(Autor: Equipe Dossiê Espírita)
Diz o espírito Erasto de que os "inimigos internos" do Espiritismo irão falar de "coisas boas" e apelar para ideias como "amor, Deus e caridade" para iludir as pessoas e depois convencê-las a acreditar em ideias desprovidas de lógica e bom senso.
Não demos ouvidos a esse aviso, dado nos tempos de Allan Kardec, há mais de um século e meio. Em vez disso, aceitamos, sem críticas e até com um deslumbramento bastante cego e acomodado, os deturpadores da Doutrina Espírita por causa de supostas qualidades tidas como "sublimes".
Nas redes sociais, se observa que muitos tentam abafar as críticas à deturpação do Espiritismo com alegações de que "pelo menos os deturpadores fazem caridade e ajudam muita (sic) gente". A ideia é proteger os deturpadores, muitos deles "médiuns" que vivem o culto à personalidade.
A "caridade" se torna, então, uma espécie de "cortina de fumaça" feita para proteger os deturpadores, garantindo assim que suas pregações igrejistas sobrevivam a qualquer esforço de recuperação das bases doutrinárias originais. Relativiza-se a deturpação, como em um crime sem criminoso, enquanto os deturpadores, poupados, fingem que vão "aprender melhor Kardec".
O endeusamento a Chico Xavier, Divaldo Franco e outros, que segue níveis do mais mórbido fanatismo, se apoia nesta "cortina de fumaça". A "caridade" é uma forma de jogar debaixo do tapete os erros da mais extrema gravidade que os "médiuns", em seu culto à personalidade, fizeram contra a Doutrina Espírita, desmoralizando o árduo trabalho do pedagogo francês.
A "caridade" serve, então, para dissimular a desonestidade doutrinária, embora não escondesse também certos disparates. Afinal, sabe-se que o sofrido Kardec, para realizar pesquisas, pagava com seu próprio dinheiro as viagens, sem patrocínios e sem o respaldo esperado, a não ser de sua esposa, para ir a lugares distantes estudar os fenômenos espíritas, autênticos ou não.
Isso é muito diferente de Divaldo Franco viajar com patrocínio de não se sabe quem, em aviões de primeira classe, hospedado nos melhores hotéis, para fazer palestras para ricos e poderosos expondo umas palavrinhas rebuscadas de mensagens açucaradas, em muitos casos trazendo conceitos que deixariam o pedagogo francês bastante envergonhado e aflito.
Enquanto milhões de reais são investidos para os "médiuns" ou os palestrantes "espíritas" em geral excursionarem pelo Brasil ou pelo mundo, em viagens e hospedagens muito confortáveis, em troca de títulos e prêmios e posando ao lado de personalidades VIP, apenas uns poucos milhares de reais são investidos para a "transformadora caridade" de que tanto falam os "espíritas".
Portanto, nem a "caridade" se torna uma justificativa nobre para aceitarmos a deturpação. E, numa época em que se denunciam doações de empresas e políticos corruptos, indaga-se se o "movimento espírita" também não foi beneficiado com eventuais "lavagens" financeiras ou recebe alguma blindagem das elites poderosas.
A Rede Globo apoia Chico Xavier desde os anos 1970. E Chico Xavier não doou seu dinheiro para a caridade, mas para os cofres da FEB, assim como Madre Teresa de Calcutá doou a grana que pedia dos ricos e poderosos para os cofres do Vaticano. Ambos simbolizam um estranho paradigma de "bondade plena" feitos por um bem estipulado discurso midiático.
Quem patrocina as turnês dos palavreadores "espíritas"? Quem financia esse espetáculo de coreografias vocabulares, de textos rebuscados ou de arremedos ruins das já duvidosas palestras de auto-ajuda? Quem paga para ver supostos discípulos de Kardec despejarem ideias que deixariam o pedagogo francês pasmo e preocupado de tanta deturpação e distorção de ideias?
As pessoas têm que abrir mão de paixões religiosas. Isso é um imperativo, uma urgência, porque são elas que impedem as pessoas de raciocinar melhor sobre certas armadilhas mistificadoras que só trazem complicações, apesar da "água com açúcar" das belas palavras e imagens. A diabetes religiosa também é nociva, e a gente observa isso quando pessoas chegam a se irritar para defender com mão de ferro os "médiuns" e "pensadores" que deturpam o legado kardeciano.
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