(Autor: Kardec McGuiver)
Fé é um tipo de credulidade. Você acredita em algo que lhe soa positivo, agradável, muito mais para satisfazer ânsias pessoais do que para compreender a realidade. Alias, não interessa a realidade: a fé permite que construamos a realidade de acordo com nossos gostos e convicções, independente do que esteja acontecendo de fato.
E as religiões, que não passam de mitologias modernas, utilizam a fé como meio de construir um repertório ideológico de dominação que explora a credulidade alheia para a satisfação dos interesses de lideranças. A este repertório ideológico dá-se o nome de dogmas.
E o "Espiritismo" brasileiro tem seus dogmas, tão absurdos quanto os de qualquer outra seita. Metido a racional, a versão deturpada do que deveria ser o Espiritismo lançou não da fé cega e lhe deu o nome de "raciocinada". Sacada esperta, pois não se precisa mais raciocinar porque ela "já veio raciocinada". Uma bobagem lançada por uma liderança prestigiada é facilmente aceita por ser "raciocinada". Se o "sábio" chama uma melancia de "computador", então tá: o cara é "sábio" e "deve estar certo disso porque raciocinou". Triste.
Um dos dogmas mais defendidos pelos "espíritas" brasileiros é a divinização de suas lideranças. Por serem "divinizados" subentende-se que são "perfeitos". E sendo "perfeitos" possuem apenas qualidades e todas as qualidades do mundo. São considerados "sábios, "poetas", "profetas", "filósofos", "cientistas", "legisladores" e "altruístas". Praticamente tudo que consideramos de positivo costumamos embutir nas lideranças "espíritas", mesmo que elas de fato não demonstrem possuir.
E a mais divinizada das lideranças certamente é o intruso católico Chico Xavier, um homem que nunca entendeu a Doutrina Espírita, mas responde por ela como sua "maior autoridade". Um grave erro que tem levado a doutrina para o mais pútrido esgoto, desviando completamente de seu objetivo original.
Para proteger o médium, que é extremamente carismático, com uma legião de cães-de-guarda bem ferozes a defendê-lo sem medir ações, foi criada uma falsa aura de filantropia que nunca foi observada na prática. Xavier nunca foi um filantropo, era apenas um mero beato que queria seguir sua fé católica.
"Filantropia exemplar" de Chico Xavier não passa de falso mito
A poderosa filantropia atribuída a ele foi o meio que as lideranças "espíritas" de seu tempo encontrara para aumentar a sua popularidade e consequentemente a vendagem de seus livros. Xavier escrevia bem e rendia muito dinheiro para a FEB, que supostamente iria para a caridade, algo que nunca foi comprovado na prática, o que prova que a bondade atribuída a Xavier é mai um dogma de fé cega a entorpecer as mentes ingênuas dos "espíritas" brasileiros e dos admiradores do médium.
Malandramente os "espíritas" lançaram outro dogma, de que a caridade nunca se mostra para"não afetar a vaidade de quem pratica". Esta é a forma deles inventarem que a caridade está sendo feita quando na verdade é observado o aumento do padrão de vida das lideranças "espíritas" que contraditoriamente te a vaidade bem massageada através de premiações, títulos e artigos em meios de comunicação que mais parecem propaganda dogmática de seus mitos. Um festival de contradições que acabam por nunca melhorar a vida das pessoas mais carentes, obrigadas a aceitar sopas aguadas e agasalhos rasgados, além de se conformarem com a dignidade que nunca alcançam.
Chico Xavier era bondoso? Onde estão as provas disto? Passar a mão na cabeça de pobres tomando sopa e dando o nome de instituições que se limitam a caridade paliativa (especialidade do "Espiritismo" brasileiro) não significam nada de consistente.
Temos que parar de achar que a caridade paliativa é a "melhor" forma de se ajudar os mais carentes. Devemos sim optar por um ativismo mais atuante, exigir mudanças nas leis, aumento nos salários e o fim dos privilégios das elites, criando uma justiça de responsabilidade social.
Definitivamente o papel de Francisco Cândido Xavier na melhoria da humanidade é perfeitamente nulo e isso é facilmente observado no resultado inócuo de sua ação. Merecemos uma liderança mais ativa e realmente compromissada com o bem estar coletivo. Pois religiosos metidos a bonzinhos, como Chico Xavier, existem ao montes e não param de causar estragos na sociedade como se observa na Bancada Evangélica que cismou em querer mandar no país.
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