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Edição bizarra da revista Amiga teve ator que interpretou Chico Xavier jovem


(Autor: Senhor dos Anéis)


Um assunto bastante falado pela nossa mídia comercial é uma edição bizarra da revista Amiga TV Tudo, número 1.120, de 1991, voltada às matérias sobre famosos e programas de TV, na qual, entre outras coisas, havia o rumor de que os apresentadores Xuxa Meneghel, então na Rede Globo, e seu colega de emissora, Fausto Silva, estariam não só namorando, mas preparando casamento.

Na revista, também há matérias como a troca de farpas entre os astros do pop mundial, Michael Jackson e Madonna. Michael Jackson havia xingado a cantora de "vaca" e ela xingou o cantor de "rainha louca".

Há também a medonha sugestão de famosos que ensinam como transar com a "camisinha" furada. "Camisinha" é o apelido dado ao famoso preservativo que, em tese, protege genitálias masculinas de entrar em contato com doenças sexuais transmitidas pelas genitálias femininas, durante um ato sexual. A AIDS é uma das doenças transmitidas pelo contato entre órgãos sexuais infectados - a genitália masculina também pode se infectar, e muito, não custa lembrar - e foi causadora de uma onda de mortes no mundo inteiro, inclusive o Brasil.

Outra matéria, esta considerada normal mas que é bisonha em sua própria natureza, é sobre a participação de Chitãozinho & Xororó, ícones máximos da mediocrização cultural que atinge o Brasil, pelo menos, desde os anos 1990 - quando os últimos focos de residência de vida inteligente da cultura passaram a ser dominados pelos bregas que há tempos tentaram o sucesso hegemônico - , "dando um show na novela" da TV Manchete. A dupla breganeja paranaense era uma das queridinhas do cenário que animou a vitória eleitoral do canhestro Fernando Collor de Mello.

CHICO XAVIER GOSTAVA DE SENSACIONALISMO

Se a própria dupla Chitãozinho & Xororó, não bastasse o mesmo apelo da emotividade piegas, que fez a dupla vender a falsa imagem de "rouxinóis do Brasil", já parece coincidir com o "espiritismo" brasileiro por causa das iniciais Ch & X, fazendo um trocadilho com o apelido de Francisco Cândido Xavier, Chico Xavier, há também outro detalhe na revista Amiga.

Quem se destaca na foto é o então casal de atores Ângelo Antônio e Letícia Sabatella, que, 19 anos depois e já separados, participaram do longa-metragem Chico Xavier - O Filme. Ângelo fez o papel do próprio "médium" quando era jovem, mas Letícia participou de uma etapa anterior da biografia dramatizada, fazendo o papel de Maria João de Deus, mãe do religioso, com uma aparência muito mais bonita do que na vida real.

A novela em que o então casal participou foi O Dono do Mundo, da Rede Globo de Televisão, famosa por blindar Chico Xavier. Além disso, sabemos que Chico Xavier tornou-se o "dono da verdade", nesses tempos em que as virtudes humanas foram privatizadas por uma só pessoa, o próprio "médium", que não necessariamente representou as virtudes que lhe são atribuídas. Mas, infelizmente, é o que vemos hoje é esse maluco maniqueísmo: o amor é "privado", o ódio é público.

Talvez só faltava colocar a atuação dos atores que aparecem na capa de Amiga como os "escolhidos" do "médium" para fazer o papel dele jovem e da mãe dele. Se isso tivesse sido uma "previsão", ela poderia ter sido incluída na "profecia" de Chico Xavier?

Suposições à parte, o que vemos é que Chico Xavier adorava sensacionalismo. Sua carreira se deslanchou por causa disso, uma combinação de sensacionalismo dos mais pitorescos - a suposição de falar com os mortos, difundida sem o menor fundamento científico (nem os aparatos desse sentido podem ser assim considerados, por serem uma blindagem acadêmica travestida de "ciência") - com fanatismo religioso e um forte lobby que, mesmo postumamente, continua protegendo o "médium" mais do que qualquer "cacique" dos tucanos do PSDB. 

Não podemos dizer que Chico Xavier, mesmo 17 anos após seu falecimento, continua disputando com Fernando Henrique Cardoso o título de "cidadão mais blindado do Brasil", pelo qual nem os piores erros conseguem arranhar a festiva reputação de ambos, cada um fortalecido por um poderoso lobby que envolve juristas, empresários, políticos, acadêmicos e jornalistas que lhes são solidários.

Chico Xavier alimentou a mídia sensacionalista e atraiu para si um lobby de famosos, ligados à teledramaturgia. As "cartas mediúnicas" faziam a festa da imprensa marrom, pelo forte apelo pitoresco combinado ao conservadorismo religioso. Não por acaso repórteres policiais e delegados se sentiram atraídos por Chico Xavier, pela ampla afinidade de sintonias, e resolveram aderir a ele, havendo até delegado "médium".

Depois das "cartas mediúnicas", a imprensa marrom foi a maior beneficiada, experimentando um crescimento vertiginoso. Nosso Brasil continuava um território da mediocrização e da degeneração social, e Chico Xavier, do contrário que muitos imaginam, não contribuiu em coisa alguma para a melhoria do povo brasileiro.

Afinal, vamos lembrar: pela grandeza com que os seguidores e simpatizantes de Chico Xavier, pouco importando se alguns destes não lhe são sectários nem se dizem "espíritas" ou se eles atribuem alguma imperfeição ou falha no "médium", atribuem ao seu ídolo, se sua "caridade" tivesse mesmo existido, o Brasil teria alcançado padrões de desenvolvimento comparáveis aos dos mais prósperos países europeus.

Isso nunca aconteceu. E não foi por culpa dos obsessores. Chico Xavier é que havia sido um arrivista e muita gente se esqueceu. Mais preocupados em exaltar um ídolo religioso, os chiquistas ficam perdendo o tempo rebatendo contestações, e aí vemos o quanto essa "caridade" atribuída a ele é fajuta, porque o "benfeitor" é que busca protagonismo, os mais necessitados são só um detalhe, como meros animais vira-latas ou em cativeiro.

Um outro ponto que se destaca é que a revista Amiga TV Tudo também publicou muitas matérias sobre Chico Xavier, sempre favoráveis, e principalmente quando famosos visitam ele ou dão seu depoimento a respeito de sua "iluminada pessoa". Isso significa que a revista que publicou sua bizarra edição já havia recebido as "bênçãos" do "bondoso médium". Haja sensacionalismo!

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