(Autor: Professor Caviar)
Figura bastante contraditória a de Francisco Cândido Xavier. O suposto médium mineiro, devoto da Teologia do Sofrimento, lançou uma frase que cabe um certo questionamento, e, embora muitos achem "bela", trata-se de um recado previsível que seria melhor que não fosse transmitido.
A frase, sobre o ato de aproveitar a vida presente, entra em contradição porque Chico Xavier fazia apologia ao sofrimento humano, como todo católico ultraconservador, que tenta dar a impressão de "não defender necessariamente" o sofrimento, mas defini-lo como "atalho" para as tais "bênçãos de Deus". Afinal, com tantas desgraças dos sofredores, que amor e alegria poderão ser vividos na vida presente. Vejamos:
"Se tiver que amar, ame hoje. Se tiver que sorrir, sorria hoje. Se tiver que chorar, chore hoje. Porque o importante é viver hoje. O ontem já foi e o amanhã talvez não venha".
Além da frase não sensibilizar a pessoa que sofre, porque tanto faz as desgraças de ontem, hoje e amanhã, Chico Xavier ainda caiu em contradição consigo mesmo quando se fala do "amanhã" que "talvez não venha". Não é ele que falava sempre em "vida futura" e mostrava as "maravilhas do além-túmulo para seus seguidores"?
Chico é conhecido por um sistema de valores moralistas que faz com que a pessoa aguente uma encarnação inteira de sofrimentos, na desculpa de que, havendo reencarnação e vida espiritual, "é possível" adiar um projeto de vida para cem anos. Isso é chamado procrastinação, que é a mania de ficar adiando as coisas e o "espiritismo" brasileiro adora ver pessoas adiando projetos de vida a contragosto por conta de tantas limitações e até por tragédias prematuras.
Chico é conhecido por um sistema de valores moralistas que faz com que a pessoa aguente uma encarnação inteira de sofrimentos, na desculpa de que, havendo reencarnação e vida espiritual, "é possível" adiar um projeto de vida para cem anos. Isso é chamado procrastinação, que é a mania de ficar adiando as coisas e o "espiritismo" brasileiro adora ver pessoas adiando projetos de vida a contragosto por conta de tantas limitações e até por tragédias prematuras.
O próprio Chico Xavier, símbolo, ainda que irregular, controverso e equivocado, do desapego dos bens materiais - embora sabemos que os adeptos do "médium" possuem sentimentos de apego obsessivos e ainda mais doentios por ele - , em muitos casos se contradisse na sua mania de bancar o "pensador", um hábito copiado de Madre Teresa de Calcutá e "exportado" com a ajuda da Rede Globo de Televisão, que pegou o roteiro de Malcolm Muggeridge.
Um homem que pedia para as pessoas "aguentarem o sofrimento" porque "tudo passa" e pedia para as pessoas "viverem o hoje", porque "o amanhã talvez não venha". Que espiritualismo é esse? E depois tem gente querendo recuperar as bases doutrinárias kardecianas mantendo o "médium" no seu pedestal...
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