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Nome de Herculano Pires foi usado para inventar que Chico Xavier "foi" Allan Kardec


(Autor: Professor Caviar)

Confirmadamente, o apoio, motivado pela boa-fé, de José Herculano Pires aos "médiuns" deturpadores, como Francisco Cândido Xavier, consistiu num grave erro que o jornalista espírita fez, iludido com o pretexto da misericórdia e da confraternização entre "científicos" e aqueles que estão no grupo dos "místicos" e se autoproclamavam "arrependidos".

Pois Chico Xavier nunca foi um "arrependido" entre os "místicos" do "movimento espírita" e seu igrejismo permaneceu em toda sua trajetória e obra. E Herculano, ao apoiar Chico Xavier na boa-fé, pagou um preço muito caro. Seu combate à deturpação parou pela metade e a deturpação, sob o pretexto de "recuperar as bases kardecianas", desviou-se ainda mais dos postulados espíritas, se limitando a fazer de Allan Kardec um nome muito bajulado e nunca devidamente respeitado nem seguido.

Ao morrer, em 1979, J. Herculano Pires acabou sendo usurpado pelos deturpadores do Espiritismo, como se tivesse sido alvo de galhofa. O suposto médium Pedro Machado havia forjado uma falsa materialização de Herculano, ainda com os cabelos castanhos e com óculos, em imagem que corresponde a um famoso retrato do jornalista. Informações sobre isso acessíveis aqui.

Mas isso não acabou. Além de Herculano Pires passar a ser um nome bastante bajulado pelos deturpadores, seu nome foi usado por um suposto médium, que teve a infelicidade de se chamar Allan Kardec di Nápoli, que ainda define Chico Xavier como "estudioso do Espiritismo" e "acolhedor dos filhos do Calvário". Di Nápoli atua na Federação "Espírita" do Distrito Federal e, em 2003, era membro do Conselho Superior da Federação "Espírita" Brasileira.

Para piorar, a tese, trazida pelo irmão do suposto médium, Bittencourt Rezende di Nápoli, de que Chico Xavier foi Allan Kardec é atribuída, levianamente, a Herculano Pires, creditado, para efeitos externos (fora das "casas espíritas"), ao codinome "irmão Saulo". O artigo que reproduzimos tem, ainda, uma linguagem extremamente piegas e com forte apelo emotivo, que recomenda ao leitor que aprecie o texto com muita cautela, para não cair em envolvimento emocional.

O texto é uma avacalhação à memória de Herculano Pires, que em nenhum momento, mesmo com toda a consideração dada a Chico Xavier, iria dizer que ele havia sido Kardec. Em nenhum momento, em nenhuma hipótese, Herculano se daria a essa atribuição. Ele não mudaria o parecer que trouxe em vida, e a mensagem "espiritual" atribuída ao jornalista só oferece mistificação, além de demonstrar um caráter fake para fins de sensacionalismo.

Junto ao texto e à suposta psicografia atribuída a Herculano Pires, reproduzimos também os desesperados argumentos anexos, que tentam creditar Chico Xavier como uma reencarnação de Allan Kardec, uma tolice que, nem mesmo com muita relativização, consegue ter o menor sentido de coerência. As desculpas mostram que quem aposta nessa tese está sempre delirando.

Herculano Pires (espírito) admite engano: Chico é (o) mesmo Kardec!

Do Perfil de Nuno Emanuel - Facebook - 18 de março de 2016

O espírita mais influente no combate à tese reconhece equívoco em mensagem mediúnica de 2003 

[Seguindo o método preconizado por Allan Kardec do Controlo da Concordância Universal do Ensino dos Espíritos (CCUEE), continuamos aqui uma série de comunicações médiunicas por vários médiuns, em locais diferentes, em diversos momentos. Fontes que são credibilizadas pelas obras e frutos no movimento ao longo de muitos anos (capítulo 8)] 

A mensagem é do médium Allan Kardec di Nápoli, dirigente da Federação Espírita do Distrito Federal – Brasília e membro do Conselho Superior da FEB (ver dados biográficos em anexo)
O seu irmão Bittencourt di Nápoli enviou-nos a mensagem e diz: 

“Tivemos o acréscimo de misericórdia de conviver com o nosso Chico desde crianças. Mas sempre respeitamos o trabalho dele acolhendo os filhos do Calvário. Nunca abusamos da bondade de nosso amado amigo. Achávamos que o tempo dele era de valor inestimável.

Bittencourt Rezende di Nápoli enviou-nos “outra mensagem recebida pelo irmão Allan Kardec di Nápoli em 2003. É uma poesia de um grande estudioso do Espiritismo que viveu entre nós.” Quando vimos a assinatura Irmão Saulo perguntamos se era o pseudônimo de José Herculano Pires e Bittencourt confirmou: “Sim. Realmente um gigante na divulgação da doutrina de Jesus, exarada pelo Espiritismo.”

A  VOZ  DE   CHICO

O além sempre mostrando
A presença da bondade,
Um anjo se apagou
E serviu à Humanidade.
Os enganos, desenganos,
Na luta junto a Jesus,
Kardec se engrandece
Após o Chico e a cruz.
O mesmo médium mineiro,
De tanta simplicidade,
Ocultava a voz do Mestre,
É Kardec na cidade.

Quanta vontade de ver
Os amigos de outrora,
Dizer-lhes que me enganei
Pois Chico se esplendora.
Viva luz banha meu peito,
Chico nimbado de luz
Em junho, dois mil e dois,
Pois avista-se a Jesus.
O Mestre vem receber
O amigo de todos nós,
Allan Kardec desperta
E Chico solta sua voz.

Irmão Saulo (pseudônimo de José Herculano Pires (sic))

Psicografia de Allan Kardec Rezende di Nápoli
no Grupo Espírita da Prece de Brasília, 08.01.2003.

Anexos:

Traços biográficos do espírito 

José Herculano Pires (Avaré, SP, 25/9/1914, — São Paulo, SP, 9/3/1979) foi um jornalista, filósofo, educador e escritor espírita brasileiro. Tradutor das obras de Allan Kardec, escreveu estudos filosóficos e obras literárias inspiradas na Doutrina espírita. Editou 4 obras em parceria com Chico Xavier. Na era do espírito, Astronautas do além, Chico Xavier pede licença, Diálogo dos vivos, em que comenta mensagens de espíritos como Emmanuel, André Luiz e Cornélio Pires (músico e contador caipira, tio de Herculano Pires) e obra Na hora do testemunho em que o médium mineiro também se viu envolvido…

A resposta nº 10 da entrevista de Chico Xavier a Herculano Pires no Programa Especial Limiar do Amanhã (1971) tem sido usada como argumento principal dos opositores da tese de Chico ser Kardec, que omitem sempre a contextualização da pergunta 9. 

Pergunta nº 9 - Ingleses, franceses e brasileiros

Chico Xavier – (…) A esse respeito, peço licença para aditar um apontamento de Emmanuel, o que me interessou muito nas conversações com ele em 1965. Perguntei a ele onde estavam aqueles companheiros de Allan Kardec que vibravam com a doutrina espírita na França; onde estava aquele contingente de almas heróicas, sublimes que aceitaram aquelas idéias e a divulgaram com tanto entusiasmo pelo mundo inteiro – a maior parte na França, grande parte na Bélgica, por exemplo –, então ele me disse que do último quartel do século XIX para cá, mais ou menos de quinze a vinte milhões de espíritos da cultura francesa e, principalmente, os simpatizantes da obra de Allan Kardec, se reencarnaram no Brasil para dar corpo às idéias da doutrina espírita e fixarem os valores da reencarnação (…) 

Pergunta nº 10 - Reencarnação de Kardec

Renato - Existe alguma notícia, já que se fala tanto, do plano espiritual sobre a reencarnação de Kardec aqui no Brasil ou em algum outro país?

Chico Xavier - Até hoje, pessoalmente, eu nunca recebi qualquer notícia positiva a respeito da presença de Allan Kardec reencarnado no Brasil ou alhures. Entretanto, eu devo dizer que em se tratando desses vultos veneráveis do nosso movimento, seja do cristianismo, seja do espiritismo, pessoalmente eu tenho muito receio de receber qualquer notícia, porque temo, pela minha fragilidade, e estimaria não ser o médium de notícias tão altas.

Herculano Pires – Excelente, Chico, essa resposta, porque infelizmente há por aí uma onda de reencarnações de Allan Kardec. Infelizmente há. Nós sabemos que isso são perturbações que ocorrem no movimento espírita em virtude da invigilância dos médiuns e da falta mesmo de compreensão de grande parte dos nossos companheiros no tocante à significação de uma personalidade espiritual como a de Kardec. De maneira que a sua resposta é também para nós de um valor inestimável.

Chico Xavier - Muito obrigado. Pensamos que, quando Allan Kardec surgir ou ressurgir, ele dará notícias de si mesmo pela sua grandeza, pela presença que mostre.

Herculano esqueceu-se de questionar Chico sobre questões doutrinárias, como as determinações do Espírito da Verdade, além do que o espírito familiar Zéfiro e Dr Demeure - médico de Kardec - reafirmam na codificação sobre o retorno à vida física do codificador para completar a sua obra.

Herculano Pires, Waldo Vieira e Chico Xavier

Relembremos o conselho do Espírito da Verdade a Kardec:

Minha missão  – Cap. 8 Obras póstumas (2ª Parte): 12 de junho de 1856 (Em casa do Sr. C…; médium: Sr.ta Aline C…)

Pergunta de Allan Kardec (à Verdade) — Bom Espírito, eu desejara saber o que pensas da missão que alguns Espíritos me assinaram (…)

Resposta do Espírito da Verdade — Confirmo o que te foi dito, mas recomendo-te muita discrição, se quiseres sair te bem. Tomarás mais tarde conhecimento de coisas que te explicarão o que ora te surpreende. Não esqueças que podes triunfar, como podes falir. Neste último caso, outro te substituiria, porquanto os desígnios de Deus não assentam na cabeça de um homem. nunca, pois, fales da tua missão; seria a maneira de a fazeres malograr se ela somente pode justificar se pela obra realizada e tu ainda nada fizeste. se a cumprires, os homens saberão reconhecê-lo, cedo ou tarde, visto que pelos frutos é que se verifica a qualidade da árvore.

Na resposta a Herculano, Chico demonstra que a verdadeira sabedoria se eleva sempre mais do que a capacidade intelectual: “Pensamos que, quando Allan Kardec surgir ou ressurgir, ele dará notícias de si mesmo pela sua grandeza, pela presença que mostre.”

Tal como Chico testemunhou, Kardec revelou-se pelas suas obras. O Espírito da Verdade alertou Kardec e Chico seguiu o conselho. 

Na sua obra Vampirismo (editada em 1980), Herculano estava dominado por  certezas absolutas que nunca são boas conselheiras. 

“Kardec repartiu sem cessar o seu pão entre os poucos discípulos que lhe foram fiéis e os vários judas que do seu tempo até os nossos dias continuam a traí-lo. E nenhum desses discípulos o reconhece nas suas obras, negando-a na estrada marginal que ele trilha, humildemente recolhendo e orientando as crianças errantes (…) Os judeus preferiram Barrabás, que pelo menos lutava pela libertação de sua terra e de suas tradições espirituais.

Os espíritas de hoje farejam supostas reencarnações do mestre nas veredas escusas da mediunidade aviltada, como se ele, Kardec, fosse também um espírito errante que não se fixou nos planos elevados e espera uma ordem para descer de novo à reencarnação. Analisemos rapidamente a ação de Kardec na Terra para vermos se a sua obra se completou ou não em sua última viagem a este pobre e desfigurado planeta. (...) 

Kardec voltou, não no corpo material que os materialistas conhecem, mas no corpo espiritual da sua concepção do mundo e do homem. Ninguém o vê ou o encontra reencarnado, mas ele está presente no desenvolvimento da ciência que fundou e plantou no chão do planeta. (…) A obra de Kardec, completa e perfeita como uma semente com todas as suas potencialidades invisíveis foi inteiramente completada pelo seu fundador.” 

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No livro “Chico, você é Kardec?” (1999, 2015), Wilson Garcia relata que [década de 70]: “o jornalista e escritor Jorge Rizzini, em depoimento a mim e registrado no meu livro "Uma Janela para Kardec" (1996) afirma que foi testemunha (...) de uma conversa entre Chico Xavier e o professor José Herculano Pires, na qual o médium mineiro teria afirmado ser a reencarnação de Maria, a louca (mãe de D. João VI, rei de Portugal).    

Emmanuel avalizou o conhecimento doutrinário de Herculano Pires como “o metro que melhor mediu Kardec.” O intelectual espírita legou-nos obras meritórias e sempre pugnou tenazmente pela “pureza doutrinária”. Mas ao colocar em causa o Espírito da Verdade, que foi peremptório sobre o retorno de Kardec, Herculano cometeu um erro anti-doutrinário básico. Herculano acha que a obra de Kardec é perfeita (!?), outro conceito contrário ao que Kardec sempre defendeu. No cap. 1 de “A Gênese” - item 55, o codificador afirma que a natureza evolutiva da revelação espírita, declarando que está “apoiada em fatos, tem de ser, e não pode deixar de ser, essencialmente progressiva, como todas as ciências de observação.” 

Herculano parece pretender que Kardec seja um espírito puro, que não necessita de reencarnar. Pelo menos, quase todos os opositores da tese, admitem o que o Espírito da Verdade profetizou: Kardec iria reencarnar para completar a obra. Mesmo que aleguem “que o Espírito da Verdade se teria arrependido e programado a reencarnação de Kardec para uma época mais propícia” (?!...). Ou outros argumentos tão frágeis como que o tempo no mundo espiritual e na Terra é diferente, tentando ignorar que Kardec se referiu explicitamente ao seu regresso no final do séc. XIX início do séc. XX.

Se não acreditarmos no Espírito da Verdade, responsável, sob a égide do Cristo (como diz e bem Herculano) por toda a codificação, vamos acreditar em quem e no quê? De outra forma, melhor será rasgá-la toda como Geraldo Lemos Neto tem advertido. 
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Curioso notar que Herculano na entrevista gravada em audio abaixo dizia que “Se eu o encontrasse agora, nesta época, quer dizer, depois que sou espírita, então para mim seria uma coisa extraordinária, porque Allan Kardec representa a figura exponencial dos novos tempos na Terra.” Herculano esteve com Kardec no Brasil mas como muitos de nós não o reconhecemos. 

No dia 8/3/2016 a Rede Amigo Espírita publicou um artigo de Paulo Neto “E os espíritas o que fazem” em que se transcreve declarações de Maria Virgínia Pires em 1999, esposa de Herculano, combatendo quem defende que Chico é Kardec e referindo-se de forma pejorativa a Chico. O articulista e o mídia espírita prestaram um desserviço público à família de Herculano Pires. Heloísa Pires, filha do casal, em suas palestras e entrevistas sobre Chico Xavier nunca falou de Chico neste termos, elogiando sempre a nobreza e dignidade do seu carácter .

Quatro anos depois da entrevista da sua esposa (que desencarnou em 2000) e meio ano após a desencarnação de Chico, Herculano adota a mesma postura nobre e digna do seu mestre, reconhecendo o seu engano de forma humilde. 

Herculano sabe melhor do que nós, que surgirão “herculanistas” a combatê-lo e a colocar em causa a credibilidade do seu testemunho. Os que se dizem amigos e admiradores de Herculano e que julgam espírito e médium pelo conteúdo da mensagem não se adequar ao que pensam de forma pre-concebida, só estão desqualificando e passando atestado de menoridade intelectual e honestidade moral a Herculano, não admitindo que ele possa fazer o seu mea culpa em todo este processo. 

Perante essas acusações nós silenciaremos. É uma questão de tempo. Muitos só irão reconhecê-lo do lado de lá... Se lhes for dada a oportunidade de pronunciarem pode ser tarde de mais, até porque correm o risco das suas comunicações serem julgadas da mesma forma como o fazem atualmente…

“Concilia-te depressa com o teu adversário, enquanto estás no caminho com ele, para que não aconteça que o adversário te entregue ao juiz e o juiz te entregue ao oficial de justiça, e te encerrem na prisão”

Jesus [Mateus 5.25]

No livro José Herculano Pires, “o Apóstolo de Kardec” - Herculano Pires revela uma sua encarnação a Jorge Rizzini na noite de 14/7/1972 que gravou a conversa em fita magnética com Herculano. 

Jorge Rizzini (JR) - Suponhamos que você, Herculano, estivesse vivendo no século XIX na França e visse nas livrarias de Paris O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, lançado nesse dia nas livrarias. Qual a sua impressão após a leitura da obra?

Herculano Pires (HP) – (…) Eu queria dizer que no século passado (XIX), e isto não é um sonho, uma ilusão, é uma convicção adquirida através de pesquisas que eu fiz e que nunca revelei a ninguém, levado por uma revelação; uma revelação inesperada através de um médium inteiramente ignorante do assunto e que me abriu o caminho para uma possibilidade muito interessante. Vamos esclarecer isto. No século XIX eu estive na França, realmente, mas não era francês. Eu era português. Eu morava em Portugal, onde tive uma encarnação. Eu fui parar na França como exilado. E como exilado tomei conhecimento do Espiritismo, mas não o aceitei porque eu era católico (…)

JR – E se você encontrasse em uma das ruas do centro de Paris, de súbito, ao dobrar uma esquina, a figura de Allan Kardec?

HP – Bem... Se eu o encontrasse agora, nesta época, quer dizer, depois que sou espírita, então para mim seria uma coisa extraordinária, porque Allan Kardec representa a figura exponencial dos novos tempos na Terra. Jesus veio para implantar no mundo o Reino de Deus – e realmente ele realizou esse trabalho maravilhoso, pois o implantou no coração e na consciência dos poucos homens que foram capazes de compreendê-lo até hoje – e o Reino de Deus vai desenvolvendo-se lentamente através dos séculos, vai realizando-se apesar dos homens. De maneira que Jesus representou essa figura extraordinária, e Kardec é o seu continuador. Kardec foi aquele que veio trabalhar na era decisiva da implantação do Reino de Deus em maior amplitude. Kardec é quem trouxe a revelação que o Espírito de Verdade transmitiu; ele trouxe essa possibilidade extraordinária de abrir as perspectivas do mundo para uma era inteiramente nova que está nascendo aos nossos olhos neste momento, neste século XX.

Rizzini diz que “anos depois de sua desencarnação pesquisei a vida dos grandes vultos da literatura lusitana do século XIX e descobri inúmeros pontos de contato (a começar pelo nome) entre ele e o célebre jornalista, romancista, poeta e historiador Alexandre Herculano, o qual ao tempo de Allan Kardec se exilara na França. 

A sua filha Heloísa Pires confirmou: “Meu pai é a reencarnação de Alexandre Herculano. O pai, certa vez, comentou isso!”

Heloísa em “Herculano Pires, o Homem no Mundo (FEESP, 1992): “Chico Xavier conta o seu sonho com Herculano. Viu o pai feliz, pregando o Evangelho. Chico acenou e Herculano respondeu. Chico foi até Herculano, quando ele acabou de falar, para dizer que entendia agora o que o pai gostava de falar, que Chico era um interexistente, como todo mundo aliás. Nesse momento Chico acorda. Sei que Herculano continua atuante, trabalhando na obra da divulgação do Espiritismo. Emmanuel falou, através de Chico, que Herculano foi o metro que melhor mediu Kardec. Disse, também, que ele é a maior inteligência espírita contemporânea.

Herculano e Chico - Médium: pessoa interexistente

Depoimento do médium Francisco Cândido Xavier, em 10 de abril de 1988 no livro "Chico Xavier - Mandato de amor" - Organizado por Geraldo Lemos Neto (UEM, 1997, 4ª ed.)

" (...) Há muitos anos, o professor Herculano Pires me dizia ser todo médium uma pessoa interexistente. Eu não compreendia muito bem o que ele queria exatamente dizer com isso e pedia-lhe maiores explicações. O professor tentava explicar-me, dizendo que o médium, ao mesmo tempo, vive duas realidades de vida distintas. Mas, mesmo assim, ficava eu por entender o que tentava me transmitir.

Passados alguns anos, quando o professor já havia desencarnado, compareci, como de costume, a uma reunião no Grupo Espírita da Prece, aqui em Uberaba. A reunião transcorria normalmente e comecei a receber, pela psicografia, uma mensagem de um rapaz recém-desencarnado, dirigida à sua mãe, que se encontrava aflita.

Durante a mencionada recepção da mensagem, enquanto minha mão escrevia, um espírito amigo aproximou-se e disse:

— "Chico, nós precisamos de você neste mesmo instante em uma reunião no plano espiritual, ligada por laços de afinidade ao Grupo Espírita da Prece. Você faça o favor de me acompanhar até lá!"

Com a devida permissão de Emmanuel resolvi, então, seguir o amigo em espírito. Andamos muito até chegarmos a um salão muito amplo. Lá dentro ocorria uma reunião e todos estavam em silêncio e prece. Com grande alegria, identifiquei a figura do professor Herculano Pires, presidindo o encontro. Cumprimentamo-nos rapidamente pelo pensamento e soube que deveria substituir um médium que havia faltado ao serviço.

Uma mãe em estado de sofrimento esperava obter notícias de seu filho. Ambos já estavam desencarnados, mas a respeitável senhora desesperava-se por não ter ainda se encontrado com o filho querido, desencarnado 10 anos antes dela. O estado íntimo de angústia dessa mãe impedia-lhe a visão do filho dileto, que se encontrava em condição espiritual um pouco melhor.

Assim, enquanto meu corpo físico psicografava uma mensagem de um rapaz no Grupo Espírita da Prece, em Uberaba, meu corpo espiritual também recebia uma mensagem de outro rapaz, com outro tema, na reunião do plano espiritual, completamente diversa da primeira.

Quando tudo terminou, o professor veio falar comigo:

— "Você entendeu agora, Chico, o que é ser interexistente?"

Só então eu pude compreender o que ele quis me dizer. Nesse instante, lembrei-me de que minha abnegada mãe, D. Maria de São João de Deus, em uma de suas aparições, havia me asseverado com gravidade:

— "Chico, a mediunidade é uma enxada bendita de trabalho quando sabemos aceitá-la com Jesus."
E fiquei, então, a meditar sobre o assunto. (...)"

Chico Xavier: o Homem Futuro – Ensaio filosófico de Herculano Pires publicado por Eugénio Lara (Pense, 2010): “Francisco Cândido Xavier não é anormal nem lida com o sobrenatural. (…) Sua obra psicográfica e sua paranormalidade levam o autor deste artigo a afirmar que Chico Xavier é o protótipo do novo homem que está surgindo: o homem-psi.”

Na obra biográfica José Herculano Pires, “o Apóstolo de Kardec” Jorge Rizzini escreve sobre A verdade sobre o pseudônimo “Irmão Saulo.” Em 1948 o “Diário de São Paulo” publicava uma coluna espírita diária sob a responsabilidade da Federação Espírita do Estado de São Paulo (FEESP). O diretor do jornal convidou Herculano que era redator do jornal para que “lhe déssemos um caráter jornalístico mais dinâmico e atualizado”, e a nova coluna tornou-se famosa. Herculano Pires diz: “Eu e o Wandick nos prontificamos a atender, evitando a perda da coluna, e convidamos Odilon Negrão para nos ajudar. Foi então que inventei o pseudônimo coletivo de Irmão Saulo, em homenagem a Saulo de Tarso, o apóstolo espírita da 1ª Epístola aos Coríntios, onde expõe vários princípios espíritas e relata como se faziam sessões mediúnicas no seu tempo. Wandick e Odilon me deixaram só e o pseudônimo coletivo se tornou individual.”

 Rizzini cita: O célebre médium Chico Xavier, em carta datada de 31 de outubro de 1971 endereçada a Herculano Pires, assim se referiu às crônicas: “As suas crônicas aos domingos, no “Diário” estão admiráveis. A Doutrina Espírita sempre brilhando em seus conceitos e esclarecimentos com o equilíbrio, elegância, elevação e bom senso que lhe caracterizam os recursos de Missionário da Nova Revelação.” As crônicas do “Irmão Saulo” integraram as coletâneas Os Três Caminhos de Hécate (1962), O Homem Novo, O Infinito e o Finito, Visão Espírita da Bíblia e O Mistério do Bem e do Mal (as 4 em 1982). 

Traços biográficos do médium:

Os irmãos e médiuns Allan Kardec Rezende Nápoli e Bittencourt Rezende de Nápoli, e Allan Eurípedes são dirigentes da Federação Espírita do Distrito Federal – Brasília e é membro do Conselho Superior da Federação Espírita Brasileira há muitos anos em sucessivas direções da FEB. 
A seriedade do médium é atestada pela família de Dr Elias Barbosa, espírito que se tem comunicado regularmente por Bittencourt. A filha Eliana Barbosa e o genro Fernando Vieira Filho reconhecem a autenticidade das mensagens do querido médico e amigo de Chico Xavier através do médium Bittencourt. 

Marival Veloso de Matos (ex-presidente da União Espírita Mineira, na época em que Arnaldo Rocha obteve mais notoriedade pública) diz-nos que “Trata-se de uma pessoas ornada por grandes valores morais. Vem de berço eminentemente espírita. Tem estrutura moral, tem intenso amor pela Doutrina Codificada por Allan Kardec. É profissional de respeito, vive cotidianamente dos seus esforços profissionais. É simples e modesto.”

Sobre as mensagens espirituais de Dr.Elias pelo médium comenta: “Há verdadeira interação entre o Elias Barbosa que convivemos por longos anos e o querido médium Bittencourt de Nápoli que vimos crescer na nossa querida Monte Carmelo.”

Antônio Roberto Fontana, amigo de Chico Xavier e conselheiro da UEM (durante muitos anos) revela que “o médium, o seu irmão, juntamente com o pai, trabalharam junto com o nosso Chico em Monte Carmelo e Uberaba.”

Elias Barbosa conheceu pessoalmente Chico Xavier em Abril de 1955, em Pedro Leopoldo. Chico Xavier passou a visitar Monte Carmelo, de 1956 a 1959, recebendo mensagens mediúnicas na residência da mãe de Elias, D. Myrthes Barbosa. 

No livro “Chico no Monte Carmelo” (2002) – organizado por Marival Veloso de Matos, no prefácio de Elias Barbosa: "…peço permissão para homenagear os seguintes pioneiros do Espiritismo em Monte Carmelo: (…) Leonardo di Nápoli Filho, (…) (…) E resta-nos apenas agradecer a Deus, nosso Pai, a Jesus, nosso Mestre, e aos Benfeitores da Vida Maior por nos terem permitido que o tão estimado médium Chico Xavier, com galhardia, empreendesse a subida no Monte Carmelo, já que ele, com efeito, vive no centro da sua humildade, encorajando-nos a também galgarmos aos páramos de Luz, enfrentando todos os percalços do caminho, com fé, determinação e coragem, todos estribados nos ensinos de Allan Kardec, para que mais e mais nos esforcemos por seguir os passos de nosso único Modelo e Guia, o Cristo de Deus.

No cap. 19 A beleza de uma alma, Chico Xavier em Pedro Leopoldo em .../8/1956, remete uma carta a Veloso de Matos e dá um abraço à família espírita carmelitana: “Aos seus queridos Familiares, envio o meu abraço” e o estendo “ao nosso Napoli, ao nosso Coriolano, ao nosso Jorge, ao nosso Orcalino e a todos os nossos caros irmãos e companheiros de ideal nos dois templos de nossa fé”.
[continua...com diversos espíritos por vários médiuns]

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