Relatos do mundo espiritual no "Espiritismo" brasileiro servem para autenticar fantasia de "Nosso Lar"
(Autor: Kardec McGuiver)
Para ganhar mais prestígio e atrair mais "ovelhas" para o "rebanho", o "Espiritismo" brasileiro lança mão de celebridades mortas e as coloca para "relatar" o que vira do outro lado da vida. Mas quando os relatos aparecem, é sempre a mesma estória, o mesmo enredo e com forte conteúdo igrejista, várias vezes temperados com fantasias absurdas.
A falta de estudo e o alto religiosismo do "Espiritismo" brasileiro nunca permitiram que se conhecesse o mundo espiritual de forma realista. É sempre aquele "céu" católico com algumas variações, quando na verdade é algo que não temos como imaginar, pela falta de referenciais que temos na Terra. Mas a título de comparação, o mundo espiritual pode ser apenas uma mudança de dimensão.
Não para os "espíritas" brasileiros. O "Espiritismo" brasileiros foi fundado por dissidentes católicos, tem um católico como seu maior "líder" e atrai uma multidão de católicos que por acreditar em reencarnação e comunicação com os mortos, entra no "Espiritismo" largando a sua igreja original, mas sem largar seus dogmas e personalidades.
E justamente um livro escrito por um "líder 'espírita'" que nunca deixou de ser católico, rezava terço, cultuava Maria, a mãe de Jesus, e tinha uma concepção igrejista do mundo espiritual, tem servido de molde para inúmeras pseudo-comunicações que ao invés de narrar o mundo espiritual, reforçam a fé cega e a concepção católica do céu e do inferno, satisfazendo as taras interiores dos católicos enrustidos que fingem serem "kardecistas" sem estudar rigorosamente as obras de Allan Kardec.
O livro Nosso Lar, considerado como "a Bíblia" dos "espíritas", assinada por um personagem fictício, "André Luiz", que também é personagem do livro, narra de forma surreal e completamente incompatível com a doutrina, a evolução rápida do tal "espírito" que em apenas oito anos terrestres passa de espírito "trevoso" a "espírito puro" se precisar reencarnar, ficando apenas internado em uma espécie de misto de hospital e shopping center onde varias coisas materiais (??!!) acontecem.
Basicamente é esta a estória do livro e tem servido de molde para as supostas psicografias de famosos que aprecem de forma irresponsável por centros "espíritas" pelo mundo a fora. Se Chico Xavier, apesar do prestígio, já era um baita farsante por não ter estudado a doutrina e ter levado erros adiante, imagine os picaretas que surgiram depois, tão mentirosos quanto o médium de Pedro Leopoldo, mas sem a fama e o (falso) prestígio.
E tomem muitos relatos falsos com nomes de mortos famosos (teremos uma psicografia de David Bowie? Nãããããoooo!!! Esqueçam!), falando de santos, fé e de um Jesus católico, com uma boa dose de fantasias e moralismo frouxo. Uma das psicografias fala até em "dragões no mundo espirital". Outra, estranhamente atribuída a um espírito que foi ateu em vida, faz apologia do Cristianismo. Quase todas incoerentes com a personalidade dos espíritos atribuídos, mas com fortes traços da personalidade dos médiuns, o que facilmente sugere prática de charlatanismo explícito. Se médiuns são "médiuns", a personalidade do espírito deveria estar intacta nas mensagens.
Mesmo com algumas variações, todas seguem basicamente o roteiro de Nosso Lar. Impossível não interpretar estas psicografias como propaganda do livro e da deturpação doutrinária. Com certeza, estas psicografias servem como forma de dizer que a fantasias narradas em Nosso Lar são "reais e verdadeiras", fazendo as pessoas a comprarem o livro pensando ser informação doutrinária. E não é. Na melhor das hipóteses, Nosso Lar é ficção científica ruim sobre uma fantasia que só existiu na mente de seu autor.
Na verdade nada se sabe dobre o mundo espiritual. O "Espiritismo" brasileiro emperrou os estudos doutrinários em troca de um igrejismo bobo e um moralismo inútil que torna o mundo espiritual cada vez mais desconhecido e difícil de se compreender. Mas não são fantasias como Nosso Lar e psicografias falsas com nomes de famosos que revelarão isso.
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