(Autor: Profeta Gandalf)
Graças a internet uma rica e saudável discussão tem sido feita para acabar com as distorções inseridas no Espiritismo brasileiro pela FEB e seus médiuns-estrelas, no objetivo de voltar aos pontos iniciados por Allan Kardec nas suas pesquisas no século XIX.
Graças a internet uma rica e saudável discussão tem sido feita para acabar com as distorções inseridas no Espiritismo brasileiro pela FEB e seus médiuns-estrelas, no objetivo de voltar aos pontos iniciados por Allan Kardec nas suas pesquisas no século XIX.
Mas
apesar das boas análises através de comentários e textos ricos de
informação e muito bem escritos, quase todos se esqueceram de um
detalhe: a caridade. Como a caridade deve ser analisada, sem a
estereotipo de auxílio paliativo tão defendido pelos deturpadores do
Movimento Espírita?
Allan Kardec havia mencionado que "fora da caridade não há salvação".
Essa frase é bem famosa e virou um dos lemas da doutrina. Mas as
análises que questionam o Movimento Espírita não mencionam nada sobre
caridade, preferindo ignorar este aspecto.
Para
piorar, a maioria dos críticos do Movimento Espírita resolveram virar
simpatizantes do Capitalismo, uma ideologia que vai contra a caridade e
cria todos os meios para que qualquer cidadão se rasgue todo até
conseguir um lugarzinho ao sol (a não ser que "dê puxe o saco de algum
patrão, chefe ou "líder").
Esses
simpatizantes do Capitalismo vão contra os objetivos da caridade e
mesmo que admitam que o que importa é cada um lutar por si só, o que eu
concordo, simpatizar com o Capitalismo é um erro, pois embora o sistema
estimule a luta individual pela sobrevivência, ao mesmo tempo cria meios
de dificultar esta mesma luta. Metaforicamente, capitalistas querem que
você saia do poço, mas eles mesmos tampam a saída do mesmo, sufocando
quem está preso dentro deste poço. Isso é justo? Claro que não!
E
como deve ser então a verdadeira caridade se ela não pode ser paliativa
como o Movimento Espírita quer, nem sacrificante como os capitalistas
anti-chiquistas gostariam que fosse?
O
Espiritismo original estimulava o raciocínio e o discernimento.
Analisar o que acontece ao nosso redor e propor soluções objetivas, que
saibam distribuir todos os bens que temos ao nosso alcance, me parece a
melhor forma de caridade. Isso não significa doação material apenas.
É
preciso que entendamos os problemas do mundo e resolvê-los. Mas ao
invés de resolver, o Movimento Espírita prefere dar esmolas, bens
materiais de baixo custo (maioria usados), sopinhas, coisas que não
resolvem, mantém os pobres na pobreza e só servem de desvio dos
problemas reais que nunca acabam. Uma compensação apenas, que só serve
para consolo.
O
ideal seria que todas as frentes fossem atacadas. Que estimulasse o
raciocínio humano para que, bem educado (não essa educação que está aí,
que confunde memória com inteligência e é exclusivamente focada no
mercado de trabalho), pudesse entender as coisas e resolver todos os
problemas de forma racional, objetiva e com finalidades definitivas e
duradouras. É entender que os seres humanos são todos habitantes de um
mesmo lugar e que sem exceção, merecem um bem estar pleno.
Mas
como o Movimento Espírita se sente bem com a burrice humana, escolas
mantidas por centros vivem de fazer o mais-do-mesmo que outras escolas
já fazem, sem diferencial de educação. Os líderes do Movimento Espírita
sabem muito bem que se educarem de verdade, esses líderes e os que eles
defendem caem e seus lucros acabarão deixando de chegar as suas mãos.
Para eles, melhor que as coisas continuem como está.
Desenvolver
o intelecto da sociedade como um todo é que é a verdadeira caridade.
Esclarecidos somos fortes: ignoramos líderes, ignoramos mídia, ignoramos
falácias. Esclarecidos temos condições de lutar melhor pelo nosso
interesse e imunes a enganações, derrubamos toda a mesquinharia que
existe para satisfazer uma meia dúzia de gananciosos. Essa deveria ser a
melhor caridade: aquela que ensina a pescar.
Mas
enquanto tivermos como opções a caridade paliativa do Movimento
Espírita e o egoísmo capitalista que querem os combatentes do chiquismo,
nada mudará, problemas e injustiças continuarão e a sociedade dará uma
significativa travada na sua evolução espiritual, jogando no esgoto
todas as lições de Kardec, que dizia que a salvação estava na caridade. E
enfim, como as coisas estão, ninguém estará salvo.
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