(Autor: Kardec McGuiver)
O fanatismo religioso não está preso a um estereótipo como declara o senso-comum. O fanatismo relacionado com as religiões podem ter muitas formas diferentes, dependendo do contexto e da sita ou igreja relacionada. Naquilo que os brasileiros conhecem erroneamente como "Espiritismo" há muito fanatismo sim, e dos mais graves. E boa parte do fanatismo é direcionado ao culto do beato de Pedro Leopoldo, Chico Xavier, tratado como quase um deus vivo pelos seus admiradores.
Não sei bem como o mito de divinização de Xavier surgiu. O que se sabe que o fato é que o beato era um cidadão comum, apenas um fanático católico cuja única meta na vida é cultuar seus santos e cumprir os rituais que a sua igreja existiu.
Sua paranormalidade, até hoje controversa, serviu de porta de entrada a Doutrina Espírita, onde Xavier, sem entender nada, agiu como vândalo, praticamente destruindo a doutrina original para colocar no lugar uma versão retrógrada de Catolicismo, acrescida da crença na reencarnação e na vida pós-morte.
Esse vandalismo doutrinário praticado por Chico Xavier muitas vezes o colocou em xeque, tornando-o protagonista de inúmeros escândalos. A FEB, que o adotou, teve que agir rápido, pois o beato, bom em redação, era escritor de livros que vendiam bem e dava dinheiro a instituição. Era preciso transformar Xavier em mito vivo para soterrar escândalos e alavancar ainda mais as vendas de seus livros, bem escritos, mas cheios de graves erros doutrinários, vários deles absurdos.
Para isso foi lançado um empenhoso trabalho de construção do mito para que Xavier não somente seja visto como sobre-humano por sua suposta paranormalidade, como também embutir qualidades de todos os tipos (filantropo, filósofo, professor, profeta, cientista, analista político, historiador, etc.) para forjar perfeição e atrair súditos fanáticos que certamente trabalharão em conjunto com a FEB para que mais livros sejam vendidos e mais pessoas frequentem centros ditos "espíritas".
Praticamente a doutrina original foi soterrada dando lugar a este igrejismo delirante construído graças a figura de Chico Xavier, que nunca deixou de ser o beato de Pedro Leopoldo. Excomungado de sua crença por causa da suposta paranormalidade, Xavier, cuja única ambição na vida era satisfazer a sua fé católica, usou a versão deturpada da doutrina para atingir a sua meta, se transformando, de forma bastante artificial, em uma das maiores lideranças religiosas do país, mas com superpoderes que o faria ser visto como algo fabuloso, a entorpecer as almas carentes com um fanatismo doentio.
A transformação de Chico Xavier em um semi-deus foi péssimo para a Doutrina Espírita original, mas excelente para a sua versão deturpada. Normalmente quando a parasitária erva-daninha se instala em uma árvore e a mata, ela toma o seu lugar, com as suas folhas substituindo as folhas originais da árvore morta. Xavier foi esta erva daninha.
Graças a Xavier, a erva-daninha, a doutrina original e seu criador, Allan Kardec se tornam os grandes desconhecidos do mundo, reduzidos a meros "carimbos" a autenticar as asneiras difundidas pelo beato de Pedro Leopoldo, o homem que seus admiradores sonhavam em ver como um quase deus.
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