(Autor: Kardec McGuiver)
Chico Xavier, o mito, é muitíssimo admirado por multidões. É considerado um colecionador de qualidades e tido como progressista e altamente altruísta. isso o mito, pois o cidadão Chico Xavier nada fez para merecer tal reputação.
Na verdade, há um outro Chico que fez muito mais do que o médium de Uberaba, tido como "o homem mais bondoso do mundo" sem transformar uma virgula da sociedade brasileira.
Esse Chico é o famoso cantor e cidadão Francisco Buarque de Hollanda. Apesar de não ter praticado aquela caridade estereotipada consagrada pelas religiões, consegue oferecer um tipo de ajuda muito mais eficiente, graças as suas ideias e a capacidade de compreender o mundo.
Chico Buarque bateu boca com um grupinho de ricaços, recentemente no bairro do Leblon, no Rio de Janeiro. Se manteve calmo e usou poucas palavras para dizer o que pensava: "Vocês são leitores da revista Veja. Para mim PSDB é que é bandido". Brilhante como sempre foi. E a conversa morreu aí. Os jovens, embora ricos, eram ignorantes, portanto não tinham como argumentar contra um dos maiores intelectuais do país.
Interessante que Chico Buarque não precisou de muitas palavras para ser claro, conciso e estimular muitas reflexões. Xavier, o outro Chico, fazia justamente o contrário: sua obra literária toda poderia ser resumida em um único paragrafo. Com ou sem ajuda dos "espíritos", Chico Xavier escrevia muito para dizer coisa nenhuma. E é considerado "perfeito" pelos seus ingênuos admiradores.
Chico Buarque sempre foi uma pessoa progressista. Sonhava com um Brasil mais justo onde todas as pessoas pudessem viver livres e com dignidade. Combateu a ditadura e é um socialista assumido, apoiando ideais de esquerda e tudo que pudesse representar progresso social para a sociedade. Filho de um famoso historiador, tinha que ser coerente com a sua árvore genealógica.
Chico Xavier, pelo contrário: era ignorante, conservador, retrógrado e defendeu a ditadura alegando que os militares "estavam construindo um reino de amor". Era racista (embora fosse de etnia "parda"), machista, beato cristão e defendia a sádica Teologia do Sofrimento, que alegava que a dor, por pior que seja, era sinal de prosperidade garantida. E não é.
Farsante como médium, farsante como defensor da doutrina (que ele nunca entendeu) e farsante como filantropo, Chico Xavier é a pessoa errada para se idolatrar e desejar que seja o condutor máximo da humanidade. Falecido em 2002 após fazer propaganda da vitória do pentacampeonato de futebol, portanto um proselitismo futebolístico, Xavier deve ter reencarnado em más condições para pagar pelos danos que causou com suas muitas mentiras e equívocos. Em caso contrário, como acreditam seus admiradores, não existiria a justiça espiritual.
Quanto a Chico Buarque, pode viver sossegado. Coerente, lúcido e honesto, realmente revolucionário, soube, em um pequeno episódio, uma discussão de rua, a mostrar quem realmente é sábio e compromissado com as causas sociais. Chico Buarque sim, é o Chico que merece os lugares mais nobres no mundo espiritual.
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