
(Autor: Profeta Mentalista)
Para os brasileiros, a grande estrela do movimento espírita (que nada tem a ver com a Doutrina Espírita, embora seus integrantes pensem que tem a ver) é Chico Xavier. Tido como bondoso, simpático e meigo, ele teve as características necessárias para sensibilizar esse povo carente que pensa que evolução espiritual passa exclusivamente pelo moral, descartando qualquer racionalidade ou questionamentos.
O povo brasileiro, "educado" há mais de 500 anos pelas religiões dogmáticas, sobretudo o Catolicismo (do qual Xavier era devoto fervoroso) e mais recentemente o protestantismo, se acostumou a associar as coisas de Deus a uma fé passiva e crédula, que trata absurdos como verdades e condenando qualquer um que esteja disposto a pesquisar, na tentativa de verificar se essas crendices são verdadeiras ou não.
A FEB, que deveria zelar pela doutrina e na verdade faz o contrário, transformou Xavier em um mito, da mesma forma que a mídia transforma qualquer cantor de chuveiro em "gênio da cultura brasileira". Um mero médium, que na verdade deveria ser nada mais que um objeto de estudo, foi alçado a guru do espiritismo a ponto de ser confundido com o próprio Kardec, mesmo tendo evidentemente uma personalidade diferente e posição doutrinária oposta.
Para mensurar a falsa importância de Xavier para a doutrina e a tola idolatria para com ele, numa enquete em uma comunidade espirit(ólic)a do Orkut, ao ser perguntado se os membros acreditavam que Xavier era reencarnação de Kardec, cercade 60% (!!!) responderam que sim, que Chico era Kardec. Um absurdo, se analisarmos friamente a atuação de cada um perante a doutrina. Uma prova que no Brasil, há muitos "espíritas" muito mal informados.
Se Xavier teve méritos , mesmo sendo católico praticante e nunca ter entendido o Espiritismo, foi em atrair gente para a doutrina, além de servir de conforto para pessoas tristes com o desencarne de parentes e amigos queridos. O brasileiro é um povo não muito racional (pode se esperar de tudo vindo de um povo que acha que a vitória no futebol é mais importante do que a melhoria na qualidade de vida) e precisava de atitudes como a de Chico Xavier para poder se sensibilizar com a doutrina. Mas o ideal seria que, com o amadurecimento intelectual, pudéssemos entender a verdadeira "missão" de Xavier, sem transformá-lo em um guru "difusor da verdade".
Mas a credulidade falou alto e o tradicional medo de Deus e dos espíritos, estimulados através das religiões (o primeiro medo) e dos filmes de terror (o segundo), fez com que os seguidores da doutrina vissem o ingênuo médium como inquestionável "representante de Deus" na Terra, como se fosse uma espécie de "papa" do Espiritismo, aceitando, consequentemente tudo que era dito e escrito em nome dele e dos espíritos de elevação mediana que o acompanhavam, sem verificar sua veracidade.
Infelizmente isso está arraigado na versão brasileira da doutrina e é ainda algo difícil de derrubar. E com ela, o Movimento Espírita segue totalmente alheio ao que está na codificação, se desviando do objetivo de evolução espiritual, transformando o Espiritismo numa religião como outra qualquer, servindo apenas de conforto para carentes que não conseguem ou não se interessam em resolver os seus problemas usando a própria mente.
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