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"Espiritismo" brasileiro apoiou o golpe de maneira enrustida

(Autor: Kardec McGuiver)

O "Espiritismo" brasileiro está numa situação vergonhosa. O golpe que ela apoiou sutilmente, condenando grupos políticos progressistas, apoiando movimentos organizados por entidades e personalidades fascistas  e exaltando a Teologia do Sofrimento, está prestes a cair. Com medidas que destroem os direitos dos trabalhadores, Temer e sua equipe de golpistas se encontram em uma situação sem volta. 

E o "Espiritismo" brasileiro? Como fica? Espertos como são e cientes dos bastidores do poder, lideranças da FEB e de outras instituições ligadas a Igreja dos Espíritos, nuca assumiram de fato o apoio a temer, embora deixassem claras as suas intenções golpistas. A opção pelo aumento de textos e palestras que evocassem a  Teologia do Sofrimento seria uma forma de estimular a aceitação, por parte dos seguidores, das medidas amargas que seriam aprovadas pelo governo golpista.

"Espíritas" sempre puxaram o saco de governos vigentes. A Igreja dos Espíritos (nome correto para o "Espiritismo" brasileiro divorciado de Allan Kardec) surgiu pendurando os seus braços no pescoço do segundo império. De lá para cá, sugou governos e autoridades não em prol da suposta caridade que defendem, mas em busca de reconhecimento, pois era frequentemente confundido com magia negra. 

Reconhecimento que foi financeiramente bom para a igreja, cujas lideranças gozam de confortável vida e prestígio sólido, apesar das inúmeras contradições que integram seu repertório dogmático e da caridade, insistentemente mencionada mas praticada precariamente, que não conseguiu melhorar de forma significativa a sociedade brasileira.

"Espíritas", encarando com incerteza o cenário do golpe, pois sabiam da ilegitimidade de Temer & CIA, preferiram não arriscar e preferiam agir com sutileza. Bajularam o governo Dilma, dando a ela o livro cheio de erros históricos Brasil Coração do Mundo, de Chico Xavier (não escrito por Humberto de Campos, pois o conteúdo é ideologicamente afim a Xavier, que seria golpista se estivesse vivo), sabe-se lá com que intenção. Mas com o festival de falsas acusações contra a presidenta, preferiram se voltar contra ela, apesar de posteriormente ser revelado que ela caiu porque combatia a corrupção e não contrário.

Hoje, tanto o governo Temer quanto o "Espiritismo" brasileiro estão agonizantes. O primeiro em apoio e numa gestão que sempre se mostrou atrapalhada e nociva. O segundo porque se encontra cheio de contradições e incapaz de resolver sua irracionalidade diante das bajulações à ciência que insiste em fazer. Muitos dogmas sem pé nem cabeça dão fácil xeque-mate na suposta "fé raciocinada" do "Espiritismo" brasileiro, na verdade uma igreja de fé cega que nunca se assumiu como tal.

A única saída de Temer é sair e dar lugar a eleições diretas. Já para o "Espiritismo", a única saída é assumir seu igrejismo, admitir que Allan Kardec nunca foi seu mestre e sim Jean Baptiste Roustaing e parar com esta papo furado de "ciência dos espíritos, coisa que nunca foi de fato."

Se o "Espiritismo" brasileiro quiser durar mais tempo, antes de tudo precisa ter honestidade. Não dá para dizer uma coisa fazendo exatamente o contrário. É preciso escolher para que senhor irá acender as suas velas, para Kardec ou para Chico Xavier/JB Roustaing? Não dá para acender para os dois simultaneamente: é contradição. Mais uma entre tantas contidas na versão brasileira da doutrina.

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