(Autor: Kardec McGuiver)
Chico Xavier ficou famoso não somente pela suposta paranormalidade mas também pela suposta caridade, que boatos e lendas costumam aumentar. Hoje, ele é considerado o maior filantropo brasileiro de todos os tempos, mas sem qualquer resultado que comprove esta fama. A fama de maior filantropo é na verdade um dogma a mais de uma seita cheia de dogmas e que vive no dilema de ser uma seita científica ou uma igreja espiritual, se auto-rotulando como a primeira, mas agindo na prática como a segunda.
Mas é um dogma que traz conforto aos admiradores do beato de Pedro Leopoldo. Brasileiros sempre estiveram em busca de heróis e salvadores e a mitologia construída em torno do beato que só queria rezar criou uma espécie da fanatismo doente que faz as pessoas enxergarem coisas que não existem no mundo real, impedindo a compreensão do que acontece de fato.
Mas como classificar alguém que não conseguiu transformar a sociedade através de uma caridade mais eficiente e lições que pudessem estimular o intelecto, se limitando a agir como uma liderança religiosa como qualquer outra? Somente o fanatismo doente em favor de alguém que corresponde aos estereótipos de uma pessoa bondosa consegue explicar esta distorção.
O que se sabe sobre a caridade de Xavier, independente da imagem que ele possui perante a opinião pública é que foi completamente incapaz de transformar a sociedade brasileira para melhor. A própria confusão em que se transformou o "espiritismo" brasileiro é uma prova de que a influência de Xavier foi mais incômoda que benéfica.
Ele cometeu graves erros em nome da suposta caridade. Seus atendimentos serviam mais como espetáculo do que para melhorar a vida das pessoas. Sem conhecer a mediunidade de forma técnica, arriscou a participar de sessões de comunicação espiritual de forma não recomendada pela doutrina original.
Como médium, Chico Xavier era uma tábua Ouija em forma humana. Sabe a brincadeira do copo, que crianças usam para se comunicar com fantasmas? Era isso que Xavier fazia em suas sessões. principalmente as em que ele tentava se comunicar com filhos mortos de mães desesperadas. Um show desnecessário que poderia ter sido evitado com uma conversa com cada mãe, estimulando a conformação com a perda do filho querido.
Quanto a caridade em prol dos mais carentes, nada que fosse além do que já é feito em instituições de caridade comuns. Uma caridade que serve mais para que o desgraçado aceite a sua desgraça de forma suportável do que tirá-lo de sua desgraça. Uma caridade que agrada aos conservadores, pois mantém a divisão de classes e dispensa os mais ricos de repartirem bens e renda. Isso acaba mantendo os pobres na situação em que estão, recebendo apenas uma compensação que os acomode na desgraça.
Infelizmente, para os admiradores de Chico Xavier, digo que tudo que ele fez foi completamente dispensável. Cultuá-lo ou dar títulos pomposos é sinal de fanatismo a paixão desenfreada. O Brasil estaria bem melhor sem Chico Xavier. Ele nunca passou de um mero beato que só queria rezar. Seus apoiadores, de todos os tipos é que queriam endeusá-lo, para satisfazer taras pessoais. O Brasil de hoje comprova a inutilidade da liderança de um tipo como o beato mineiro.
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