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Esquerdas vendem as almas a "médiuns" de direita

(Autor: Senhor dos Anéis)

Sob a desculpa de combater o ódio, a intolerância e a polarização, se promove a fraternidade das galinhas com a raposa. É a eterna mania de acreditar que as raposas irão reconstruir o galinheiro destruído na véspera, e é da etiqueta dos "tolerantes" e "fraternos" acreditar nessa fantasia.

Nem Jesus de Nazaré defendeu esse suposto ideal de suposta fraternidade. "Eu vim trazer a espada", disse ele, a contragosto e resignado com o que suas ideias poderiam causar. O conflito é da natureza humana, e muitas vezes se promovem perdões, fraternidades e conciliações sem oferecer um equilíbrio de interesses, os acordos sempre ocorrem no sentido de garantir abuso para os abusadores e desgraça para os desgraçados, apenas garantindo o consentimento mútuo das duas partes.

As forças progressistas, que costumam questionar até mesmo as entranhas da mídia hegemônica, manifestando suspeita até numa tosse dada por William Bonner no Jornal Nacional, retomaram uma onda de complacência e deslumbramento de tal forma que, se tiverem que escolher entre uma próxima reunião do Fórum Social Mundial e uma viagem à Disney, optarão pela segunda.

De repente, só por causa de notícias mornas em torno do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva, aparentemente prestes a deixar a prisão, onde está há um ano e meio, as esquerdas passaram a viver num paraíso de supostos amor, tolerância, fraternidade e paz. 

O velho ânimo da galinha se reconciliar com a raposa, das ovelhas acolherem o lobo, volta à tona, com os esquerdistas se comportando como aquele morador de um apartamento que se prepara para receber o ladrão que roubará tudo do seu lar.

Ficamos preocupados. A complacência aos referenciais culturais da centro-direita, por parte das esquerdas, é preocupante. As esquerdas usam como desculpa o fato de que não se pode fazer polarização, e elas de repente se fraquejam, deixando de lado a inteligência afiada que utilizam, até de forma brilhante, em outras ocasiões.

De repente, os esquerdistas falam que "não se pode ser lógico em tudo" e uma emotividade perigosamente deslumbrada lhes toma conta das mentes, sobretudo quando trabalham os mitos dos supostos médiuns Francisco Cândido Xavier e Divaldo Pereira Franco, figuras ultraconservadoras, mas acolhidas por esquerdistas pela reputação associada supostamente à caridade.

O grande medo é acolhê-los, mais uma vez, como um suposto remédio contra as convulsões sociais, sempre falando em "mensagens de paz e fraternidade", que os "médiuns" defendem em total desprezo às razões que alimentam conflitos, dentro de uma cultura que, por exemplo, impulsiona ao feminicídio porque se prevalece a ideia de que os casais só podem se unir sem muita afinidade, porque ter afinidade conjugal é visto pejorativamente, como sinônimo de "grude".

Temos que compreender isso. Afinal, os esquerdistas não estão fora do contexto de burrice, de complacência, de estupidez e de apegos ao supérfluo e ao inútil que fazem esse Brasil ser tomado de ódios cegos e um festival de caneladas cometidos principalmente nas redes sociais. E que faz, no contexto espírita, haver os "isentões espíritas" que, com todo o esforço de criar uma roupagem "intelectual" em suas mensagens, têm o mesmo saber raso que qualquer sub-intelectual de Facebook.

As esquerdas, brilhantes em analisar os abusos econômicos, políticos e jornalísticos associados à sociedade conservadora, às vezes criticando as próprias esquerdas pelo excesso de otimismo em certas situações - como a breve humilhação a Michel Temer, durante um desfile da Acadêmicos do Tuiuti, no Carnaval carioca de 2018 - , fraquejam ao falar de "médiuns espíritas", exaltando uma filantropia que só é mito, não passando de um mero Assistencialismo barato.

Como os esquerdistas, nesses momentos ou em outros - como na complacência patética dada ao "funk carioca", depois que ele se tornou um subproduto do proselitismo social das Organizações Globo - , abrem mão de seu realismo intelectual para adotar posturas de condescendência patética, mesmo com o risco de, com tais posições, perderem o protagonismo e até contraírem azar, pelo apoio a mistificadores que parecem progressistas por fora, mas são reacionários por dentro.

Chico Xavier foi evocado duas vezes por jornalistas de esquerda, sob a desculpa de "combater o ódio e a polarização". Deu ruim: isso fortaleceu as energias dos reacionários, melhor sintonizados com o "médium" que apoiou até o AI-5 e compareceu, com gosto, a uma homenagem na Escola Superior de Guerra, no auge da ditadura. 

Daí que Michel Temer e Jair Bolsonaro foram melhor favorecidos, enquanto Dilma Rousseff via seus direitos políticos escaparem de suas mãos e Lula ser preso por uma estória muito mal contada sobre o triplex do Guarujá que mais parece matéria do Fofocalizando, do SBT.

Agora há o risco de Divaldo Franco, que ganhou um filme dramatizado sobre sua vida, o dramalhão Divaldo - Mensageiro da Paz, ser cortejado pelas esquerdas como pretenso pacifista,"combatendo" a polarização das ovelhas com o lobo e permitindo que novos lobos vistam peles de cordeiro em prol da "tolerância" e da "fraternidade", camuflando conflitos humanos com uma fraternidade forçada que nunca resolve os conflitos de interesses que motivam ódios e vinganças.

Vamos então relembrar uma palestra de Divaldo Franco, no Congresso "Espírita" de Goiás, em 18 de fevereiro de 2018, no qual o "médium" esculhambou pautas esquerdistas, fazendo com que as forças progressistas de esquerda façam o papel do nerd da escola, que continua apaixonado pela garota chefe de torcida que o odeia, num amor nunca bem correspondido. 

Os nerds da esquerda continuam vendo nos "médiuns" de direita as cheerleaders de seus sonhos, sem saber que a paixão não lhes é correspondida, pois, com toda a imagem anti-polarização que se tem, devemos admitir que os "médiuns", como Divaldo Franco e, em seu tempo, Chico Xavier, sempre foram figuras altamente conservadoras e até reacionárias. E olha que Regina Duarte, bonitona e atraente, não seduz tanto as esquerdas, que reconhecem sem problemas o seu reacionarismo.

Vamos ao texto, lembrando que, no evento ocorrido em Goiás, antes de Divaldo dar a resposta que abaixo reproduzimos, o mediador logo citou a expressão "Pinga-Fogo", se lembrando do programa no qual Chico Xavier manifestou sua defesa convicta e irredutível da ditadura militar e o seu anti-esquerdismo evidente que as esquerdas cegas de hoje ignoram.

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DEPOIMENTO DE DIVALDO PEREIRA FRANCO SOBRE IDEOLOGIA DE GÊNERO E SÉRGIO MORO

Congresso Espírita (sic) de Goiás, 13 de fevereiro de 2018, em Goiânia

Fernando, 18 - O que dizer sobre a ideologia de gênero?

Eu diria em frase muito breve, que é um momento de alucinação psicológica da sociedade. (Aplausos) Em uma entrevista que recomendamos, Iraci Campos, do Centro Espírita (sic) Joana de Ângelis, na Barra da Tijuca, entrevistou um nosso aluno a esse respeito, e as respostas como as perguntas, muito bem elaboradas, propiciaram a Haroldo (Dutra Dias) a abordar a questão no ponto de vista legal, moral, espírita e social. Vale a pena, portanto, procurar na Internet, esse encontro de Iraci Campos com Haroldo Dutra. Haroldo disse em síntese, eu peço licença a ele, que se trata de um momento muito grave da cultura social da Terra, e que é naturalmente algo que deveremos examinar em profundidade, mesmo porque nós vamos olhar a criança, graças à sua anatomia, como sendo o tipo ideal. E a criança, nesse período, não tem discernimento sobre o sexo. A tese é profundamente comunista. E ela foi lançada por Marx sob outras condições, que a melhor maneira de submeter um povo não é escravizá-lo economicamente, era escravizá-lo moralmente. Como nós vemos, através de vários recursos que vêm sido aplicado no Brasil nos últimos nove anos, dez, em que o poder central tem feito todo o esforço para tornar-se o padrão de uma sociedade em plena miséria, econômica e moral, porque os exemplos de algumas dessas personalidades são tão aviltante e tão agressivo (sic) que se constítuíram legais, e, porém, nunca morais. Todas essas manifestações que estamos vendo graças à República de Curitiba, cujo presidente é o dr. Moro (aplausos), e deve ser o desnudar da hipocrisia e da criminalidade. Aliás, o Evangelho recomenda que não deveremos provocar escândalo, e o nosso venerando juiz não provocou escândalo, atendeu a uma denúncia muito singela e no entanto levantou o véu que ocultava crimes hediondos, profundos, desvio de dinheiro que poderia acabar no Brasil com a tuberculose, com as enfermidades que vêm atacando recentemente, poderia educar toda a população e dar-lhe o que nossa Constituição exige, trabalho, repouso, dignidade, cidadania. Mas determinados comportamentos de alguns do passado muito próximo estabeleceram o marxismo disfarçado e a corrupção sob qualquer aspecto como princípio ético. A teoria de gênero é para criar, na criança, no futuro cidadão, a ausência de qualquer princípio moral. Uma criança não sabe discernir, somente tem curiosidade. No mesmo banheiro, um menino e uma menina irão olhar-se biologicamente, sorrir e perguntar o de que se tratava aquele aparelho genésico, que é desconhecido. Então nós defendemos repudiar de imediato e apelar para aqueles em quem nós votamos e somos responsáveis e gritar para eles que somos contra, totalmente contra, essa imoralidade ímpar. (aplausos) Vão me perdoar uma blasfêmia, agora, para adultos. Os espíritas somos muito omissos. No nome falso e na capa da humildade, achamos que tudo está bem, mas nem tudo está bem. É necessário que nós tenhamos vós. O apóstolo Paulo jamais silenciou ante o crime e a imoralidade, e Jesus, muito menos. Ele deu a César o que era de César, mas não deixou de dar a Deus o que é de Deus. Muitas aberrações nós silenciamos. Afinal, disfarçadamente, vivemos numa república democrática, e os nossos representantes lá chegaram pelo nosso voto. Já está na hora de acabar de votar por uma alpercata japonesa, já está na hora de deixar de votar por causa do emprego que vai dar ao nosso filho, pensarmos na comunidade, numa comunidade justa não faltará emprego para todos, uma sociedade justa, de homens de bem, de mulheres dignas, naturalmente estabelecerá as leis de justiça e de equidade, então nós evitaremos essas aberrações, o aborto provocado, esse crime hediondo, que está sendo tentado tornar-se legal, por mais que seja legal, nunca será moral. Nós somos contra quem aborta por essa ou aquela razão, falamos, em tese, matar é crime, seja qual for a aparente justificativa. E agora, com a tese de gênero, estamos indiferentes e, de momento para outro pela madrugada, os nossos dignos representantes adotam. Falávamos ontem a respeito de cartilhas do Ministério da Educação, depravadas, para corromper as crianças, e que as escolas estão demovendo ao Ministério. Que Ministério da Educação é esse, que estabelece fatos (aplausos) de uma indignidade muito grande. Os pais devem vigiar os livros dos seus filhos, e naturalmente recusarem. Nós temos o direito de recusar. Nós temos o dever de recusar. Vítor Hugo hoje, já nos falava há mais de 150 anos, "o grande pecado é a omissão". E Kardec nos falou que não era nobre apenas o fazer o mal, porque não fazer o bem é um crime muito grande. Então precisamos ser mais audaciosos, espíritas, definidos, termos opinião. A Doutrina nos ensina e, para os jovens, eu direi que há uma ética: liberdade. O sexo é livre. Livre-se (?). Mas ele não tem a liberdade de indignificar a sociedade. Poderemos, sim, exercer o sexo, é uma função do corpo e também da alma, mas com respeito e com a presença do amor. Portanto, à teoria de gênero, 'jamais'".

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