(Autor: Professor Caviar)
A escritora de auto-ajuda Maria Tereza Maldonado, responsável por mais de 40 livros, está lançando uma obra chamada Construindo a Felicidade, que parece mais um dos trabalhos ligados à Teologia do Sofrimento aplicada para o cotidiano comum das pessoas.
A glamourização das dificuldades humanas, um apelo muito fácil para quem vive de montar umas palavrinhas de suposto otimismo e esperança e faturar com vendas de livros e cachês de palestras, torna-se uma armadilha fácil para quem vive de paixões religiosas e é adepto de um masoquismo social, que faz o indivíduo achar que sua vida é uma gincana e decide sofrer mais prejuízos buscando imaginários prêmios divinos.
O Diário do Centro do Mundo reproduziu trechos de uma entrevista do Gazeta On Line a respeito do assunto. O DCM definiu a entrevista como "picareta" e considerou ridículo ser feliz "mesmo com desemprego e boletos a pagar".
O depoimento de Maria Tereza, que em outras situações demonstrou afinidade com o "espiritismo", com resposta recíproca desta doutrina igrejeira, condiz muito com os valores defendidos por Francisco Cândido Xavier, que havia sido um defensor de ideias semelhantes. Chico Xavier foi um entusiasta da Teologia do Sofrimento e fez com que os "espíritas" tivessem a reputação negativa de "pessoas que gostam de sofrer". Mas quem é que mandou as pessoas "amarem o sofrimento", senão os próprios pregadores "espíritas"? Vamos ao trecho selecionado da entrevista:
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Dá para ser feliz em situações bem adversas? Como, por exemplo, estando desempregado(a) e com muitos boletos a pagar?
Sim. Fazendo uma construção interior de que problemas são a oportunidade de se descobrir novos recursos internos. Desempregados descobrem novos talentos nesse momento. Existe o crescimento pós-traumático.
Felicidade, então, não é a ausência de problemas?
De jeito nenhum. Felicidade é estarmos bem interiormente para lidar com eles. Há várias maneiras de construir a felicidade. A menos duradoura é através da euforia, quando se consegue ou se ganha algo. Isso é passageiro. Se for ligada ao consumo, então, dá uma insatisfação permanente.
A senhora entrevistou 190 pessoas para o livro. Descobriu o que traz felicidade?
Não é prestígio profissional, status ou dinheiro, mas construir bons relacionamentos (com filhos, amigos, etc), o que dá a alegria de estar vinculado. Descobrir o sentido da sua vida, viver com propósito, se dedicar a uma causa também é construir felicidade serena. Pessoas que levam uma vida mais simples, em contato com natureza, alcançam uma felicidade mais perene.
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