Chico Xavier foi o produto publicitário mais bem-sucedido da história brasileira. Nunca um nome teve tanta confiabilidade embutida, sem ter sido confiável de fato. Xavier não apenas era dotado com o poder de conversar com os mortos como foi e ainda é um poderoso sedutor, com o poder de fazer qualquer um se ajoelhar diante dele, qualquer que seja o erro cometido pelo médium.
Um mito poderosíssimo e bastante sólido, quase impossível de se derrubar. A FEB, que adotou o caipira de Pedro Leopoldo e o transformou em um semideus através de uma intensa manipulação de sua imagem, pode ser considerada responsável pela mais bem-sucedida farsa que se teve notícia no país.
Mas esta farsa se solidificou. A erva daninha criou raiz. Todos se recusam a arrancar a erva daninha pensando ser ela a própria planta vitimada. Deixaram a erva viver, ela cresceu e se tornou uma monstruosidade. Para cortar suas raízes não basta qualquer serra ou equipamento.
Para a maioria dos brasileiros, Chico Xavier representou o estereótipo de bondade plena. Um estereótipo que nunca existiu na prática, mas foi espalhado em conversas pelo Brasil afora e aos poucos se consagrou. Agora o mito é muito maior do que se pode imaginar e derrubá-lo não é tarefa para qualquer um.
José Manoel Barboza, estudioso espírita e apresentador do programa Terceira Revelação na TV, transmitido em uma TV local de Friburgo, mas disponível no YouTube, seria esta pessoa.
Experiente na doutrina, profundo estudioso das obras da codificação, conhecido no centro espírita que administrava (o único centro espírita que eu tenho notícia que mantém fidelidade a Kardec, sem os enxertos roustainguistas, chiquistas ou de qualquer que seja) e com visibilidade conquistada através de seu programa na TV teria o perfil exato para derrubar o mito de Chico Xavier, algo que ele estava tentando fazer com suas palestras esclarecedoras e lógicas. Mas em março de 2003, complicações consequentes da diabetes que sofria o tiraram deste mundo. Batalha perdida.
Os críticos da deturpação doutrinária, coisa que Chico Xavier era o maior responsável, embora erroneamente tachado de "maior líder espírita", ficaram arrasados com o falecimento de "Zé Manel", como Barboza gostava de ser chamado. Um importante combatente pelo retorno a respeito doutrinário havia deixado a luta. Chiquistas recobraram as forças e voltaram a crescer. Para o mal da compreensão doutrinária.
Já que não temos Barboza, é necessário que apareça alguém com carisma e poder de convencimento para mostrar aos incautos quem foi de fato Chico Xavier e que seu poderoso mito está muito além do que o médium foi na realidade. Mas infelizmente os espíritas que o contestam (nossa equipe incluída) não possuem poder de convencimento e os formadores de opinião existentes preferem confirmar o mito de "bondade máxima" do médium, o que é mais conveniente.
Aguardamos o herói que acabará com esta farsa. Até lá continuemos iludidos.
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