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Leitor reclama da religião "duas caras" do "espiritismo" brasileiro

(Autor: Eugênio Duprat)

Causa muita indignação a trajetória do "espiritismo" brasileiro. Supostamente uma adaptação da doutrina de Allan Kardec, iniciou sua trajetória dando preferência às ideias de seu deturpador e usurpador, Jean-Baptiste Roustaing, cuja herança ideológica deixou marcas até hoje nunca superadas.

O "espiritismo" que conhecemos através de Chico Xavier, Divaldo Franco, José Medrado, Zíbia Gasparetto, Yvonne Pereira, Carlos Baccelli e companhia nunca passou de um Catolicismo à paisana, sem revestimento de ouro mas muita cara-de-pau.

Hoje a "maravilhosa doutrina" vive de mostrar suas duas caras: num momento, elogia Allan Kardec, aprecia os fatos científicos (ainda que com óbvio distanciamento), e, em outro, derrete-se com extrema paixão às figuras de Chico Xavier e Divaldo Franco.

Esquece-se que os dois "médiuns" sempre foram deturpadores graves da Doutrina Espírita, e que por trás da imagem de "bonzinhos" os dois, assim como outros semelhantes, nunca foram mais do que canastrões doutrinários, cafajestes religiosos cujos livros claramente fogem por completo do legado deixado com muito sacrifício pelo saudoso professor de Lyon.

É vergonhoso, por exemplo, que um palestrante "espírita" muito conhecido no meio, mas sem ser um astro fora dos "centros espíritas", fique escrevendo um artigo sobre Allan Kardec bajulando-o com frases do tipo "muito apropriadamente disse Kardec" e depois escreve um artigo de Chico Xavier dizendo que este "foi uma das maiores figuras humanitárias do nosso país".

É um tipo de cara que acende vela para dois senhores diferentes. Todo mundo sabe que, por trás dessa "maravilhosa bondade" de Chico Xavier, cujos livros aberrantemente contradizem muitos conceitos kardecianos, há toda uma pregação leviana e perniciosa, com ideias moralistas, mistificações perigosas e até visões sociais preconceituosas.

Isso é muito terrível. E o pior é que os "espíritas" ficam se achando e endeusam um Chico Xavier que plagiava livros, fazia pastiches de obras literárias e hoje, com a ajuda da FEB e até da Rede Globo, é promovido como se fosse alguém que só está abaixo de Deus, mas acima da humanidade.

E os "espíritas" ainda choram quando são duramente criticados. Dá para acreditar?

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