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Onde tem confusão, a coerência não encontra morada

(Autor: Senhor dos Anéis)

Sinceramente, perguntamos: há algum valor ou utilidade no "espiritismo" brasileiro? Falamos não da doutrina de Allan Kardec, mas da doutrina brasileira que combina valores do Catolicismo português com misticismo herege de natureza ocultista, com suas aberrantes contradições.

Pois a doutrina que pratica muito mal as lições do pedagogo francês agora virou a "doutrina da solidariedade". Deveria deixar de ser Espiritismo e passar a se chamar outra coisa, Igreja da Solidariedade Cristã, Fraternidade Astral ou tudo o mais. Espiritismo não é mesmo.

A preocupante porção de contradições que se observa em 131 anos de suposta Doutrina Espírita no Brasil revela o preço caro da péssima escolha de seus líderes, incapazes de explicar ou esclarecer as hesitações e deslizes doutrinários que cometem diariamente, em publicações ou em atividades diversas, principalmente nos "centros espíritas".

Só o caso de Francisco Cândido Xavier revela um histórico de confusões, escândalos, controvérsias e sensacionalismos que, definitivamente, põem em xeque-mate todo o mérito que o anti-médium mineiro teria como propagador da Doutrina Espírita e mesmo como filantropo e ativista social.

O que explica todo o endeusamento em torno de Chico Xavier são os preconceitos da crendice religiosa, a temerosidade em questionar totens e dogmas, o fanatismo em torno de um ídolo religioso, suposta personificação de aparente conduta moral e filantrópica.

Só que poucos têm coragem de admitir que a trajetória de Chico Xavier foi, na melhor das hipóteses, bastante irregular e confusa, cheia de contradições e causadora de sérios problemas, e que sua suposta psicografia é dotada de gravíssimas irregularidades.

São pastiches literários, supostas cartas mediúnicas produzidas pela "leitura fria" - recurso de colher informações sutis através de um interrogatório "intimista" ou de conversas formais - , entre tantas outras coisas como a usurpação de nomes diversos, como Humberto de Campos ou qualquer cidadão comum falecido, ou as opiniões em favor da ditadura militar.

Só que evocar tudo isso é considerado "ofensivo" a Chico Xavier, considerar que ele designava seus assistentes a fazer "leitura fria" nos parentes de falecidos para forjar falsa mediunidade em "cartas marcadas". Não podemos sequer mostrar provas a respeito. Tudo tem que ser favorável a Chico Xavier, que antes fosse tudo na contramão da lógica e do bom senso!

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