimento de Chico Xavier, que sempre esteve do lado dos opressores, apesar da imagem de "caridoso" - permite que o uso abusivo e irresponsável da Terra, desconhecendo as peculiaridades geográficas e substituindo plantações de alimentos por criação de gado, faz com que haja o desequilíbrio ecológico.

Da mesma forma, a extração ilegal de madeira, sem qualquer ação de recuperação ambiental, e os incêndios criminosos que acontecem em áreas florestais e cerrados, causados por capangas de latifundiários tomados de muito ódio contra a natureza, permitem que esse desequilíbrio faça das regiões interioranas do Brasil redutos de furacões, terremotos, tempestades de areia e temporais violentos, com muitas trovoadas e chuvas fortes que transformam ruas sem asfalto em verdadeiros lamaçais.

E quem imagina que o "movimento espírita", tão "bonzinho", iria condenar tudo isso e pedir aos detentores da Terra "um maior respeito à essa maravilhosa criação de Deus", devemos lembrar, todavia, que Chico Xavier sempre apelava para a complacência com os erros dos poderosos, pedindo o que se entende como "perdão" (a "misericórdia tóxica" que passa pano nos abusos e crimes alheios) àqueles que cometem mil atrocidades, fazendo com que até a Justiça cruze os braços achando que Deus será o árbitro final dos abusadores.

Lembremos que essa atribuição a Deus é discutível, porque a própria figura de Deus é controversa. E, se Deus existe, ele não é a pessoa que cuida do universo, mas uma lendária e imaginária alegoria para personificar as leis da física e da química existentes. Allan Kardec sabia disso, tanto que, ao perguntar, disse "O que é Deus?".

O grande problema é que, para o "espiritismo" de Chico Xavier e Divaldo Franco, a figura lendária do mito divino é antropomorfizada, como se fosse um "síndico" de um gigantesco (quer dizer, infinito) condomínio chamado Universo. Ou seja, trata-se de uma atribuição materialista pura, contrariando o espiritualismo que a religião tanto diz defender mas que, reduzida a um Catolicismo medieval repaginado, os "espíritas" não defendem.

E aí os moradores de cidades de Uberaba terão que, eventualmente, ficarem comendo a poeira que, certamente, não poupa sequer o mausoléu de Chico Xavier. Vai ver que a poeira da tempestade deve ser também um "alimento para a alma" nessa dieta espiritualista que inclui os livros do "bondoso médium", não é mesmo?

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