(Autor: Professor Caviar)
O deslumbramento dos "espíritas" em torno de seus ídolos, como Francisco Cândido Xavier e Divaldo Franco, faz com que se aceite tudo como se fosse superioridade moral, perfeição espiritual e outras pretensas maravilhas.
Com isso, a emoção toma conta da razão e o "espiritismo" brasileiro se reduz a um desfile de textos sobre "fraternidade" ilustrados por um monte de coraçõezinhos. As pessoas não percebem a perversidade que está por trás de tudo isso.
Pois, no caso de Emmanuel e, por conseguinte, de Joana de Angelis, o que se observa é que eles demonstraram terem sido espíritos autoritários com seus "médiuns", Chico Xavier e Divaldo Franco.
Pela formação moralista e ultraconservadora existente no Brasil, valorizando as relações de dominação e superestimando a hierarquia, as pessoas pensam que essa personalidade autoritária dos dois espíritos é expressão de disciplina e evolução moral, o que é um equívoco terrível.
A tradição autoritária marca o Brasil, que já passou por uma ditadura militar de 21 anos e, depois de uma frágil democracia consolidada por um período relativamente progressista (2003-2016), passará por uma fase de plutocracia intensa com Michel Temer. Daí fazer sentido atribuir superioridade moral a espíritos de conduta militaresca como Emmanuel e Joana de Angelis.
E como os "espíritas", que juram tanta fidelidade a Allan Kardec, apenas fingem ler seus livros e ideias, eles se esquecem de muitas recomendações do pedagogo francês que soam muito desagradáveis aos "bondosos kardecistas".
Não custa citar O Livro dos Médiuns, volume que, pelo seu conteúdo, derrubaria o "espiritismo" brasileiro como explosivos demolindo um edifício velho e inútil, não restando Chicos e Divaldos para contar estória.
O livro, lançado por Kardec em 1861, mostra o item 267 do capírulo 24 - Identidade dos Espíritos, que cita vários meios de conhecer a qualidade dos espíritos. Aqui nos atemos ao décimo item dessa lista, que alerta para os espíritos autoritários, considerados sempre levianos e inferiores, contradizendo a fama de "espíritos puros" dos tirânicos "mentores" de Chico Xavier e Divaldo Franco. Escreveu Kardec:
10º) Os Espíritos bons jamais dão ordens: não querem impor-se, apenas aconselham e se não forem ouvidos se retiram. Os maus são autoritários, dão ordens, querem ser obedecidos e não se afastam facilmente. Todo Espírito que se impõe trai a sua condição.
São exclusivistas e absolutos ns suas opiniões e pretendem possuir o privilégio da verdade. Exigem a crença cega e nunca apelam para a razão, pois sabem que a razão lhes tiraria a máscara.
O caso de Emmanuel é o mais famoso, embora sabemos que o exemplo de Joana de Angelis, em relação a Divaldo Franco, seja bastante similar. O "mentor" de Chico Xavier personifica o que Allan Kardec chama de "espírito mau", da forma mais evidente e explícita possível, em poucas palavras de fácil e imediata compreensão.
Pelo que se vê na trajetória de Chico Xavier, Emmanuel sempre agiu de maneira autoritária, não raro impondo trabalho intenso mesmo quando Chico estava cansado e doente. Chico chegou a ser ameaçado de morte quando perguntou sobre a possibilidade de abandonar o trabalho. Da mesma forma, Joana de Angelis era tirânica com Divaldo, dizendo certa vez: "Eu estou morta e continuo trabalhando", ordenando que seu subordinado continue os trabalhos.
É um tipo de escravidão, com o agravante de ser vinda de espíritos do além, o que revela um caso perigoso de obsessão, o que faz derrubar qualquer tese de superioridade moral e relações espiritualizadas tão associadas a esses "médiuns". E basta ler Allan Kardec para entender os equívocos que se tornaram "verdades absolutas" dentro do "movimento espírita".
O deslumbramento dos "espíritas" em torno de seus ídolos, como Francisco Cândido Xavier e Divaldo Franco, faz com que se aceite tudo como se fosse superioridade moral, perfeição espiritual e outras pretensas maravilhas.
Com isso, a emoção toma conta da razão e o "espiritismo" brasileiro se reduz a um desfile de textos sobre "fraternidade" ilustrados por um monte de coraçõezinhos. As pessoas não percebem a perversidade que está por trás de tudo isso.
Pois, no caso de Emmanuel e, por conseguinte, de Joana de Angelis, o que se observa é que eles demonstraram terem sido espíritos autoritários com seus "médiuns", Chico Xavier e Divaldo Franco.
Pela formação moralista e ultraconservadora existente no Brasil, valorizando as relações de dominação e superestimando a hierarquia, as pessoas pensam que essa personalidade autoritária dos dois espíritos é expressão de disciplina e evolução moral, o que é um equívoco terrível.
A tradição autoritária marca o Brasil, que já passou por uma ditadura militar de 21 anos e, depois de uma frágil democracia consolidada por um período relativamente progressista (2003-2016), passará por uma fase de plutocracia intensa com Michel Temer. Daí fazer sentido atribuir superioridade moral a espíritos de conduta militaresca como Emmanuel e Joana de Angelis.
E como os "espíritas", que juram tanta fidelidade a Allan Kardec, apenas fingem ler seus livros e ideias, eles se esquecem de muitas recomendações do pedagogo francês que soam muito desagradáveis aos "bondosos kardecistas".
Não custa citar O Livro dos Médiuns, volume que, pelo seu conteúdo, derrubaria o "espiritismo" brasileiro como explosivos demolindo um edifício velho e inútil, não restando Chicos e Divaldos para contar estória.
O livro, lançado por Kardec em 1861, mostra o item 267 do capírulo 24 - Identidade dos Espíritos, que cita vários meios de conhecer a qualidade dos espíritos. Aqui nos atemos ao décimo item dessa lista, que alerta para os espíritos autoritários, considerados sempre levianos e inferiores, contradizendo a fama de "espíritos puros" dos tirânicos "mentores" de Chico Xavier e Divaldo Franco. Escreveu Kardec:
10º) Os Espíritos bons jamais dão ordens: não querem impor-se, apenas aconselham e se não forem ouvidos se retiram. Os maus são autoritários, dão ordens, querem ser obedecidos e não se afastam facilmente. Todo Espírito que se impõe trai a sua condição.
São exclusivistas e absolutos ns suas opiniões e pretendem possuir o privilégio da verdade. Exigem a crença cega e nunca apelam para a razão, pois sabem que a razão lhes tiraria a máscara.
O caso de Emmanuel é o mais famoso, embora sabemos que o exemplo de Joana de Angelis, em relação a Divaldo Franco, seja bastante similar. O "mentor" de Chico Xavier personifica o que Allan Kardec chama de "espírito mau", da forma mais evidente e explícita possível, em poucas palavras de fácil e imediata compreensão.
Pelo que se vê na trajetória de Chico Xavier, Emmanuel sempre agiu de maneira autoritária, não raro impondo trabalho intenso mesmo quando Chico estava cansado e doente. Chico chegou a ser ameaçado de morte quando perguntou sobre a possibilidade de abandonar o trabalho. Da mesma forma, Joana de Angelis era tirânica com Divaldo, dizendo certa vez: "Eu estou morta e continuo trabalhando", ordenando que seu subordinado continue os trabalhos.
É um tipo de escravidão, com o agravante de ser vinda de espíritos do além, o que revela um caso perigoso de obsessão, o que faz derrubar qualquer tese de superioridade moral e relações espiritualizadas tão associadas a esses "médiuns". E basta ler Allan Kardec para entender os equívocos que se tornaram "verdades absolutas" dentro do "movimento espírita".
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