
(Autor: Professor Caviar)
O "espiritismo" brasileiro vende uma falsa imagem de progressista, apesar dos apelos para os desafortunados da sorte "aguentarem as desgraças em silêncio". Altamente igrejeiro e medieval, a religião brasileira, com seus apelos piegas e sentimentaloides, tenta enganar as pessoas dizendo que seu compromisso é com o "conhecimento" e o "humanismo".
Pois a cada dia surgem provas que o "espiritismo" brasileiro, em especial a figura de Francisco Cândido Xavier - única pessoa à qual a visão fantasiosa se impõe acima da realidade, ocultando um reacionário contumaz, quase um Olavo de Carvalho com calmante - , está muitíssimo afinado com a pauta bolsonariana, embora desaprovasse os excessos temperamentais dos seguidores do presidente eleito Jair Bolsonaro.
A cada dia Jair Bolsonaro se mostra mais Chico Xavier, prometendo Assistencialismo e posando de vitimismo (fala-se de "plano de atentado" para acabar com o ex-capitão). E Chico Xavier se mostra cada vez mais Jair Bolsonaro, quando se revelam posições reacionárias de todo tipo, do machismo à defesa de projetos pedagógicos análogos à Escola Sem Partido, sem falar da própria Teologia do Sofrimento, espécie de "holocausto do bem" que fazia parte do ideário católico da Idade Média. Chico Xavier defendeu a Teologia do Sofrimento como nenhum católico de batina conseguiu defender.
O novo aspecto que entrelaça o "espiritismo" igrejista brasileiro ao bolsonarismo é a busologia. É um hobby no qual um grupo de pessoas valoriza o ônibus, não só como transporte coletivo, mas também como um fenômeno cultural. De maneira estranha, um considerável número de busólogos é apoiador de Jair Bolsonaro e esse reacionarismo condiz com o apoio que esses hobbistas dão a medidas antipopulares como a pintura padronizada nos ônibus e a redução de frotas em circulação (alvo de queixas de muitos passageiros, devido à demora na espera dos veículos).
Ainda se terá uma explicação razoável sobre o porquê de tantos busólogos apoiarem Bolsonaro, mesmo quando ele não tinha essa reputação conquistada artificialmente pela propaganda midiática oficial e clandestina - as tais fake news disparadas no WhatsApp, por sinal um dos poderosos redutos de Chico Xavier - , pois não há uma razão aparente para tanto.
Em todo caso, a busologia reacionária, que era bolsonarista ate debaixo d'água desde os tempos em que a presidenta Dilma Rousseff estava no primeiro mandato, também cultua o ônibus de Chico Xavier, a tal "biblioteca espírita (sic)" que circula pelo Brasil, divulgando obras de lesa-doutrina que deixariam o professor Allan Kardec abismado. Há até traduções pasteurizadas dos livros dele, feitas para agradar a "nação igrejeira".
Ultimamente, o mercado literário anda sofrendo as "boas energias" de Chico Xavier, derrubando livrarias e sebos diversos, não bastasse Humberto de Campos ser condenado ao esquecimento, substituído por um fake associado a um lema proto-bolsonarista ("Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho"). E nada como uma "biblioteca" que não cobra ingresso algum e que se autoproclama "comprometida ao saber", mas que só difunde o velho igrejismo roustanguista que tem em Chico Xavier seu ideólogo maior.
Diante dessa deturpação sem freio do Espiritismo, só podemos dizer: "Apertem os cintos!! A lógica e o bom senso sumiram!". E o Brasil se comporta como um ônibus desgovernado do filme Velocidade Máxima.
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