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Precisamos lutar por um verdadeiro Espiritismo, sem dogmas e mais científico

(Autor: Profeta Mentalista)

Kardec era cientista. Educador poliglota, especialista em pedagogia, mas competente em várias áreas do conhecimento, o professor Rivail, seu nome verdadeiro, era um intelectual consagrado e usou de sua experiência como cientista para pesquisar o que acabou se tornando o Espiritismo.

O que me intriga é que, como uma coisa que surgiu como ciência pura, um estudo sobre como entender e se comunicar com o mundo espiritual, antes mesmo de chegar ao Brasil, ainda na França (graças principalmente a Roustaing), foi se transformar numa seita igrejista, uma religião como todas as outras, praticante da fé cega e totalmente receptiva aos piores absurdos, abrindo mão totalmente da racionalidade original de Kardec?

Revoltante saber que a maioria esmagadora das pessoas, seguidoras ou não das formas deturpadas da Doutrina Espírita, entende como "Espiritismo" todo esse engodo que é vendido como tal, dificultando o entendimento e mantendo cada vez mais forte o preconceito que outros tem em relação ao Espiritismo, além de travar completamente a evolução intelectual do planeta, já que o que muitos entendem como "Espiritismo" se limita a mensagens piegas de paz, amor e caridade.

Devemos lutar contra isso tudo e retomar a pesquisa científica lançada por Kardec. Nada adianta o que os palestrantes chamam de "estudo do dia", que na verdade se tratam dos meros sermões iguais aos feitos em qualquer missa no Catolicismo, que nada ensinam além daquele altruísmo estereotipado que não melhora a vida de ninguém. Isso não é Espiritismo. Na melhor das hipóteses, caridade existe em todo o lugar e nada tem a ver com ciência. Não se estuda ser bom, pois bondade tem a ver com prática pura.

E os estudos sobre a doutrina? As pesquisas de TCI? As análises sobre o comportamento dos médiuns? Sobre o que é dito? E o CUEE, tão essencial que foi colocado logo no início do livro mais popular da doutrina, O Evangelho Segundo o Espiritismo, popular, mas mal compreendido por ser uma análise que foi confundida como se fosse uma adaptação do Novo Testamento aos "dogmas" da doutrina. Não é.

Devemos retomar a coerência e reconhecer que a mediunidade não garante liderança aos médiuns. Que comunicações espirituais vem de espíritos de todos os níveis morais e sobretudo intelectuais, todos sedentos para se comunicar e que acabam transmitindo os valores que conhecem, por meramente serem homens sem corpos. Já que ninguém se torna santo quando morre, é prudente desconfiar de mensagens recebidas, mesmo que tenham sido publicadas (inescrupulosamente) em livros lindos e bem acabados.

Sei que muita gente prefere respeitar o prestígio dos médiuns que adquirem fama. Mas não dá para respeitá-los, desrespeitando Kardec e as doutrinas, já que sabemos que muitos desses médiuns, por mais prestigiados que sejam, nunca verificaram e nem verificam a qualidade das comunicações recebidas, publicando-as e divulgando-as imediatamente, sem questionar.

Respeitemos acima de tudo a doutrina codificada usando a lógica e o bom senso racionais. Reconheçamos os fatos, ignorando qualquer lenda infantil que tentem construir em torno desses fatos. Retomar as origens kardecianas é essencial para que o Espiritismo seja o que é. O que vemos aí com o nome da doutrina é outra coisa: uma seita sentimental, com todas as características nunca pensadas pelo codificador durante suas pesquisas.

Ideal e lícito seria que os "espíritas" brasileiros assumissem outro rótulo para aquilo que defendem. Assim, poderiam alcançar a coerência com aquilo que realmente acreditam, sem usar o prestígio e o nome de Kardec para autenticar e defender tudo aquilo que ia contra o que ele pesquisou.

E para quem quer realmente seguir o codificador, o faça com absoluto senso crítico e objetividade, desconfiando de mensagens com excessiva pieguice e analisando tudo que é dito ou recebido em nome da doutrina. Pesquisando literalmente tudo, para que nenhuma mentira seja difundida como verdade.

Retomando o lado científico é o melhor modo de respeitarmos Kardec e o Espiritismo, negando toda esta deturpação que infelizmente se consagrou, gerando uma estagnação espiritual que travou definitivamente a evolução espiritual da humanidade, já que a evolução não depende apenas da moral, como dizem, mas também do intelecto. Afinal, não é a toa que temos um cérebro pesando em nossas cabeças.

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