(Autor: Equipe Dossiê Espírita)
O atentado em Manchester, ocorrido há poucos dias, foi um episódio chocante durante uma apresentação da cantora e atriz estadunidense Ariana Grande - conhecida pelo seriado Victorious - na histórica cidade inglesa, conhecida por sua indústria têxtil.
Foi na noite do dia 23 de maio de 2017, no Manchester Arena, depois que Ariana cantou uma última música. Balões haviam sido jogados para o clima de encerramento da apresentação, quando, de repente, fortes explosões foram ouvidas, cujo impacto causou várias mortes e dezenas de feridos. Na ocasião, 19 pessoas morreram, e mais outras três após o socorro médico. O terrorista Salman Abedi, de 22 anos, foi um dos mortos identificados mais tarde.
O episódio revela circunstâncias misteriosas que indicam a controversa trajetória do Estado Islâmico, grupo terrorista que depois assumiu a autoria do atentado. Segundo revela o portal Cinegnose, Manchester já havia sido pensada nas medidas de segurança contra o terrorismo e o aparente descaso da polícia inglesa em evitar uma tragédia dessas.
Consta-se, segundo o mesmo portal, que Abedi era de uma família que está associada a organismos de combate ao Islamismo e com relações com autoridades da OTAN (Organização Tratado do Atlântico Norte). O pai de Abedi chegou a aparecer em fotos ao lado do senador do Partido Republicano dos EUA, John McCain, e do atual presidente do referido país, Donald Trump.
A situação é muito complexa, e talvez não fosse bom apelarmos para a tradicional abordagem "espírita" que, mais uma vez, baterá na tecla do "resgate coletivo" e na atribuição de que as vítimas teriam sido "tiranos sedentos por sangue" em encarnações longínquas e virtualmente superadas.
Há toda uma reunião de contextos relacionados ao atentado, ocorrido no final de um evento de música pop, envolvendo um público de pessoas jovens e realizado em um país considerado um dos mais ricos e símbolo da ideologia político-econômica do Capitalismo.
Evidentemente, há o choque entre o reacionarismo "fundamentalista" do Estado Islâmico e o conservadorismo pragmático do Capitalismo, e questões de crise sócio-cultural que fazem com que o Primeiro Mundo entre num processo de decadência e de muitos impasses, como se viu na França, nos atentados contra a redação do periódico Charlie Hebdo e na chacina na boate Bataclan, durante outra apresentação musical, a da banda Eagles of Death Metal.
Isso não significa que o Hemisfério Norte está preparando a própria morte. Afinal, em termos comparativos, Europa e EUA, por serem regiões socialmente mais antigas, estão mais preparadas do que o Brasil para sofrer sérios impasses extremos, e hoje o nosso país sofre um profundo retrocesso político e um clima de desordem e desgoverno.
O que falta na Europa e EUA é como estabelecer tais soluções e como enfrentar movimentos de retrocessos sociais como o "fundamentalismo islâmico" ligado a atos terroristas, uma facção de retrocessos religiosos que pode divergir do Capitalismo quanto aos paradigmas de vida moderna, mas que são suspeitos de serem "jagunços" da geopolítica estratégica do Imperialismo capitalista.
Em todo caso, o cenário diverge, e muito, das predições que Francisco Cândido Xavier havia feito sobre a "Data-Limite". Em narrativa controversa dada por Geraldo Lemos Neto, mas condizente com muito do que havia escrito Chico Xavier, a "profecia" de que em 2019 o Hemisfério Norte caminharia para uma decadência e só seria poupado se aceitasse a "missão de fraternidade" trazida pelo projeto do "Brasil, Pátria do Evangelho".
Já questionamos o perigo desse mito da "pátria do Evangelho" atribuído ao Brasil, porque esconde um projeto imperialista de uma nova teocracia nos moldes do Império Bizantino. Tudo é bonito no enunciado, como o próprio enunciado do Catolicismo medieval também era bonito, falando da "religião de Cristo" feita pelos seus antigos algozes. A "pátria do Evangelho" seria um projeto de "espiritismo" feito sob o ponto de vista de seus deturpadores.
O que se pode dizer sobre o atentado no Manchester Arena é que ele reflete a mesma complexidade dos últimos tempos como nos atentados ao Charlie Hebdo, à boate Bataclan, a uma corrida em Boston (EUA), entre outros eventos. Revela uma série de relações entre modernidade e obscurantismo social, moral e cultural - neste caso, podemos incluir também a idolatria doentia do assassino da cantora Christina Grimmie - , além do profundo atraso mental nas redes sociais.
Esses são os problemas que nenhum messianismo religioso aqui e ali poderão resolver. Sobretudo o "espiritismo" e sua retórica da "pátria do Evangelho". Aliás, isso só pode piorar, na medida em que pretextos "fraternais" sugerem algo mais sombrio, que é a construção de uma teocracia a exercer supremacia político-religiosa sobre o resto do mundo, coisa que já produziu tragédias semelhantes em várias experiências.
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