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Caso da "farinata" comprova: "espiritismo" brasileiro é tolerado até demais

(Autor: Professor Caviar)

O episódio do lançamento oficial da "farinata", o granulado supostamente nutricional do prefeito de São Paulo, João Dória Jr., durante o 3º Encontro Você e a Paz, edição paulista do evento promovido pelo "médium" Divaldo Franco, prova que o "espiritismo" brasileiro não sofre intolerância religiosa alguma, sendo tolerado até demais, sofrendo blindagem da grande mídia, da Justiça e de outros setores estratégicos da sociedade. Até as esquerdas ficam em silêncio diante dos erros do "movimento espírita" brasileiro. Nunca foi tão fácil trair um precursor que foi o saudoso pedagogo Allan Kardec.

Essa constatação se dá porque, mesmo com João Dória Jr. exibindo o tempo todo a camiseta do Você e a Paz, com o nome de Divaldo Franco citado na blusa, as únicas críticas à algum religioso referentes ao teor duvidoso do granulado, planejado para ser processado a partir de restos de comida de restaurantes, lanchonetes, indústrias e até de hospitais, se dirigem ao arcebispo de São Paulo, dom Odilo Scherer, figura católica que comanda a Arquidiocese de São Paulo.

A entidade católica está sendo investigada por um episódio bastante sombrio, que são as 14 mortes de ex-dependentes químicos e ex-moradores de rua, em junho passado, por possível intoxicação alimentar numa comunidade administrada pela Missão Belém, em Jarinu, no interior de São Paulo. A Missão Belém, ligada à Arquidiocese, é também parceira da Plataforma Sinergia, empresa responsável pela distribuição dos "compostos alimentares" a serem feitos por empresas parceiras terceirizadas.

Há uma suspeita de que os mortos haviam servido de cobaias para o alimento, e, teriam, após terem uma dieta a base da "farinata", sofrido efeitos de diarreia, vômitos, intoxicação alimentar e sintomas de desnutrição e desidratação. A "farinata", chamada pejorativamente de "ração humana", não tem informações nutricionais conhecidas e a procedência dos alimentos a fazerem parte do composto é bastante duvidosa.

Divaldo Franco, tido como "sábio" e "iluminado", poderia, em tese, ter sido avisado por "espíritos benfeitores" e ter cortado a homenagem a João Dória Jr. no evento "Você e a Paz", o que não seria um ato de "falta de misericórdia", mas uma cautela ética, diante da imagem desgastada que o prefeito paulistano já apresentava antes do 08 de outubro do "Você e a Paz", já agravada então com o anúncio do estranho projeto alimentício, intitulado "Alimento para Todos". A "farinata" já havia sido anunciada com o nome de fantasia de "Allimento", com a letra "l" grafada duas vezes.

Mas não. Divaldo manteve a homenagem, posou ao lado do prefeito e acabou vinculando sua imagem a um político decadente, o que mostra afinidade de sintonia. Isso prova o quanto Divaldo Franco, se não bastasse seus ares antiquados de professor aristocrático e verborrágico dos anos 1930-1940, é também inclinado a apoiar políticos decadentes como o prefeito de São Paulo, tão decadente que é apelidado por muitos de prefake. Esse apoio derruba em definitivo a ideia que muitos acreditam em ver Divaldo Franco um "líder progressista e moderno".

Apesar desse apoio explítico, no entanto, a grande imprensa reage em absoluto silêncio em relação ao erro grave de Divaldo Franco, que dez meses atrás despejou um cruel juízo de valor contra refugiados do Oriente Médio, acusando-os de serem "reencarnação de colonizadores sanguinários em busca da retomada dos tesouros da Europa". Logo Divaldo, um caçador de tesouros como medalhas, condecorações e diplomas por causa de suas palestras piegas de mofado igrejismo.

O juízo de valor de Divaldo é uma clara ofensa àquelas famílias que saem de países em guerra para reconstruir suas vidas em outro lugar. Ele ignorou que muitos desses cidadãos só querem dignidade, trabalho e paz, e logo o "pacifista" Divaldo, mesmo em tom melífluo, falava mal desses desafortunados, o que, se muitas famílias tivessem conhecimento do que o "médium" disse, teriam processado ele por danos morais, pois o "iluminado espírita" não sente na pele o sofrimento que essas pessoas têm só para tentar arrumar um lugar num barco desconfortável e inseguro para migrar para a Europa, enfrentando águas turbulentas e outros infortúnios.

Agora o "humanista" Divaldo foi apoiar um alimento que pode causar intoxicação e morte. Será que ele serviria esse alimento para os alojados na Mansão do Caminho? O apoio dele à "farinata" é coisa mais deplorável ainda do que as defesas do arcebispo dom Odilo Scherer, porque foi Divaldo que decidiu organizar o evento no qual o homenageado lançava oficialmente esse explosivo programa alimentar.

E se a imprensa mantém silêncio absoluto diante do erro de Divaldo (que agiu com plena consciência de seus atos, porque, antes do "Você e a Paz", Dória já passava por um desgaste de reputação), mesmo a imprensa de esquerda que parece complacente com os "espíritas", então o "espiritismo" brasileiro não pode se queixar de intolerância religiosa.

Afinal, o "espiritismo" brasileiro é uma das religiões mais toleradas do país e mesmo com João Dória Jr. exibindo para o Brasil e para o mundo a sua camiseta do "Você e a Paz", sob claro consentimento de Divaldo Franco, ver a miopia da nossa mídia diante desse detalhe é uma amostra de como o "espiritismo" é blindado e tolerado até demais, a ponto das pessoas consentirem até com os erros cometidos pelos "espíritas".

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