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Dramalhão tenta reabilitar imagem de Divaldo Franco


(Autor: Senhor dos Anéis)

O lançamento, no último dia 06, do filme Divaldo - Mensageiro da Paz, de Clóvis Mello, mostra o caráter de oportunismo do "espiritismo" brasileiro que, sem medir escrúpulos em ter reduzido o legado kardeciano em um emgodo igrejeiro, quer se fazer prevalecer até mesmo sobre os ensinamentos de Allan Kardec.

O filme é uma dramaturgia bem ao nível de novela da Rede Globo de Televisão, emissora que mais blindou os ditos "médiuns espíritas" nos últimos tempos, embora esteja seguida de blindagens como a da TV Bandeirantes, numa fase bem reacionária de 2014-2017, e o SBT de Sílvio Santos, que nunca foi o primor de progressismo midiático e nem chegou perto disso.

Com nomes como Bruno Garcia, no papel de Divaldo Franco, e Regiane Alves, no papel do suposto espírito Joana de Angelis, como chamarizes para o público, o filme também tem a participação do próprio Divaldo, dando sua mensagem no final da produção.

A obra é um grande dramalhão. Não é um filme que possa trazer uma biografia honesta, até pelos aspectos negativos diversos que Divaldo Franco teve em sua trajetória, a exemplo do igualmente irregular Francisco Cândido Xavier, o conhecido Chico Xavier dos seus alucinados seguidores e "isentos" simpatizantes.

Divaldo Franco plagiou Chico Xavier (que já era um plagiador), suas "psicografias" tinham, de maneira escancarada, o mesmíssimo estilo de linguagem - admitamos que Chico conseguia enganar forjando vários estilos, mas ele tinha uma equipe inteira na Federação "Espírita" Brasileira para ajudá-lo nos livros, até co-escrevendo passagens - e o "médium" baiano ainda levava a linguagem rebuscada e prolixa às últimas consequências.

Divaldo e Chico sempre foram reacionários e ambos usavam a "caridade" como fachada para serem blindados e poupados de qualquer crítica. E o próprio fato dos dois viverem do estrelato põe em xeque a condição de médiuns, fazendo com que eles sejam, na verdade, anti-médiuns.

Divaldo Franco também tem como aspecto negativo o fato de ter viajado além da conta para fazer palestras no exterior e montar uma coleção pomposa de prêmios, verdadeiros tesouros terrenos. Quem é que financiou as viagens de Divaldo? Por que ele não ficou lá na sua, na Mansão do Caminho, deixando o trabalho todo para o primo Nilson Pereira, enquanto o "médium" saia pavoneando pela Europa e EUA?

Deveria haver uma Vaza Jato do "movimento espírita", ainda mais porque afinidades de sintonia fizeram com que Divaldo Franco apoiasse Sérgio Moro e "toda a equipe da Operação Lava Jato" - o que inclui Deltan Dallagnol, um dos maiores denunciados por corrupção - , a ponto do "médium" classificá-los como "enviados do Plano Superior Divino".

O filme Divaldo - Mensageiro da Paz também traz uma grande hipocrisia, além da "caridade" de fachada de Divaldo Franco que, a exemplo de Chico Xavier, sempre foi fajuta, nos moldes medíocres que Luciano Huck (fã dos "médiuns") faz hoje em dia, uma "caridade" que ajuda mais os supostos benfeitores, deixando os mais necessitados como "meros detalhes". Ninguém consegue desconfiar da suposta caridade que só traz protagonismo para o "benfeitor", diante de baixos resultados sociais?

Divaldo Franco - que foi considerado "maior filantropo do Brasil" ajudando apenas 0,00125% dos brasileiros (?!) - não pode ser considerado mensageiro da paz porque ele apenas fazia pura verborragia. Ele nunca teve qualquer tipo de luta humanista para encerrar guerras, tudo o que ele fez foi um mero balé de palavras, por sinal muito piegas, e eventos "ecumênicos" sem qualquer efeito transformador, sendo mero entretenimento religioso.

Além disso, Divaldo Franco ainda apoiou a "farinata", aquele alimento feito de comida apodrecida que João Dória Jr. lançou e, depois, desistiu. Como um "grande médium", que acredita-se poder ser intuitivo para pressentir problemas, não possa ver risco algum no estranho alimento, que Divaldo permitiu ser divulgado no Você e a Paz paulista, em 2017, quando se esperava que "espíritos benfeitores" ao menos lhe fizessem recuar de tal iniciativa?

Isso mostra a grande farsa. E Divaldo Franco ainda se mostrou anti-petista, anti-esquerdista, apesar de "espíritas esquerdistas" alucinados e confusos - que já tentam promover Chico Xavier como um suposto socialista, coisa que a realidade prova o contrário - terem invadido o superchat do Brasil 247 para pedir divulgação do filme "global" sobre o "médium".

Esse filme sobre Divaldo Franco é um grande desperdício cinematográfico. O Brasil parece condenado a ser o inferno astral do Conhecimento, com um mercado literário medíocre (e voltado a louvar Chico Xavier e Divaldo Franco). 

E os brasileiros presos nas suas zonas de conforto a ponto de haver "isentões" e "imparciais" com discurso intelectualoide despejado nas redes sociais, fingindo um debate saudável só para deixar os problemas como estão. Com ídolos como Divaldo Franco e tudo.

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